Capítulo 4 - "A Balada dos Magos"

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       Ao passar pela ilusão, cambaleou, manteve-se em pé até que uma sensação nauseabundo te acertou no estômago e a fez sentir sua garganta queimar. Ficou com os joelhos e uma mão apoiada no chão arenoso, a outra mão se encontrava na boca. Astrid franziu a testa, resistindo a exaustão mágica.
       - Isso vai passar, se acalme, príncipe. - falou Lorcan, soberbo.

       - Vai se foder também. - balbuciou Astrid.

       - Você confirma minha teoria, seres humanos são os seres mais sarcásticos dentre os seres inteligentes.

       Quando se levantou e sua visão deixou de ficar turva, pode prestar mais atenção no corredor de paredes de pedra irregulares com tochas com espaçamentos de 3 metros cada uma que iam até o final do corredor. Uma luz suave mostrava o final do túnel, trazendo uma brisa quente, porém úmida. Os dois caminharam lentamente, trazendo suas montarias junto, Astrid sentia um cheiro comum de carne que o vento suave trazia.

       Ao atravessarem a passagem, se depararam com fileiras de tendas de tecido, barracas de chapa, casas de taipa e barracos mal construídos. Tudo era coberto uma elevação de terra como se todo o acampamento estivesse dentro de uma cratera cheia de vida e, havia uma forja ao longe com diversos anões com martelos de metalurgia.

       As construções mais ao longe pareciam cortiços ou albergues, havia uma porém, uma tenda gigantesca com uma bandeira tremulante sobre um outeiro; Ao lado dela havia uma caserna constituída de madeira. Astrid conferenciou todo o panorama com um rápido olhar, parecia que nunca iria ver o suficiente do lugar, havia tantos transeuntes e casas naquele lugar, parecia que sempre tinha alguma novidade.

       O cheiro vinha de tendas onde um tiefling cozinheiro, o delicioso aroma saia de uma churrasqueira de tijolos, o solo de onde estavam eram de ladrilhos quebradiços.

       - Deixem-me que eu cuide de seus cavalos, cavaleiros. - pronunciou um cavalariço maltrapilho que apareceu furtivamente ao lado da dupla.

       O mago elfo tomou as rédeas de Aurora e conduziu os dois animais para as mãos do homem calvo. O pomposo lhe deu duas peças de prata.

       - Muito obrigado, cuidem bem de nossos cavalos.

       - Com todo o prazer, meu humilde senhor. - disse o homem, com uma expressão indecifrável para Lorcan.

       O estranho tinha uma notável eloquência, mas humilde? Hãn! Não estamos falando da mesma pessoa, pensou a mulher. O elfo fez um gesto para que o seguisse, ele notou que ela quis dizer algo, entretanto, emudeceu-se.

       - Esse refúgio não abriga somente magos e feiticeiros, aqui acolhemos pessoas a margem da sociedade e damos abrigo. - explicou, com uma expressão astuta.

       - Ora, vejo que você luta por igualdade. Parece que temos um elfo bem caótico e bondoso, não? - falou entre risadas.

       - Guarde seu sarcasmo para os Combatentes, talvez eles dê valor ao que você diz. - disse Lorcan, em tom provocativo.

       Ambos caminharam para a enorme tenda, foram detidos por dois guardas com alabardas que estavam a frente da entrada. Um deles tinha uma armadura de placas em tom acobreado com um elmo estilo armet, o seu companheiro era um sujeito quase idoso utilizando uma cota de anéis e um elmo sallet. O guarda com o elmo pontiagudo levantou sua viseira, fazendo aquele rangido metálico, para enxergá-los melhor.

       - Lorcan, quem é essa mulher?

       - Quero mostrá-la aos líderes, creio que sua importância pode nos ajudar.

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