5: Bife queimado e apartamento.

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LORY.

LOVE ME LIKE THERE'S NO Tomorrow toca no rádio enquanto tento manter minha respiração regular. O sol já está se pondo, os últimos raios invadem e iluminam o carro. Minhas mão tremem, sinto meu coração acelerado e a boca seca.

- Já estamos chegando - Din avisou com a voz macia.

Sorri para ele. Se aquela foi uma tentativa de me acalmar, então foi falha. Fechei os olhos com força, me concentrando na música leve que invadia o lugar. Mas tudo que escutei, foi minhas batidas, o som dos carros ao nosso redor. Não estou acostumada com avenidas agitadas; em Umbrella City, tudo sempre foi muito calmo. Porém, Fog City é a cidade que nunca dorme. Abri os olhos, admirando o pôr do sol a minha frente, e logo, quando Din fez a curva, pude ver o enorme prédio com cores suaves.

Engoli em seco, um sorriso trêmulo e ansioso descontrolado meu coração.

- Chegamos. - Avisou parando no estacionamento.

Espremi os lábios, me focando em Din. Ele estava tão bonito, um sorriso feliz se apossando de seus lábios bem desenhados e bonitos.

- Nosso apartamento - A frase saiu sagrada por meus lábios, deixando um gosto doce neles. Respirei, a emoção enchendo meus olhos e me deixando sem ar.

- Nosso - Sussurrou de volta, se inclinado em minha direção e tocando meus lábios com os seus.

Senti seu cheiro de café, meus dedos tocaram seu rosto e pude sentir a maciez dele. Din tinha um gosto doce, talvez por culpa da bala de morango. Meu corpo tremeu quando seus dedos mornos se afundaram em meu cabelo amarrado, me aproximando de seu corpo.

Estava tonta. Toda a ansiedade, o nervosismo e a insegura se esvaindo com seu beijo. Sua língua tocou a minha, ela era quente e macia, me senti desmanchar.

- Senhores - Afastei o rosto com o barulho.

O toque no vidro encheu meus ouvidos novamente, e então, ergui os olhos e encarei o homem careca que batia no vidro fechado da janela. Meu rosto queimou.

- Isso aqui é um estacionamento. - Explicou com uma expressão que fez meu corpo congelar.

Assenti calmamente, forçando um sorriso amigável para ele. O homem se afastou, e soltei a respiração que não percebi que estava segurando.

- Nosso primeiro esporro - Din revelou com a voz baixa, rindo discretamente.

O fitei incrédula, ainda podendo sentir o calor em minhas bochechas.

Saímos do carro, o vento é suave e morno, algo que eu não estou acostumada. Din segurou minha mão e sorriu. Relaxei os músculos com aquele sorriso, apreciando o calor que irradiava de sua pele. O segui para dentro do prédio refrigerado, apreciando a mudança para o clima mais frio. Dilan cumprimentou a senhora que estava sentada na recepção, ela tinha um olhar curioso sobre nós. Me forcei a sorrir para ela também.

Entramos no elevador, e respirei fundo.

- Você está muito nervosa - Comentou acariciando minha mão com o polegar.

Encarei seus olhos castanhos, me acalmando ao olhá-lo. Estava nervosa, com certeza. Tinha sido cansativo fazer a mudança, mas o mais difícil foi me despedir de todos. Molly parecia tão triste, e doeu profundamente vê-la daquela maneira.

- Claro que estou nervosa - Admiti em um resmungo.

O elevador se abriu, revelando o sétimo andar. Senti o ar faltar novamente em meus pulmões. As paredes eram um amarelo pastel, e o corredor tinha cheiro de lavanda. Din me guiou até a penúltima porta, ela era uma madeira escura.

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