Os acordes do órgão começaram a tocar a marcha nupcial com a chegada da noiva, de braço dado com o avô, que assomou na porta da igreja. Os convidados esticaram os pescoços, curiosos para ver a noiva entrar. E não se decepcionaram.
Piper estava belíssima, com os cabelos presos por uma tiara de pérolas e diamante, destacando a beleza de seu rosto. A perfeita maquiagem, o vestido de seda com mangas bufantes, bordado com pérolas, ajustado em sua cintura fina, tudo contribuía para que se assemelhasse à uma princesa de contos de fadas. Mas, ao contrário delas, Piper caminhava para o altar como se fosse para a forca.
Seu coração estava oprimido, sentia medo e tristeza pelo passo que estava prestes a dar. O seu desejo de ferir Alex a fizera tomar uma decisão grave, além de ser uma tentativa de expulsá-la definitivamente de sua mente. Mas estava sofrendo e ali, caminhando para o altar, teve consciência que não queria aquilo, que amava Alex mesmo depois de tudo que havia acontecido entre elas.
Mas, onde estava ela? Alex não a havia procurado, não havia se quer telefonado naqueles dias todos, tentando uma reconciliação. Havia enviado para ela seu convite de casamento, na esperança de provocar uma reação em Alex, mas nada havia acontecido. Ela não a amava, senão teria feito algo para aquela tortura terminar.
Seus olhos correram pelos convidados, numa última esperança de vê-la. Que esperança tola! Ela devia estar dormindo, depois de uma noite de farra com alguma mulher.
Larry veio ao seu encontro, elegantíssimo de fraque, e pegou-a pela mão. Piper recebeu um beijo no rosto de seu avô e acompanhou o noivo para o altar. Teve vontade de chorar. Sua vida ia se tornar um pesadelo.
O padre começou a cerimônia, com sua voz grave. Mas Piper não o ouvia, com os pensamentos tumultuando sua mente. E se saísse dali correndo? E se dissesse não à pergunta que iria responder? Não, não podia fazer isso! Seu avô nunca a perdoaria e Larry não merecia passar por esse escândalo!
Larry cutucou-a. Ela então notou que o padre havia feito uma pergunta à ela e esperava sua resposta. Ela o fitou confusa e ele repetiu a pergunta:
-Piper Chapman aceita Larry Bloom como seu legítimo esposo, até que a morte os separe?
Ela o fitou como um animal acuado e respondeu quase ináudivelmente:
-Sim...
Uma simples palavra mudando sua vida. Aereamente, sentiu Larry colocar a aliança em seu dedo e o padre apresentar a aliança numa almofada para ela colocar no dedo do agora marido. Ela colocou o anel no dedo dele e Larry a tomou pela mão, beijando-a suavemente.
Casada. Agora, ela era Piper Chapman Bloom. Parecia o nome de outra pessoa.
Os flashes dos fotógrafos a cegavam. Caminhou guiada pela mão de Larry sob a luz forte dos refletores e das câmeras para a saída da igreja. Na porta parou, com os convidados rodeando-a e os fotógrafos gritando que beijasse o marido, para uma foto.
O ruído inconfundível de uma moto a despertou daquele torpor. Olhou para a rua, com o coração aos saltos.
Alex surgiu, toda de negro, pilotando a moto. Ela estava usando o capacete, mas Piper a reconheceu pelo seu corpo de curvas alucinantes. Ela parou perto da limusine que iria transportar os noivos e tirou o capacete lentamente. Mesmo distante, Piper percebeu o olhar cheio de tristeza dela.
Larry a puxou pela mão, conduzindo-a para a limusine, que o motorista já conservava com a porta aberta. Piper avançou, sem deixar de olhar para Alex. Seus olhares se cruzaram, o de Piper com lágrimas de tristeza, agora perto, Piper podia ver a palidez de Alex, a expressão de dor. Sentiu uma vontade louca de fugir dali com ela, mas conteve-se. Aquilo não era um filme, que a noiva podia fazer esse ato maluco. Aquilo era a realidade de uma decisão que havia tomado.
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Garota da Moto (Versão Vauseman)
FanfictionPiper é uma garota rica que tem sua vida dirigida por seu avô. Mas na festa de seu noivado sua vida vai dar uma reviravolta, quando conhece Alex, a garota da moto.