Capítulo 35

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- Dean?

...

- Dean?

...

- Hey, cara, acorda!

Lentamente os olhos do Winchester mais velho foram abertos.

E mais do que nunca ele desejou que tudo aquilo fosse apenas um sonho.

Mas não era.

A realidade bateu em sua cara quando sua visão foi tomada pelo corredor do hospital. Vazio, até porque era madrugada.
Fazia horas que estava ali, todo torto na cadeira desconfortável e velha, só esperando alguma notícia ou que deixassem pelo menos ele entrar no quarto de...

Ele não conseguia.

Pensar no mais novo, o fazia desmoronar, e a pela sensível que ficava ao redor de seus olhos, já machucada por tanto esfregar, voltava a arder pelas lágrimas que começavam a cair.

O medo de perdê-lo, o apertava o peito de uma forma que doía respirar. Nunca havia imaginado uma vida sem ele, mas sendo sincero. Ninguém nunca imagina uma vida sem a pessoa amada, até que algo te obrigue, da forma mais cruel, a imaginar.

- O que aconteceu? Ele acordou?- a voz carregada de cansaço do loiro, ecoou pelo lugar silencioso

- Não, Dean...

- Então, porque diabos você me acordou, Sam?- perguntou, ao ouvir que tudo estava na mesma. Ele esperava acordar e ver que tudo estava bem.

- Você precisa comer alguma coisa- o mais alto pronunciou carinhoso, sentando ao lado do irmão

- Como eu já disse das últimas 8 vezes, estou sem fome.- finalizou, virando o corpo para o lado oposto de Sam, fechando os olhos, mesmo sabendo que não iria mais conseguir dormir

- Vamos, Dean. Gabe e o Padre estão na lanchonete esperando por você.- suplicou mais uma vez

E em troca, houve apenas silêncio.

- Olha... não faço ideia de como deve ser isso, cara, mas só de imaginar o Gabriel nessa situação, eu consigo ter uma ideia- iniciou, cauteloso- sinto muito, Dean... a dor do desespero de algo que não depende de nós é... sufocante e nos rouba a paz, eu sei...- a cada palavra dita, Sam conseguia ouvir fungadas de choro e perceber como Dean tremia. Provavelmente por se obrigar a ficar quieto, quando tudo que precisava, era gritar- mas quando Castiel acordar, você tem que estar bem pra ele, e isso não vai acontecer se você estiver também em uma cama de hospital com fraqueza, sem conseguir ficar de pé.

Apenas silêncio. E quando Sam pensou em desistir, o barulho do estofado o deixou aliviado.
Dean se virou para o irmão. Os olhos vermelhos e pele pálida, queria abraçá-lo, mas sabia que quando o mesmo estava assim, o melhor era deixá-lo. Dean não fazia muito o tipo de abraços nesses momentos, sempre preferiu ficar sozinho.

- Eles tem torta?- perguntou e Sam sorriu

- Tem... tem sim.

~*~

Foram aos poucos. Mas ele sentiu o primeiro respirar. O ar entrando em seus pulmões e saindo. Seus sentidos voltando aos poucos, junto com a vida.

Seus dedos se mexiam devagar enquanto sua audição ouvia um certo barulho... havia visto filmes o suficiente para saber que era daquele aparelho que media os batimentos cardíacos, no qual ele não sabia o nome. Sua visão ainda estava embaçada, assim como sua mente.

Ele não entendia o que estava acontecendo.

Estava com Dean? Talvez o ajudando com algum trabalho da faculdade? O que explicaria o barulho do aparelho mas... como? Não se lembrava de ter ido até o namorado.

Desvio {destiel}Onde histórias criam vida. Descubra agora