12: O crescer que procuramos.

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LORY

- EU NÃO AGUENTO MAIS. - MURMUREI, levando meu copo de bebida aos lábios. A cerveja gelou minha garganta e aliviou toda tensão.

Observo Molly com calma, ela carrega um sorriso suave nos lábios enquanto mexe nos cabelos longos. Seu rosto está mais maduro e ela continua linda e gentil.

- Crianças dão trabalho. - Avisou com calma, bebendo seu vinho. - Está sendo difícil cuidar do Mattew. - Meu coração pulou ao perceber todo o tempo que passou. Agora Molly é uma adulta, mãe e esposa.

- Parece que foi ontem que eu tinha que passar minhas tardes cuidando de você. Agora estamos aqui, bebendo e falando sobre nossos filhos. - Ri sem me aguentar. Molly me acompanhou, sua risada continua baixa e fofa.

- Eu sei. Tudo foi tão rápido. Gostaria de ter aproveitado melhor meus dezessete anos. - Ela passou a língua nos lábios e percebi que suas bochechas coraram.

- Está lembrando dos dezessete anos, quando começou a namorar com o Theo? - Ela sorriu timidamente, falando logo em seguida que sim. Rimos juntas novamente, o álcool fazendo efeito.

O marido de Molly chamou-a, e então ela foi de encontro a ele.

Eu não sirvo para beber, mas de vez em quando não faz mal.

- Chega de álcool para você. - Dilan apareceu de repente ao meu lado, tomando o copo de minhas mãos e sorrindo.

Observei com cuidado as marcas que os anos deixaram em seu rosto, mas sorrio, vendo com facilidade o menino de risada cativante e olhos castanhos de vários e longos anos atrás.

- Stephan disse que gravaria e postaria na Internet se você ficasse bêbada de novo, esqueceu? - Relembrou entre risos, deixando meu rosto quente e fazendo-me empurrar seus ombros.

- Não fale tão alto.

Din abraçou meus ombros de lado, beijando o topo de minha cabeça e me fazendo rir. Ele tinha cheiro de chocolate quente, e mordi de leve sua orelha.

- Não façam isso em público. - Escutei a voz baixa atrás de nós. Virei o rosto para encontrar pares de olhos castanhos tão brilhantes quantos os de Din.

Quando Stephan nasceu, ele parecia bastante comigo, mas o tempo revelou que suas feições e até a mania de estalar o pescoço ele herdou do pai.

Puxei seu braço com cuidado, beijando sua bochecha e o deixando envergonhado.

- Meus amigos estão aqui, não faça isso. - Censurou limpando a bochecha vermelha, e me fazendo rir.

- Por favor, Stephan, não seja tão mal com sua mãe. - Din brincou, deixando nosso filho adolescente ainda mais constrangido.

Stephan juntou as sobrancelhas finas, coçando o pescoço e andando para longe de nós.

- Acho que pegamos muito no pé dele. - Sussurrei, acariciando seu cabelo e rindo sem me aguentar.

Dilan concordou, me apertando mais em seus braços e me roubando um beijo calmo e demorado. Apreciei seus lábios com todo o amor que corria por minhas veias, sabendo que aquele sentimento nunca mudaria.

- Pais. - A voz de Cory soou aguda e envergonhada.

Me separei de Dilan a força, observando com atenção nossa filha de cabelos longos e sardas pelo rosto. Seus olhos castanhos lembram os meus, assim como o nariz fino e o temperamento impaciente.

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