9: Noite de Natal.

1.4K 197 225
                                    


LORY.


     O NATAL É VISÍVEL EM Umbrella City. As ruas gritam em cores, a neve cobre as ruas, a noite é estrelada e gelada.

     Respiro fundo, me concentrando no calor de Din em minha mão. Ele para de andar bruscamente, olhando para a vitrine de uma loja.

— O que foi? – Indaguei me inclinando para olhar a loja. Meu coração palpita ao ver todos os vestidos de noiva. Levanto o olhar para Dilan, e os olhos dele estão brilhando com a imagem. — São bonitos. – Comentei, chamando sua atenção.

   Dilan piscou lentamente, parecendo voltar para a realidade.

— O quê? – Indagou, e eu ri, empurrando seus ombros.

— Estava pensando em como eu ficaria em um desses? – Mordi os lábios, encarando seu óculos. As lentes ficaram embaçadas com a fumaça que saiu de sua boca quando ele respirou fundo.

— Sou tão óbvio assim? – Rebateu, parecendo preocupado.

— Você sempre foi óbvio, Dilan. – Ri, ajeitando seu óculos no nariz. Ele sorriu, se inclinando para tocar seus lábios com os meus em um beijo calmo e rápido.

— Mas mesmo assim, se não fosse a Tessa para nos ajudar, nunca teríamos notado os sentimentos um do outro. – Relembrou, com um sorriso divertido e olhos nostálgicos.

   Dei um peteleco em sua testa, deixando ele rir e abraçar meus ombros. E então, voltamos a andar pelas ruas vibrantes de Umbrella City. De longe, pude ver Noah correndo com sua bicicleta ao lado de Emy, irmã de Trevor. Ele tem os olhos verdes brilhando ao observar a menina que passa com pressa na sua frente.

   Sorri com a imagem, percebendo como o tempo havia passado rápido.

     Meu pai e sua família vieram morar aqui também, queriam deixar a família mais próxima. Mamãe e Travis se casaram, foi uma festa divertida e cheia de amor na praia. Ainda posso me lembrar da brisa salgada e a música alta. Respirei fundo, sentindo todos os seis anos que passaram baterem em meu rosto. Eles foram incríveis.

      Dilan observa o banco do outro lado da rua. Meu peito palpita ao lembrar do Candy's, que antes ficava naquele terreno. Foi horrível ver meu lugar favorito na cidade ser destruído.

— O tempo levou tantas coisas. – Comentei, com o peito dolorido.

— Mas também trouxe muitas. – Sua voz rouca encheu meus ouvidos, e Dilan acariciou meu pulso com carinho.

   Admirei seu rosto maduro. O óculos o deixa mais sério, mas ainda posso ver os traços jovens e fofos de alguns anos atrás. Sorri suavemente, sentindo o cheiro de Din invadir meus pulmões. Seu cheiro agora corre ao meu redor diariamente, e isso só me faz ter certeza que sempre foi ele. 

Meu coração retumbou com esse pensamento, e respirei fundo, sabendo que tinha certeza do que já vinha pensando há meses.

— Podemos mudar a rota? – Indaguei me referindo ao restaurante que íamos. Din franziu as sobrancelhas, ajeitando meus fios atrás das orelhas. Mordi os lábios, meu peito ainda estava descontrolado.

— Aceito. Odeio restaurantes chiques. – Revelou, fazendo-me rir.

   Segurei sua mão, o puxando pelas ruas cheias de neve da nossa pequena cidade. Quando entramos no meu carro, a neve começou a cair, e senti que os céu estava entendendo todos os sentimentos que eu não estava. Eu só sabia o que deveria fazer.

Contos Para CrescerOnde histórias criam vida. Descubra agora