7 capítulo

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Numa sala escura, na alta torre de vigia, os professores observavam o desempenho dos concorrentes. Todos estavam sentados numa pequena poltrona de frente para os vários ecrãs que mostravam o que as várias câmaras captavam dos cinco recintos. No centro dos professores estava o director, com uma pose autoritária, de perna cruzada, com os braços apoiados no suporte de braços da poltrona e mãos pensativas. Ele analisava ecrãs específicos, apenas aqueles que mostravam concorrentes em especial e provavelmente futuros alunos daquela escola. Entre todos o concorrentes apenas uma dúzia é que estava realmente a ajudar os outros a se proteger do robô zero ou a tentar fazer frente ao mesmo o máximo de tempo possível para os outros fugirem. As pontuações estavam a ser distribuídas pelos professores presentes, apenas os mais importantes da academia estavam ali e analisavam os participantes atentamente vendo o seu potencial. Por detrás da máscara os olhos do director focaram num dos ecrãs que observava, fora sua ideia puxar os concorrentes daquele ano, nos anos anteriores o robô zero apenas aparecia e assustava os participantes tentado apanhar uns quantos mas nunca os magoando. No entanto, aquelas duas turmas que queriam ser formadas naquele ano, teriam de ter um treino mais intenso do que as outras por razão que, dentro da academia, apenas o director ainda  tinha o conhecimento das mesmas. 

- Director, pode deixar-me ver as fichas dos números... 3, 21, 55 e 90, por favor.- pede um dos professores captando a atenção do director.  

- Essas raparigas são interessantes -comenta Soundblaster.- São poucas as pessoas que se estão a ajudar ou sequer a lutar. A maioria está a fugir e a esconder-se.

Em silencio e  ainda com os olhos focados no ecrã, o director passa as fichas das quatro raparigas ao professor que as pediu. Este, de seguida lê em voz alta o que as poucas folhas diziam de importante sobre elas:

- Allison Griffin, a número 3. Tem 16 anos, um irmão super herói...  Ela é uma ymbryne... Interessante...

- Consegue controlar o tempo, estou correto? -pergunta Soundblaster.

- Sim, entre outras coisas. Nunca tivemos um aluno como ela -completa uma professora sentada perto do director, que permanecia calado apenas escutando a conversa dos seus colegas. 

- A número 50... É curioso, muito curioso. Chama-se Zoey Moore, também de 16 anos, o poder da mente, uma coisa muito poderosa e perigosa se não for devidamente observado. -prossegue o professor, olhando para para os papeis- Layla LeBlanc é a número 90 e tem as suas capacidades físicas todas melhoras.

- Um poder comum nos dias de hoje seria super força ou super velocidade, é raro ver alguém com algum dos sentidos mais apurados. Mas agora, uma com tudo isso é deveras impressionante. - comentou Soundblaster. - Mas ao contrário dos outros, ela não parece se controlar muito bem. Viram o que fez com o outro rapaz?

- Ela poderá estar a reprimir alguma outra coisas talvez. - ponderou a professora.

- Hum... Se ela ficar cá, logo veremos... Agora...  -continua o professor- 21, Maya Sahel, uma ... 

O director arranca as folhas da mão do professor antes que este possa ler em voz alta o que lá estava escrito. Rapidamente, todos os olhares vão para o homem que permanecia sério a olhar para o ecrã. A sua pose continuava a mesma, os seus olhos focados no mesmo ecrã quase sem pestanejar, os seus pensamentos fixos nas quarto adolescentes que o seu colega tinha lido, em voz alta, as fichas que possuíam informações sobre as mesmas. No ecrã que o homem não conseguia desviar o olhar estavam as imagens do que estava a suceder na arena das quatro adolescentes, mais precisamente, o que se passava com Maya enquanto Layla  encontrava Allison e Zoey e as três conversavam no espaço aberto. Esse ecrã apresentava sempre alguma parte do robô zero, mesmo que ele estivesse sozinho. O robô zero andou até a uma esquina onde viu Maya parada encostada à parede de um prédio. A adolescente estava de óculos de sol, braços cruzados e uma pé na parede do prédio, até parecia que a presença do robô não lhe fazia diferença. O professor que era encarregue de controlar os robôs, achou aquela posição da adolescente um pouco rude na sua opinião e que ela precisava de uma lição sobre o que o robô era capaz, então comandou o robô para a atacar rapidamente com um murro de força mínima, apenas para a assustar. O director sabia o que o seu colega estava a fazer, o professor e herói profissional Hacker-Man, conhecido por saber aceder qualquer computador e saber quase qualquer tipo de informação apenas estando no mesmo local da pessoa, queria apenas assustar a rapariga porque se lhe acertasse com ela tão próxima do prédio poderia mesmo manda-la para o hospital e não era isso que eles pretendiam. Mas, ao contrário do que esperavam, Maya não se desviou e quando o robô acertou-lhe fazendo com que uma grande névoa se expandisse no lugar onde ela estava deixando o professor sem saber muito bem o que fazer. Hacker-Man olhou para ao director que estava ao seu lado, este, depois de uns segundo, sem nunca desviar o olhar do ecrã  ou desfazer a sua pose autoritária prenunciou-se com a sua voz grave. 

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