4- Só uma carona.

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Estou chegando em casa às 19h45 em ponto, o dia hoje foi puxado

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Estou chegando em casa às 19h45 em ponto, o dia hoje foi puxado. Nem consegui falar com o Christian à respeito da minha conversa com Stella.

Saio do elevador e logo sinto o delicioso cheiro de lasanha.. — lasanha da qual só minha mãe tinha o dom de fazer. Lembro que quando criança eu adorava ficar na cozinha observando-a cozinhar, era uma das minhas diversões. De vez em quando ela me deixava "ajudar", mas é claro que era só para eu ficar feliz.

Ouço a risada do meu pai vindo da cozinha. Será que ele está no telefone?

— Pai? — chamo me aproximando da cozinha.

E não, ele não está sozinho, tem uma moça ao lado dele, estão tão entretidos com o que estão fazendo que nem notaram minha presença. Pena que não consigo identificar quem é pois a mesma está de costas para mim, e virada para o fogão.

— Atrapalho alguma coisa? — digo colocando minha bolsa sobre o balcão e pegando um copo para ir até a geladeira pegar a jarra de água.

— Hã.. não, filha. — essa voz, eu conheço essa voz..

Quando me viro para a direção de onde vem, a jarra automaticamente desliza da minha mão partindo-se em mil pedaços no chão, e fazendo com que a água se espalhe pela cozinha.

É a minha mãe.. eu.. eu não acredito.

— Mã.. mãe? — é a unica palavra que sai da minha boca.

Minha voz some, meus olhos começam a lacrimejar, e pelo meu corpo passa uma corrente de energia inexplicável.

— Jo, sou eu, é a mamãe. — ela não se segura e começa a chorar abrindo os braços me chamando para o mesmo.

Minha única reação é ir correndo até ela, que logo me envolve em seus braços.
Seu abraço é tão cheio de.. saudade. É sincero. Envolvente. Acolhedor.
Eu poderia dormir assim facilmente.

— Filha, me perdoa por tudo, tá? — ela se afasta e junta suas mãos no meu rosto — Sei que errei, e que ao invés de ter me afastado eu deveria ter ficado aqui, cuidando para que vocês mudassem, e não simplesmente ter ido embora. — ela dá um suspiro para se recompor — Mas agora estou aqui para recuperar o tempo que perdemos, você me dá mais uma chance para recomeçarmos? Para construirmos nossa relação de mãe e filha, novamente?

Se dei mais uma chance para o meu pai, que forjou a própria morte, que me deixou sozinha e sofrendo durante 5 meses, e que acabou colocando minha vida em risco por causa dessa loucura. Por que não daria para ela, que apesar de tudo, fez o que fez porque na época os errados éramos eu e meu pai?

— Mãe, é claro que eu te perdoo. E sem dúvidas te dou mais uma chance. — livro-me das lágrimas —  Tá tudo bem, ok? Vamos pensar só daqui para frente e deixar no passado tudo o que aconteceu. Vamos ser uma família novamente.

Depois que Colidimos - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora