Capítulo 11

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Alex dedilhava na guitarra uma música que havia composto em uma tarde chuvosa, esperando Helena chegar do trabalho. O jantar já estava pronto esperando no forno, uma lasanha que havia feito com orgulho. Ela sorriu ao pensar o que diriam suas amigas. Alex, cozinhando?! Alex sem sair atrás de uma mulher há mais de dois meses?

O fato é que a companhia de Helena havia feito bem à inquieta morena. Helena era uma mulher de personalidade forte, mas bem mais amadurecida que Alex. Ela sabia quando falar e calar. Ela sabia incentivar Alex a fazer coisas que a faziam crescer como ser humano, a se amar e confiar mais em suas próprias qualidades.

Alex reconhecia que Helena era uma mulher maravilhosa, que podia fazer qualquer pessoa feliz. Mas como o coração e a razão raramente andam juntos, ela tinha por Helena apenas uma grande admiração e carinho. A atração sexual morria há cada dia, sendo substituída por uma profunda amizade.

Mas Helena não se sentia como ela. Helena, que antes encarava o sexo apenas como uma válvula de escape de tensão e energia, agora descobria as delícias do sexo entre mulheres e estava apaixonada por Alex. Se Alex não se esquivasse algumas vezes de seu apetite sexual, elas estariam a maior parte do tempo na cama, fazendo sexo durante horas. Helena havia terminado o romance com Tom e isso fazia Alex sentir-se culpada, por saber que ela havia sido o motivo dessa decisão.

Alex suspirou tristemente. Por que não conseguia amar Helena como ela merecia? Helena era linda, fogosa na cama, carinhosa, cheirosa, inteligente, decidida, forte, apaixonada por ela. Então, devia se sentir a mais feliz das mulheres, por ser o objeto da paixão dela. E corresponder com igual paixão. Mas ao invés disso, só sentia amizade por ela! E por quê? Porque era uma idiota e ainda pensava em Piper com saudade! Ainda a tinha em sua mente, não conseguia esquecê-la!

-Imbecil! – Disse alto, com raiva. Era uma imbecil! Piper devia estar nos braços daquela trouxa do Larry, talvez até esteja já esperando um filho dele! Maldição, tinha que esquecê-la! Tinha que tentar amar Helena! Esforçar-se para tirar Piper de sua mente e amar a mulher maravilhosa que era Helena!

Três horas depois, Alex olhava para o relógio com preocupação. Sabia que Helena havia ido ajudar seus colegas numa perigosa missão, surpreender uma quadrilha de traficantes de armas no seu covil. Ela havia dito que iria para casa logo que ficasse livre da missão. Mas já passava das dez horas! Por que ela estava demorando tanto?

Quando tocaram a campainha da porta, ela correu para atender, com um pressentimento ruim. Abriu a porta e um homem alto e corpulento de terno escuro a fitou gravemente.

-Senhorita Alex Vause ?

-Sim, sou eu! Quem é o senhor?

-Meu nome é Adam Westh, sou colega de trabalho de Helena. Senhorita, lamento informar que ela foi ferida na missão que participou hoje e está internada em um hospital nesse momento, se submetendo à uma cirurgia.

-Oh, meu Deus! – Balbuciou Alex, chocada com a notícia – Leve-me até lá, por favor! Foi ela quem o mandou? O ferimento é grave?

-Calma, senhorita. Helena havia comentado comigo que uma amiga estava morando em sua casa e se alguma coisa acontecesse com ela, sua amiga deveria ser avisada. Então, vim fazer o que ela pediu. E quanto ao ferimento, sei que ela levou um tiro no ombro. Não é um local mortal, mas ela perdeu muito sangue até ser atendida pelos médicos.

Alex correu até o quarto, pegou seu casaco de couro e voltou à sala.

-Podemos ir, senhor.

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Chegaram ao hospital em pouco tempo. Na recepção, informaram que Helena ainda estava na sala de cirurgia.

O colega de Helena despediu-se. Ele também havia participado da missão e estava exausto, precisava ir para casa descansar. E a esposa dele o esperava.

Garota da Moto  (Versão Vauseman)Onde histórias criam vida. Descubra agora