Inquisição Dragônica

Capítulo 8 - "Batalha pela Rosa"

       Riwar jogou a pesada espada para trás quando dois soldados se aproximaram o suficiente em um ataque pelos seus flancos. Fazia o montante ficar na horizontal com ambas as mãos, rotacional seu próprio corpo e usou do poder da força centrifuga. A espada girou tão rápido que todos viram apenas o vulto dela, destroçando os dois homens na metade e espalhando suas vísceras e sangue. As armaduras podiam absorver magias, mas para a espada de uma guerreira como Riwar, era só uma camada de ferro contra sua espada gigante.

       A meio-orc disparou fremindo furiosa, com a espada sobre os ombros pronta para a próxima cortada. Duas mulheres do grupo do clérigo levantaram seus escudos, inertes, ao mesmo tempo que outros dois lanceiros protegiam as laterais das escudeiras.

       - Ela vai continuar a avançar desse jeito?! Ei! - gritou Ysmeer. - Você vai morrer!!

       Os magos não tinham uma reação única, murmuravam uns com os outros pela ação irracional de Riwar. Todos acreditam que ela ia morrer nesse ato de burrice, com a exceção de Astrid que torcia mentalmente. Tentou avançar para ajudar sua amiga, mas foi impedida pelos companheiros de batalha.

       Os lanceiros lançaram ataques múltiplos em um segundo apenas, os golpes acertaram, porém surpreendentemente isso não impediu dela se aproximar das guerreiras de branco. Sua espada gigantesca criou uma lufada poderosa quando ela atacou em semicírculo com sua espada. Rachando os escudos e partindo os braços das guerreiras. Cortando suas carnes como se fossem tenras e sua proteção como se fosse de papel. As duas berravam pela dor excruciante.

       As pontas das lanças estavam penetradas na carne da meio-orc, que não sequer demonstrava dor. Facilmente, arrebentou a haste das armas dos inimigos com braçadas potentes. Os lanceiros pularam para trás, afundando na formação e se escondendo atrás de seus respectivos companheiros.

       - Ainda vai se proteger atrás de lacaios? - vociferou Riwar.

       O clérigo tomou fôlego e respondeu:

       - Pela última vez, não farei teu desejo de duelo! Peguem ela! Coloquem essa mestiça no lugar dela!

       Com um urro animalesco, Riwar avançou alguns passos antes de defletir ataques de espadas que vinham de todos os lados, pois havia entrado no centro da formação inimiga. Seus colegas magos estavam hesitantes, mas com a tendência de ajudá-la.

       - Ela quebrou a formação! Vamos ficar só olhando?! - Astrid indagou em tom desrespeitoso ao líder.

       - Cala-te, Príncipe! - retorquiu Ysmeer. - Ela tomou a decisão dela, continue me obedecendo, diferente dela! Eu sei o que é melhor para nós.

       Astrid senti que o certo a se fazer era ajudar, porém estavam sobre as rédeas curtas do líder do grupo, afinal ele toma todas as decisões do grupo. Ela, estando inserida nesse contexto deve seguir os éditos e ordens, apesar do que sentia ser o oposto. Enquanto debatiam, a bárbara havia matado mais cinco soldados, sendo que três delas ela os partiu ao meio em um único golpe devastador.

       O espadão de Riwar sibilou antes de decapitar um soldado. Da mesma forma que um atleta profissional de arremesso de peso, Riwar usa o principio de usar seu próprio corpo para se deslocar em giros. A meio-orc descobriu um método eficiente de manter seu balanço do corpo e atacar com extrema destreza. Depois de cortar pela metade a cabeça de um soldado e sujar ainda mais sua lâmina de sangue, uma guerreira corria para apunhalar suas costas desprotegidas.

       Astrid avisou em um bramido do perigo, Riwar pisou com força e girou novamente e desferiu um semicírculo de baixo pra cima. Desmembrando o braço da mulher de branco, contorceu seu rosto de raiva e golpeou mais duas vezes, tão rápido que ninguém conseguia acompanhar a imagem borrada da espada. Dilacerou seu tórax e pescoço, a inimiga caiu gorgolejando, se afogando em seu próprio sangue.