11: Tão brilhante quanto as estrelas.

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Lory.

MEU CORAÇÃO TREME AO SEGURAR O pequeno objeto. Respiro fundo, observando a cerâmica branca do nosso banheiro. Meus olhos correm pela banheira na esquerda e pelo piso delicado no chão.

Não escuto nenhum barulho vindo do lado de fora, a única coisa que invade meus sentidos são as gotas lentas que caem da torneira. O gotejar incessantemente parece ser a única coisa que pode me acalmar. Me ajeito no vaso sanitário, esperando com paciência o momento certo de ver o resultado.

Meu coração bate com tanta força que posso senti-lo por meu corpo. Passo as mãos pelos cabelos presos num rabo de cavalo, e mordo os lábios.

É fácil me lembrar da noite no sofá que estávamos vendo algum filme que nem me lembro mais, e ele tocou minha coxa, depois subiu com suas mãos mornas para minha barriga, levantando meu pijama e deixando meu corpo quente. De seus sussurros roucos e trêmulos em meu ouvido. Dos seus lábios cheios contra os meus. Da sua necessidade depois de um longo dia cansativo no trabalho. Eu também não ficava para trás, estava ansiosa demais para tê-lo, que nem me lembrei da porcaria da camisinha.

Eu não quero estar grávida, agora não.

Termino de contar os três minutos mentalmente, e tiro com cuidado o teste de gravidez do pequeno recipiente. Meu coração treme e sinto minha garganta apertar. Molho os lábios secos, respirando fundo, e falando para mim mesma que vai dar negativo.

Procuro com atenção pelo resultado, e meu peito pula sem controle.

Negativo.

O alívio dominou minhas veias no mesmo momento.

- Obrigado. - Sussurrei para mim mesma, jogando o teste de gravidez no lixo e dando um nó na sacola. Deixei a sacola sobre a pia, falando para mim mesma que irei jogar fora antes que Din chegue. Não quero que ele saiba disso.

Com um suspiro profundo, arrumo o banheiro e passo a tolha por meu corpo. Me encaro com calma no espelho. A marca vermelha que Din deixou essa manhã ainda permanece bem visível em meu pescoço, e sorrio feito uma idiota para meu reflexo.

Procuro arrumar meu cabelo antes de me cobrir com o roupão. Está cada vez mais difícil cuidar dele por causa do pouco tempo que ando tendo. Com o roupão em corpo, saio do banheiro. Meus olhos correm para a porta quando alguém mexe na maçaneta.

— Din? – Pergunto nervosa. — Din, chegou mais cedo? – Seguro a maçaneta, a virando.

    Meu coração pula do peito ao ver Dilan na minha frente. Ele sorri de lado, se divertindo com a situação.

— Te assustei? – Indagou, entrando no quarto.

   Franzi a testa, me virando para ele e fechando a porta.

— Por que chegou tão cedo? – Segui em direção ao guarda-roupa. Escolhi uma calça jeans e uma camisa leve.

   Observei de soslaio, Dilan tirar a gravata e desarrumar os cabelos castanhos. Sorri ao ver ele se sentar na cama e depois me encarar.

— Estamos reformando o veterinário. Travis disse que era melhor. Já que agora ele será meu, temos que fazer algumas mudanças. – Dilan respirou fundo, fechando os olhos cansados. — A vida está complicada.

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