Eu buscava minha máscara ornamentada pela mais fraca força e mesmo assim a moça no espelho me chamava de covarde.
Eu lutava contra as ervas daninhas diariamente, mas mesmo assim eu via uma flor morrer a cada hora que o meu relógio empoeirado contava, em uma monotonia arrastada.
É a mesma mania de sempre: buscar o Sol à noite.
Meu medo me cega. Logo eu, artista. Que mereço ver as cores e as luzes em qualquer arte que vivo.
Procuro entender de onde vem toda essa agitação, todo esse susto.
É assim que eu me sinto.
Assustada, acuada, rebaixada.
Rebaixada pela moça no espelho.
Amedrontada pela minha mente e acuada pelas mentiras às quais ela me faz acreditar.
Eu quero calar a moça no espelho. Dizer a ela que eu sou mais do que todo esse medo que me derruba.
Mas ao invés de calá-la, sou eu calada pelas lágrimas que me sufocam e os soluços que roubam minha voz.
Covardia é do que eu sou acusada.
Acusada por mim mesma.
Condenada a ouvi minhas próprias lamúrias.
Destinada a um destino desconhecido, o que me dá mais uma razão pela qual temer o futuro.
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As Constelações que Colecionei
PoetryPoesias que descrevem sentimentos. Sentimentos que faltam com a razão. Razão que perde para a emoção. Emoção que se resume ao sentir. E o sentir é tudo, afinal.