Capítulo 7: Salvação

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Vocês já devem estar acostumados com isso: Barry chega, põe sua moto na garagem e entra em casa após uma longa e cansativa jornada de heroísmo. Bem, dessa vez foi diferente. Quando Lince sentiu Barry entrar pela porta, foi tamanho o espanto que teve assim que ele pegou sua pistola e disparou contra o próprio lado direito do crânio. Tal ato aterrorizou até mesmo a moça, que sem nem ter visto a cena, ficou horrorizada ao sentir o rapaz cair no chão, despejando o líquido escarlate pelo piso.

— Barry??! Mas que diabos...? – Disse ela ao levantar-se correndo, quase tropeçando, para chegar até o corpo morto.

Lince se ajoelhou ao lado de Barry, e então, começou a chacoalhar seu cadáver. Só faltara segundos para que ela entrasse em pânico, mas de repente, o corpo morto do rapaz começou a estremecer, parecendo como uma convulsão. – estranho ela não ter entrado em pânico com essa reação – Mas logo a tremedeira deu espaço para um longo suspiro. Lá estava ele de volta a vida, novinho em folha. Para ser mais transparente, não foi assim tão rápido, algo entre dois e três minutos. E a reabilitação gerou um susto imediato nos dois.

— O que você estava tentando fazer?! – O encarou sem olhar, quase colando sua face na dele.

— Uh... Não foi nada. – Ele balançava a cabeça. Ainda estava zonzo, tentando recobrar os sentidos.

— Como não foi nada?? Você acabou de atirar contra a própria cabeça!

— Eu achava que você sabia que eu não morro.

— É claro que eu sei. Mas o que você estava pensando ao fazer essa loucura?

— É o que eu faço todo dia quando saio por aquela porta.

— O quê?

— Eu estava tentando tornar este mundo melhor e livrá-lo de mais uma monstruosidade. – Começou um discurso com pesar no peito.

— Do que você está falando?

— Eu fiz coisas horríveis, e continuo fazendo. Eu matei muita gente, tanto que já parece algo normal. Há muito sangue em minhas mãos, e nem que fosse por isso, mas tantas mortes não valeram de nada. Olha a situação desta cidade desde que eu cheguei aqui. E quando vejo as atrocidades feitas lá fora, surge uma fúria incontrolável. Talvez fosse melhor que eu nunca_ – O monólogo foi bruscamente interrompido por Lince, que deu-lhe uma mordida na orelha. — Ouch! O que foi isso porra? – Ele se levantou, afastando-se da mulher.

— Se você fizer isso de novo eu juro que dou um jeito de te matar eu mesma! – Disse ela com um bico emburrado estampado na cara, e com as beiradas dos olhos lacrimejando. — E vai tomar um banho. Você está fedendo como um porco.

Lince saiu, desviando a face aborrecida, ao passo que Barry encarou o ato com uma leve risada entre os lábios. Enquanto ia em direção ao banheiro, pensou:

Ela é muito diferente da Sophie... Espera, por que eu tô pensando nela?! Ah merda Barry, não começa de novo com isso não.

Realmente cômico. Se alguém visse, acharia que era loucura, e não se sabe ainda se não é mesmo. Entretanto, era doloroso relembra-se da primeira que tocou seu coração. – não literalmente – Entrou no banho.

O termo relaxar se tornara desconhecido para Barry há algum tempo. Aquela ducha o revigorou severamente. O vapor que circulava-o, a água quente em contato com sua pele, tudo se fazia essencial. Seus músculos lentamente se descontraíam, elevando o conforto que sentia. A água limpava as impurezas físicas que tinha, o fazendo sair do chuveiro impecável. No momento que caminhou para fora, inevitavelmente encarou-se no espelho ao seu lado.

Gênesi - Queda em AscençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora