Capítulo 14: Um final muito ruim ou uma continuação muito boa.

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Um ano se passou. A cidade pouco a pouco fora reconstruída, e enfim, se dava seus últimos momentos de restauração. Muitas pessoas já circulavam por lá, seguras que mau algum lhes acometeria. A desigualdade e a criminalidade pareciam extintas, o que era irônico, vindo de uma cidade onde esse era o marco. Era um tempo bom, onde a população podia se regozijar. Tudo isso graças ao seu protetor, o qual poucos sabiam, mas ainda estava lá.

Barry, ou melhor, Gênesi, se encontrava no topo de um arranha-céu, sentado bem na borda, observando a cidade do alto. Sua capa parecia mais esvoaçante do que nunca. Ele tinha uma aparência bem melhor, se assemelhando àquele confuso jovem que chegara naquela cidade um dia. Só tinha uns curativos em seu rosto, o qual ele achava mais estiloso do que uma cicatriz. Com ele, havia um energético, que já estava terminando de beber, e um sanduíche. Isso eu posso dizer, como narrador, – e como escritor – essa era a real definição de felicidade.

— Ei. Vai ficar me observando aí de trás ou vai chegar junto? – Disse ele, pegando de surpresa a figura que lhe observava ali.

— Estou de passagem. Apenas apreciando a vista. – A presença misteriosa respondeu, com sua voz vultosa.

— Foi mal, não estou procurando um relacionamento agora.

— És muito espirituoso para alguém que detém tamanhos poderes.

— A vida é cheia de contrastes. Mas e aí, vai dizer o que quer ou vai ficar nessa enrolação?

— Por ora, não. Mas você deve se preparar, porque algo temeroso está por vir. E você não será capaz de deter.

Assim que Gênesi se virou para encarar o ser, ele desapareceu.

— É, tanto faz. Esse tipo de coisa vive acontecendo.

Enfim, ele retornou para casa, a qual também estava totalmente de cara nova. Todos os danos haviam sido reparados, estando um lugar digno de se chamar de lar. Lince não se recuperou da amnésia, mas aprendeu a viver com Gênesi, ainda na paranóia de tê-lo como um mestre. Finalmente, um final feliz.

...

"O peregrino acorda mais voraz. A justiça tardará, mas você poderá contar com ela. O garoto órfão precisa de seu companheirismo fiel. Lembre-se de a todos proteger, senão a destruição reinará." – A voz não indentificada martelava em sua cabeça, como uma punição sagrada que seria um espinho na carne se não obedecesse. – "O vale verde necessita de ti imediatamente, valente protetor da Terra." – A profecia se encerrou.

O herói de cabelos esbranquiçados acordou em súbito, alarmando sua companheira, Lince, na cama ao lado.

— Aconteceu alguma coisa mestre?? – A preocupação de sua parceira era visível, principalmente no salto que ela deu para ficar ao seu lado.

— Já faz um ano que eu tô falando pra parar com o negócio de mestre, mas eu sei que você não vai parar. E sim, eu tive outra premonição. – Ele respondia, um pouco marcado pelos acontecimentos em sua cabeça.

— Mesmo? E o que eram dessa vez?

— Coisas confusas demais. Só sei que preciso ir para o vale verde. – O jovem herói se levantou rápido, para logo ir para o computador e pesquisar vale verde na internet.

— Greenmile? – O rapaz repetiu o que lera na tela. — Não é muito longe, pelo que sei.

— Não é não. – Concordou a mulher.

— Lince, você vai cuidar da casa enquanto eu estiver fora.

— Sim senhor! – Ela ficou ereta, pronta para servir como pudesse.

Como se fosse algo normal, mesmo se passando um ano, foi para sua sala de armas, e em seu baú, retirou sua pistola, faca e a chave de sua moto.

— Volte logo! – Ela advertia num tom gracioso.

— Pode deixar Lince. Mas se acontecer algo, cuide da cidade por mim.

Barry saiu em disparada, sabendo das consequências das premonições. Nunca abandonou seu posto, seus ideais nem sua capa, mas finalmente, Gênesi estava de volta.

Continua em: A União - Círculo do Demônio

Gênesi - Queda em AscençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora