A arena

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A chegada em Águas de Sentina foi tranquila. A viagem correu calma, com alguns novos viajantes que embarcaram em Piltover.

Quando Aphelios finalmente pôs seus pés no porto de Ionia, pôde suspirar aliviado. Nunca gostara de longas distâncias. 

Apesar de tudo, estava ali, precisava pensar em seus próximos passos. Com isso em mente, Aphelios pagou uma pousada. 

No quarto, depois de um longo banho e um bom jantar, deitou-se para dormir. O dia seguinte seria longo.

—※—※—※—


Era um dia quente quando Aphelios pôs seus pés na rua. O sol incomodou seus olhos, e ele precisou protegê-los com as mãos. Precisou fechar os olhos por alguns minutos, em frente à pousada, até então ouvi-la.

"Eu estava o esperando, Irmão", Alune disse, sua voz soando suavemente em sua cabeça, "Está pronto?".

"Sim", foi tudo o que Aphelios respondeu. Sob as orientações da irmã, ele começou a andar. Apesar do povo ioniano olhar sem discrição para ele, Aphelios não os olhava novamente. Ele tinha um objetivo, e não desviaria os olhos até alcançá-lo.

"Estou sentindo, Irmão, está bem na sua frente", ela disse, de repente, "O que você vê?".

Ao levantar os olhos, uma grande construção em formato redondo ofuscou o sol. Aphelios pôde enfim desfazer a careta em seu rosto graças à enorme sombra. Indiferente, respondeu: "Uma arena".

"Entre, eu lhe ajudarei no que for preciso", Alune completou antes de calar-se.

Aphelios aproximou-se da entrada. Gritos foram ouvidos de dentro, e ele deu uma leve olhada para dentro antes que um homem mal encarado o parasse. Ele cruzou os braços musculosos e disse: "Três moedas".

Sem dizer nada, o assassino o pagou. Ao ter sua entrada liberada, ele subiu uma escada até enfim adentrar uma arquibancada lotada. A platéia em sua grande maioria eram homens segurando canecas transbordando de cerveja. Mulheres com roupas provocantes passeavam por aí, recolhendo o dinheiro das apostas, e uma delas deu uma piscada galante em direção à Aphelios.

"Gostaria de uma bebida? Ou talvez algo mais que apenas bebidas e apostas?", ela questionou com tom sugestivo. Aphelios balançou a cabeça, "Seu chefe".

Ela pareceu decepcionada, mas apontou para uma arquibancada mais alta, no que parecia ser um camarote particular. De lá, um homem sentado em uma cadeira elegante observava a tudo com uma expressão de tédio. Ao seu lado, havia uma mulher de longos fios negros e do outro um homem bastante sério, lendo algum livro. "Ele é Sett, o chefe".

Sett, apesar do rosto entediado, mostrava um físico poderoso e atraente, assim como suas expressões que poderiam fazer qualquer mulher cair aos seus pés, apaixonada.

Aphelios deu às costas à mulher e seguiu em frente. Num chamado silencioso, Alune voltou a conectar-se, "Irmão".

"Estou dentro", Aphelios disse. 

"O que vê?".

"Homens bêbados, mulheres e gente brigando na arena", olhando ao redor, Aphelios complementou, "Há portas laterais, mas são protegidas por homens armados".

"Não sei lhe informar com precisão onde está a pedra, mas sei que está aí. Irmão, você precisa invadir".

"Difícil", foi só o que o moreno respondeu.

"Posso lhe ajudar, mas esgotarei todo o meu poder espiritual. Não poderei me comunicar com você até a manhã seguinte".

Aphelios concordou, e Alune lhe concedeu invisibilidade por cinco minutos. Tempo suficiente para que pudesse passar pelos homens e adentrar um corredor vazio.

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