Um amor verdadeiro

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O clima ficou um pouco pesado, finalmente se tocaram que aquilo era sério, Pucca estava falando. Abyo percebeu a estranhesa e o silêncio que pairava no local, então resolveu puxar assunto com Garu.

–Puxa Garu, quem diria! A Pucca tá falando mesmo hehehehe… – Riu de forma forçada e sem graça enquanto coçava a cabeça.

–Eu achei que nunca mais ouviria sua voz por causa desse voto idiota. – Garu olhou para o tio Dumpling demonstrando raiva, que o deixou muito sem graça – Quer dizer, sabe…

–Tudo bem! Já estava na hora desse voto ser rompido, não é Pucca? – Ching falou já olhando para Pucca, que se mantinha evitando troca de olhares.

–Claro… – Pucca disse olhando para o chão, ainda um pouco envergonhada.

Passaram-se alguns minutos e Pucca saiu do espaço, indo diretamente para a cozinha a fim de ajudar com as entregas, que era o que normalmente fazia. Abyo ficou um pouco preocupado e então continuou o assunto com Garu.

–Garu, o que você acha disso?

Garu levantou os ombros, demonstrando que não ligava. Ching virou o rosto indignada e Abyo, respirando fundo, prosseguiu:

–Você realmente não se importa?

–"Ela só quebrou o silêncio, não é como se ela fosse mudar totalmente por causa disso."

–Ok então.

Ching deu um leve sorriso e se retirou do local.

–Então eu vou indo Garu…

Abyo saiu e vendo Ching que já estava um pouco longe, correu chamando-a. Ele gritou seu nome e ela parou. Abyo estava ofegante, havia corrido bem rápido e Ching o encarou de cima a baixo, que estava com as mãos no joelho e com a respiração pesada.

–O que foi?

Ainda um pouco ofegante ele respondeu:

–V-vamos Conversar.

Ching respirou fundo e fez uma cara de preocupação, pegou na mão dele e continuou andando ao seu lado sem falar nada. Abyo a seguiu também em silêncio e, quando se deu conta, estava perto do laguinho na floresta em que iam quando queriam ficar sozinhos e, sentando-se em uma pedra, Ching perguntou:

–O que você quer falar?

–Você sabia que a Pucca não iria continuar com o voto de silêncio de manhã cedo?

–Não, ela não estava pensando nisso.

–O que quer dizer?

–Ela só quebrou o voto pela tarde, quando fui atrás dela.

–E-espera, você...– Antes que pudesse continuar Ching o interrompeu. –Sim, eu que a incentivei a quebrar esse voto bobo.

–Ma-mas… Por quê?

–Abyo, você não entenderia, nós duas conversamos e isso vai ser melhor para ela.

Abyo respirou fundo, um pouco indignado mas, de certa forma, a compreendeu e deu um sorriso pequeno.

–Ok.

Ching sorriu feliz e lhe deu um abraço. Abyo estava sem camisa como de costume e, por causa do treino e da correria, estava um pouco suado e por isso, a inicio rejeitou o abraço.

–Qual o problema?

–É que… E-eu preciso de um banho.

Ching riu e o abraçou novamente, dessa vez de forma mais carinhosa, aproximando sua boca no ouvido dele.

–Desde quando você se importa com isso? – Disse sussurrando ainda próxima em seu ouvido.

Ele riu e retribuiu o abraço a puxando para mais perto e envolvendo sua cintura com os braços, o que fez ela ficar um pouco surpresa. Ela se desfez do abraço permanecendo em seu colo envolta pelos braços do rapaz, que a olhava no fundo dos olhos e quando ela retribuiu o olhar profundo ele a soltou,  ficando um pouco vermelho de vergonha. Ela riu baixinho enquanto ele se virava para o lado evitando que ela olhasse seu rosto envergonhado.

–Você é tão fofo.

–E-eu não.

–Sabe, desde sempre você é assim, eu acho fofo.

–A-assim como?

–Você nunca conseguiu me dizer com palavras que me amava, sempre ficava envergonhado. Os outros não acreditariam se eu dissesse que você é tímido.

  Abyo ficou ainda mais avermelhado, o que a garota disse era verdade. Eles namoram  desde os onze anos de idade, mas naquela época era tudo uma brincadeira de criança: Não se beijavam, não ficavam juntos e sequer andavam de mãos dadas. Ching sempre gostou muito dele mas Abyo nunca pensava nela em primeiro lugar, ele era do tipo arrogante, que se auto idolatrava e se amava mais do que tudo.


Mesmo gostando dela, ele evitava demonstrar e, na verdade, ele sequer conseguia direito, ficava muito envergonhado e, apesar de Ching se encomodar um pouco com isso, ela gostava e sempre achava fofo. Quando Abyo começou a dar mais atenção para ela o relacionamento deles mudou: Agora passavam mais tempo juntos, quando saíam andavam de mãos dadas e passaram a se beijar, eles já não eram crianças e o namoro deles não era mais uma brincadeira.

–E-eu…

Ching riu baixinho novamente, ela sabia que tinha o atingido pois falara o que ele não conseguia admitir.

–E-eu... Te amo…

Ching parou de rir e o olhou fixamente que ainda estava de costas, ela não acreditava no que havia escutado.

–O-o que você disse?

Abyo se virou para ela, respirou fundo e, levantandoa cabeça, olhou no fundo de seus olhos, ainda envergonhado e um pouco vermelho.

–Eu t-te amo Ching. S-sempre me senti assim.

Ching paralisou-se instantaneamente, ele realmente confessou seu amor com palavras, ela não estava acreditando. Ficou avermelhada e seu coração batia cada vez mais forte, ela estava absurdamente feliz por dentro, mas por fora parecia uma estátua, o que estava deixando Abyo com ainda mais vergonha.

–D-desculpa por n-nunca ter dito isso antes.

Ching finalmente saiu do transe e pulou nele lhe dando um beijo, ambos corações se aceleravam cada vez mais batendo em sintonia, Abyo ficou muito surpreso pela atitude da garota, ele nunca se sentiu tão bem, seu amor era totalmente retribuído e, fechando vagarosamente os olhos, retribuiu o beijo lhe abraçando e carinhando sua cabeça. O beijo foi lento e prolongado, quando enfim o desfazem respirando pesado, estavam avermelhados de vergonha.

–V-você nunca me b-beijou assim… – Abyo disse ainda envergonhado com um sorriso no rosto que não conseguia disfarçar.

–B-bem… E-eu fiz isso por impulso… – Ching também estava feliz, mas com muita vergonha. – É a primeira vez que você diz que me ama.

–Sinto muito por isso, mas se toda vez que eu disser ganhar um beijo assim eu posso repetir o tempo inteiro hehehe. – Disse com tom irônico e rindo de forma debochada.

–S-seu idiota! – Ching abaixou a cabeça por um momento e, olhando novamente para ele, prosseguiu. –Eu sempre amei você, obrigada por me fazer uma pessoa feliz.

Ele a encarou por um momento de forma surpresa e, puxando ela de volta para seus braços, começou a rir tranquilamente, um riso de felicidade. Aquela sensação era agradável e ambos sentiam o desejo de ficar ali para sempre.
 
  Depois de alguns minutos passados ali, se levantaram e decidiram ir para casa, já estava anoitecendo e não queriam ir para casa tarde, então, se despedindo com mais um beijo, foram embora do local, ambos muito felizes, já não ficavam assim há tempos. Quando chegou em casa Ching viu sua foto em que estava com seus grandes amigos, Pucca, Garu e Abyo. Encarou a imagem um pouco e ficou pensativa. "Ele vai perceber que não pode viver sem você Pucca, até lá você continuará sofrendo um pouco mais, isso é para o seu bem…"

Amar é complicado(Pucca)Onde histórias criam vida. Descubra agora