Capítulo 2: O antigo cara de capa vermelha.

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Era impossível não sentir a nostalgia com o vento frio batendo contra sua face sob o céu azul vazio de nuvens. Tais circunstâncias o traziam recordações da luta que travara contra a máfia que um dia já assolou Crawn.

Foi um acontecimento fatídico, o qual ninguém nunca esperava que acontecesse, obviamente. É até frustrante pensar que todo o esforço feito por Gênesi foi inútil. Tudo isso por causa de uma única explosão, causada por uma única bomba, premeditada por um único homem. Os sentimentos de Gênesi por Carlos não eram claros, porém ele sabia que se o encontrasse, faria se arrepender por tudo que fez.

Voltando à realidade, Barry ziguezagueava pelo cenário caótico, desviando da destruição composta por escombros, carros abandonados, animais silvestres e até mesmo pessoas. No entanto, não perdeu o foco até chegar no local do incêndio.

Era o prédios que antes da explosão fora o museu da cidade, contendo toda a história da criação e escondendo toda a podridão que foi usada para construir a mesma. Mas como contava com um ótimo sistema de segurança – não tão ótimo como pode ser visto – foi tomado como refúgio para pessoas civilizadas. No entanto, o refúgio acabou sendo tomado por chamas, causadas pela escória da população.

Quando Barry enfim chegou ao seu destino, as labaredas se punham mais intensas do que nunca, se alastrando para o espaço ao redor. Nisso, ele largou sua moto num local não atingido e pulou para dentro da estrutura.

Lá dentro, não se conseguia ao menos distinguir o que ali já fora um dia. As flâmulas preenchiam os cantos, as paredes e colunas. Mesmo não sendo tomado pelas chamas, cada movimento tido por Barry acrescentava mais a sensação calorosa em sua pele. Tão logo foi para que os gritos desesperados por socorro atingiram o jovem, que tão logo correu para atender o chamado. Rapidamente ele encontrou a fonte do pedido. Um grupo de pessoas impedidos de fugir por conta de uma coluna em chamas que atravessava o caminho.

— Calma! Acalmem-se. Eu vou tirar e vocês correm!! – Ordenou Barry ao envolveu a pilastra com suas mãos nuas. Impondo toda sua força, ele facilmente a levantou, só que antes que as pessoas pudessem tomar iniciativa, o teto desmoronou em cima das vítimas. — Não!!!

O rapaz soltou o objeto, tendo as mãos em carne viva. Naquele local, em meio as chamas, destroços e corpos carbonizados, não havia mais nada a ser feito. E enquanto a construção inteira desmoronava, Barry retirou-se na maior velocidade.

— MERDA!!!! – Barry gritou aos ventos, irado com sua incapacidade de ter feito algo naquela situação.

— Gênesis, consegue me ouvir? – A voz gentil de Lince penetrou de repente na cabeça de Barry.

— Lince?! Como você...

— Não há tempo de explicar. – Ela cortou a fala do rapaz rapidamente. — Ainda há uma energia vital que você pode salvar. Seja rápido!

Barry elevou a cabeça junto ao apelo da voz em sua cabeça. Ao rodear o horizonte com o olhar, encontrou a fumaça preta subindo aos céus. Era o sinal que precisava. Contudo, ele não correu para pegar sua moto e avançar até o local, e sim decidiu um meio emergencial que detestava usar. Ele correu o máximo que pôde pela rua depredada até chegar ao ponto onde pegou grande impulso, e como nas outras vezes, deu um salto que atingiu seus 50 metros, e assim foi até se aproximar do lugar.

Assim que chegou lá, reviu algo incomum. Havia um carro da VERO que fora roubado por meliantes. Esses, que eram dois, caminhavam até o helicóptero recentemente abatido, de onde provinha a fumaça.

— Olha só o que temos aqui. – Apontou o primeiro vagabundo enquanto se aproximava do veículo destruído.

— Deixa essa porra aí cara. Tá todo destruído, não vai ter nada útil aí. – O segundo, pobre de vocabulário, acompanhava o parceiro, nervoso.

Gênesi - Queda em AscençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora