Desvio {destiel}

Capítulo 29

•••

Ninguém sabia o que fazer. Dean não sabia se passava pela janela para ir embora ou se ficava, assim como Castiel estava perdido, queria falar algo, se explicar e também queria fugir. Camila estava intacta na porta, nem para pegar seu celular no chão ela conseguia.
Pessoas em choques tendem a ficarem paralisadas.
O moreno olhou para Dean que retribuiu o ato e, o loiro percebeu como estava apavorado. Precisava ajudar o namorado, tinha que fazer algo.

- Senhora Novak...- a voz do mais velho foi a primeira a quebrar o silêncio, atraindo os olhos azuis da mulher para Dean mas, a mesma foi mais rápido, impedindo ele de continuar

- Me chame de Camila, Dean- ela disse da melhor forma possível mas seus olhos estavam em lágrimas- e por favor desça e saia pela porta, é mais seguro- ele assentiu, colocando a blusa e os sapatos

- Você vai ficar bem?- perguntou o loiro, assim que passou por Castiel, indo em direção a porta do quarto e o mesmo apenas afirmou com a cabeça. Ele queria dar um beijo de despedida no moreno mas se segurou

- Pode deixar a porta aberta, depois eu tranco- Camila pediu para Dean que já descia as escadas, devagar para não acordar ninguém mais

- Claro- e foi a última coisa que o mais velho disse antes de ir embora

Ela respirou fundo pegando seu celular do chão e desligando a lanterna, Castiel observava cada movimento de sua mãe, atento em cada detalhe e com isso, ele viu ela chorando, baixinho enquanto se sentava ao lado do filho que, involuntariamente começou a chorar também. Ver sua mãe assim, o estava machucando mais do que gostaria.
O medo de ser rejeitado por ela por sem quem é, era avassalador. E doía. Não iria saber viver sem a mãe.

- Mãe...- ele sussurrou com a cabeça baixa, ainda coberto- me desculpe- disse chorando, virando o olhar para Camila que estava ao seu lado

- Não...- ela limpava as lágrimas teimosas que saiam- nunca mais Castiel... nunca mais peça desculpas... não por amar- a mãe dizia brava mas só parecia, estava mais afobada

- Mas... você está chorando mãe, eu não entendo- ele falava confuso, pelas palavras da mulher e suas lágrimas. Uma não coincidia com a outra

- Queria que tivesse me contado, Cas- admitiu, descendo o olhar magoada- sempre quis ser o melhor pra você e eu nem consigo ao menos fazer você confiar em mim, eu... fiz algo que causou isso?- perguntou

- O que? Mãe, claro que não! Eu só... estava com medo... tinha receio de como você ia reagir. Você sempre seguiu a bíblia tão seriamente...- Castiel soltava as palavras desesperado

- Que se dane a bíblia! Você é meu filho Castiel- ela quase gritou- e eu... nunca estive tão orgulhosa de você, por não desistir- ela segurou a rosto do filho, juntando com o dela- eu te amo do jeitinho que você é, não mudaria nada- ela sussurrou e o pequeno chorou mais ainda, a abraçando

Se aceitar era maravilhoso e ficava melhor ainda quando aqueles que te amam, te aceitam também. E Castiel não poderia estar mais feliz, se sentia mais completo do que nunca foi. Sua vida toda, sendo um peso e agora... tão mais suave, e tudo isso por se permitir amar. Ele podia dizer que o amor havia salvado sua vida.

- Também te amo, mãe- disse sorrindo em meio as lágrimas que limpava

- Vai dormir, Cas- ela fez um carinho na cabeça do filho antes de se levantar- logo amanhece

- Ah... unh, você não vai contar pro pai né?- perguntou, receioso e ela riu

- Ta brincando comigo né, Castiel?- perguntou, irônica- como se eu quisesse te matar- revirou os olhos- vamos dar um jeito de conversar com seu pai, sobre você não querer mais se tornar um Padre sem mencionar sua sexualidade, tudo bem?- Cas nem precisou dizer nada para sua mãe, estava subscrito que ele havia mudado de ideia