18 Capítulo (A história)

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À noite as estrelas brilhavam, a lua iluminava o céu estrelado. Entre a floresta e o rio que desagua nas águas do Atlântico, na ponta do pequeno continente uma cidade existia naquelas redondezas. De um lado o mar que depois dava lugar ao vasto oceano, do outro a floresta com grandes árvores umas mais antigas que outras dando abrigo a todo o tipo de animais que a habitavam. No céu não havia nuvens apenas a presença das estrelas e da lua cheia, na terra as pessoas dormiam tal como os animais diurnos, mas por sua vez, na floresta, as criaturas da noite saiam dos seus lares para se alimentarem. Nas águas calmas do rio Tejo, alguns peixes nadavam, outros dormiam, outros se alimentavam, à superfície, uma leve brisa de verão corria fazendo as folhas das árvores dançarem ao som da música trazida pelo vento. Pelas ruas da cidade não se via ninguém, nas casas e pequenos prédios à beira Tejo as luzes estavam apagadas e os habitantes dormiam profundamente sonhando maravilhas ou tendo os seus pesadelos nocturnos. À quem diga que os sonhos são mensagens do nosso subconsciente, desde sempre psicólogos tentam analisar essas mensagens da nossa para ajudar a compreendê-las e a ultrapassar as dificuldades da nossa vida. No entanto, para Lillian Vives, uma adolescente com apenas dezassete anos, alta, olhos castanhos cor de amêndoa e longos cabelos ruivos, os seus sonhos eram mais que somente essas mensagens. Na noite em que fizera os seus dezassete anos, um mês antes daquela magnífica noite de lua cheia, Lillian nunca contara a ninguém, nem familiares nem amigos, as verdades por detrás das suas noites de sono. Começou como pequenos sonhos estranhos que tivera, mas rapidamente se apercebeu que aqueles sonhos não eram normais, eram visões de possibilidades do seu futuro e de outros. Por vezes essas visões tornavam-se reais, outras eram meras possibilidades e outras ela conseguia evitar que acontecessem mudando o curso da história. A adolescente não costumava acordar quando tinha as suas visões, aprendera que poderia controlá-las se se concentrasse e ver as várias possibilidades, conseguia ver três sem muito esforço mas mais de cinco já a deixavam cansada mesmo estando a dormir, porém naquela noite fora diferente.

O silêncio perdurava na sua casa, todos dormiam profundamente em seus quartos aproveitando o descanso depois de um longo dia, no seu quarto Lillian remexia-se um pouco na cama enquanto as imagens do futuro passavam na sua mente. Assustada com o que via, a rapariga possuidora desse dom acordou sentando-se rapidamente na cama tentando se acalmar enquanto respirava fundo buscando o ar que lhe faltava. Em todas as noites desse mês, nunca tinha tido uma visão daquelas, tinha sido demasiado real como se ela estivesse realmente lá estado. Deixando-se acalmar um pouco pensando no que virá, ela rapidamente se levantou e começou a trocar de roupa para sair naquela noite em busca do verdadeiro futuro. Vestiu o que achava apropriado para aquela noite e saiu sorrateiramente de seu quarto caminhando pelos escuros corredores até à porta da entrada de sua casa. Um pouco hesitante, Lillian abriu a porta para a rua e saiu sentindo a brisa nocturna fechando a mesma atrás de si, de seguida começou a caminhar pelas ruas da cidade em direção à floresta.

Ruas desertas, silêncio por toda a noite , a adolescente caminhou apressada em direção à conhecida floresta com a sua visão a passar e passar na sua mente. Ela estava particularmente preocupada, tinha medo que acontecesse então tentaria ao máximo evitá-lo. Para chegar à floresta ela teria de subir a colina cansava um pouco e estava escuro sendo o caminho apenas iluminado pelos raios lunares mas mesmo assim ela subiu tudo até à floresta. Ao chegar respirou fundo com medo do que poderia descobrir, do que poderia ver por estar ali, incerta ela entrou na floresta seguindo o seu instinto até o sitio onde a sua visão acontecia.

De dia a floresta era linda, as árvores grandes bonitas cores de verão, as abelhas, borboletas esvoaçavam no céu por entre as lindas flores que deixavam um aroma de verão no ar, os esquilos percorriam as árvores à procura de bolotas com os pássaros a chilrear a sua canção. À noite a floresta era diferente, sombria, escura, os animais dormiam nas suas tocas, os insectos estão recolhidos, os animais nocturnos já faziam as suas actividades à luz das estrelas deixando Lillian alerta com qualquer barulho que ouvisse vindo do que a rodeava. Percorrendo mais de metade da floresta, cada vez entrando mais nesta para o seu interior, já sem o a luz da lua e das estrelas a iluminar o caminho devido à copa das grandes árvores que cobriam o céu, Lillian começava a relaxar um pouco, não parecia haver perigo ali apenas uma floresta normal. Mesmo assim caminhou mais uns metros até começar a ver algo a brilhar na escuridão à sua frente como uma luz no meio da escuridão desta. A adolescente ficou alerta caminhando com cuidado até a uma espécie de clareira pequena se encontrava no meio das grandes árvores, chegando ao pé de uma árvore, ela encostou-se a um dos troncos olhando para a clareira com atenção arregalando os olhos sem compreender o que aquilo era. No meio da clareira uma espécie de portal brilhava intensamente reluzindo uma luz azul, um pouco a medo, Lillian saiu de trás da árvore observando o portal que era igual ao que tinha visto na sua visão começando a aproximar-se um pouco dele.

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⏰ Última atualização: Oct 11, 2021 ⏰

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