Capítulo 8

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 Helena Davis caminhou com passadas largas, dirigindo-se para o gabinete de seu chefe. O andar sensual, realçado pela saia justa, prendia a atenção de quem a olhasse. As pernas sensacionais, envoltas em meias finas, apoiavam coxas e quadris arredondados, ventre de músculos definidos, busto ereto de bom tamanho, tudo isso coroado por um rosto de traços marcantes e sensuais. As sobrancelhas arqueadas encimavam um par de olhos azuis com um olhar direto, o nariz reto e delicado combinando com lábios polpudos e vermelhos. Diziam que era muito parecida com a atriz Angeline Jolie, o que a fazia rir divertida. O que se podia dizer com certeza é que ela parecia mais uma top model que uma agente do FBI .

Mas as mãos delicadas, de unhas bem tratadas, podiam quebrar um pescoço com um golpe de karatê ou empunhar uma arma com firmeza dar tiros certeiros. Helena era atraente ao extremo, mas isso não era importante para ela. Preferia ser reconhecida pelas suas qualidades de agente, sendo a melhor de seu departamento.

Ela abriu a porta e entrou sem bater. O homem sentado atrás da mesa ergueu os olhos do papel que tinha nas mãos e a fitou com um sorriso nos lábios finos.

-Sente-se, Helena. Tenho um serviço para você.

Ela avançou e se sentou na poltrona diante dele, cruzando as pernas com elegância. O olhar do homem desceu e as fitou com disfarçada admiração, mas logo se desviou, percebendo ela havia notado.

Ela sorriu com ar divertido e perguntou, cruzando os braços:

-O que tem para mim dessa vez, Elliot? Espero que não tenha que investigar outro assassino um serial killer, como meu último trabalho.

Ele a encarou com um ligeiro sorriso, estendendo para ela o papel que tinha em mãos.

-Ah, não, o caso é bem mais simples, um caso de desaparecimento. Leia a ficha.

Helena pegou o papel e olhou, decepcionada. Casos de desaparecimento envolviam muita investigação e pouca ação. Qualquer investigador com um pouco de inteligência e paciência podia fazer aquele trabalho. Ela gostava mais de lidar com casos envolvendo ação. Sabia que era muito boa nisso, já havia sido citada em relatórios com elogios. E seu chefe agora a estava designando para um caso banal e chato! Leu a ficha com uma íntima irritação.

A desaparecida chamava-se Piper Chapman Vinte e um anos, casada, filha do

Senador Chapman.

Nesse ponto, o caso assumiu importância. O Senador Chapman era um político muito conhecido, de grande prestígio. Ergueu os olhos para seu chefe, que sorriu. Ela continuou lendo, interessada.

Piper Chapman havia desaparecido durante a recepção de seu casamento, deixando um bilhete que dizia estar indo embora, pois seu casamento havia sido um erro, há dois dias atrás.

Helena examinou a foto da moça anexada à ficha. Era uma loura bonita, com classe emanando de sua imagem. A foto a mostrava em trajes esportivos, com short e blusa branca e uma raquete de tênis na mão.

A memória fotográfica de Helena gravou aquele rosto. Colocou a foto e a ficha diante de seu chefe e o encarou com seu olhar direto.

-Pelo que vejo, a moça fugiu no dia de seu casamento, arrependida do passo dado. O que quer que eu faça? Não é um caso para a polícia resolver, é um caso para ser discutido entre ela e o marido.

-Helena, pelo amor de Deus! – Grunhiu Elliot – Ela é neta do Senador Chapman! Ele não pode ter sua família envolta em um escândalo, logo em um ano eleitoral!

Helena o fitou franzindo o cenho.

-E daí? Certamente ela se apaixonou por alguém que virou sua cabeça e a fez fugir com ele. Isso não é crime, Elliot.

Garota da Moto  (Versão Vauseman)Onde histórias criam vida. Descubra agora