Capítulo 11: Maldição.

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— Olhe lá fora por um momento. – Carlos ordenou o herói.

Gênesi foi até a janela, ainda em sua extenuação pós delírio. Ao abrí-la e não ver nada, apenas encarou o céu claro e pacífico.

— É mais pra cima. – O vilão dissera em continuidade.

Novamente, fez como lhe fora mandado. E dessa vez, em sua visão, captou duas pessoas penduradas por respectivas hastes. Uma se encontrava ao esperneios, balançando pela força do vento, já a outra, desacordada.

— Está vendo? Tem 15 ao todo. 15 civis, entre eles crianças, idosos, médicos.

— Como você consegue fazer um negócio desses seu louco, sádico filho da puta. – Blasfemou o rapaz.

— Não é a primeira vez que você diz isso, nem será a última. Mas é o seguinte: 15 pessoas, 15 minutos. Se passar do tempo, elas caem. No entanto, eu tenho comigo, aqui neste mesmo prédio, sua linda e doce amante. Se o tempo acabar, você nunca mais a verá com vida novamente. Você terá que escolher entre gastar seu tempo procurando onde nós estamos ou salvando os pobres inocentes. O que você prefere?

— Eu prefiro enfiar minha mão na sua cara! Seu desgraçado!! – Em seguida, Gênesi arrancou o comunicador e o quebrou, jogando-o no chão.

Apenas Gênesi e toda a sua raiva, com motivo, é claro. Mas ele tinha em mãos uma decisão difícil, talvez a mais dura que tivesse que tomar. No entanto, mesmo com seu peito em chamas, ele respirou profundamente, passou a mãos pelo rosto, buscando se conformar com sua decisão. Ele era um herói, e não desistiria daquilo, mesmo que lhe custasse tudo que tinha. Colocou um cronômetro mental e avançou rapidamente até o topo do prédio.

Chegando no pico ao abrir violentamente a porta de emergência, partiu para salvar o primeiro par. Eles estavam similarmente divididos em dois em volta do prédio inteiro. Alcançando o primeiro, subiu na haste e cuidadosamente foi indo até a ponta. Quando chegou na mulher ali presa, rompeu a corrente que a pendia após assegurá-la em si mesmo.

— Vai ficar tudo bem moça, você só precisa se segurar firme em mim. – Ele mantinha a mansidão para acalmar o tormento da cívil, mesmo que estivesse ele mesmo em um.

A mulher ficou nas suas costas, agarrando o pescoço de Gênesi. Então, da haste que estava, ele pulou para a outra que estava próxima. Por pouco, ele não a alcança, mas ainda assim, conseguiu se segurar com uma das mãos, quase quebrando o apoio. Elevou-se e foi pegar o cívil seguinte, que se encontrava desmaiado. Assim que o teve em mãos, voltou para o topo do prédio, deixando ambos em segurança. Era um método eficiente e rápido, apesar de arriscado. Seguiu fazendo o mesmo com os restantes.

Porém, o sétimo e oitavo se encontravam inconscientes. Ao pegar um deles, ao invés de colocá-lo no lugar seguro, fez a mesma manobra arriscada, com o cívil sobre o ombro. Conseguiu ter sucesso ao pousar, contudo, quando fora resgatar o próximo, ao quebrar seus grilhões, deixou-o escorregar. Mas com um movimento rápido, agarrou seu punho, mas tal movimento deixou o outro escapar também. Mais uma vez, conseguiu segurá-lo com a outra mão. Era uma situação vertiginosa, com duas pessoas desmaiadas pendendo a metros do chão, enquanto Gênesi se esforçava para aguentar ambos. Mas para sair de um problema complicado, a solução deve ser mais ainda. Manteve-se ajoelhado sobre aquele frágil apoio e de supetão lançou os dois para cima e precisamente segurou-lhes em cada um dos braços. Mais dois estavam seguros.

Já no décimo primeiro, estava quase terminando quando garotinho que estava segurando-se em Gênesi o soltou pelo pânico que sentia pela altura.

— Merda!!

O menino estava em queda livre, sem chances de sobrevivência. Essa era a maldição de todo herói. Tem vezes que não dá pra salvar todo mundo, e Gênesi sabia bem disso. Contudo, caindo como um meteoro, o homem de capa vermelha esvoaçante alcançou o menino, o abraçando em meio a queda.

Gênesi - Queda em AscençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora