Capítulo 9

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O ruído do telefone tocando acordou Kim Still. Ela estendeu a mão, pegando o aparelho sobre a mesinha de cabeceira e o levou ao ouvido, falando com voz rouca pelo sono:

-Kim Still.

-Kim, bom dia, é Kurt. Tenho notícias da dupla.

Kim se sentou na cama, completamente desperta.

-Fale.

-O casal chegou a New Orleans há duas horas, se hospedaram no hotel Holiday Inn Express e estão agora comendo o desjejum.

-Vocês as estão vigiando dentro ou fora do hotel? Não quero que elas percebam que estão sendo observadas!

-Não se preocupe, somente eu e um colega estamos hospedados no hotel. E estamos tendo muito cuidado para elas não desconfiarem de nós.

-Esse hotel é em que rua?

-Fica à um bloco da Bourbon Street e French Quarter, na Carondelet Street 221. É um hotel numa esquina, de fácil localização.

-Okay, estou indo para aí dentro de meia hora. Quando eu chegar, faça contato comigo. Sabe como sou?

-Não tive esse prazer ainda, Kim.

-Bem, estarei vestindo um conjunto de casaco e calça azul escuro. Tenho cabelos negros, olhos azuis, e sou alta.

-Uau!... deve ser uma beldade, Kim.

-Até breve – Cortou Kim, desligando. Era comum para ela ser "cantada" pelos seus colegas de trabalho numa missão e isso a aborrecia muito. Nunca misturava trabalho com prazer. Foi para o banheiro e tomou uma ducha rápida, vestiu-se com a roupa indicada ao seu colega e saiu. Pegou um táxi e foi para o encontro combinado.

O táxi parou diante do hotel no outro lado da rua e Kim saltou depois de pagar, olhando em torno. Não demorou muito e um tipo alto e magro, vestido em um terno escuro, se aproximou dela e sussurrou:

-Siga-me, Kim.

Ela o seguiu até um Mitsubish estacionado a uns cinquenta metros no meio-fio. Ele abriu a porta para ela entrar. Kim entrou e ele fechou a porta e deu a volta. Quando se sentou diante do volante e voltou-se para ela, deparou com uma arma apontando para ele.

-Que diabos, você não é Kim Still? – Ele perguntou com pânico na voz.

Ela sorriu friamente.

-Sou, mas quero ter certeza de que você é meu colega nessa missão. Mostre suas credenciais. Já me informei com meu chefe sobre os nomes dos agentes que eu chefiarei. Meta a mão no bolso bem devagar, sem truques.

Ele a fitou com indignação.

-Maldição, mulher! Que desconfiança tola!

-Essa desconfiança tola já salvou minha vida muitas vezes.

Resmungando, ele pegou a credencial e estendeu para ela. Kim encostou o cano da arma nas costelas dele e olhou a credencial. O nome e foto conferiam.

-Tudo certo – Disse, guardando a arma no coldre sob o casaco, embaixo do braço – Elas ainda estão no hotel?

Kurt a olhou aliviado.

-Sim. Meu colega Ribb está lá dentro, no quarto ao lado do delas. Ele está monitorando qualquer ruído e palavra. Se elas forem sair, ele me avisa e eu as sigo.

-Diga a ele para encerrar a conta e sair do hotel. À partir de agora, quem vai vigiar o casal será eu. E vou tentar fazer contato com elas. Vou tentar convencer Piper Chapman a voltar para a casa do avô sem violência.

Garota da Moto  (Versão Vauseman)Onde histórias criam vida. Descubra agora