Capítulo 5 - "A meia-orc da cidade"

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       Um feixe da luz matinal tocou o rosto de Astrid. Lutando contra o sono, sentou-se na cama e se espreguiçou. Mesmo nesse estado, pode se levantar da cama, em seguida se cobriu com um lençol branco. Que por sinal, ainda estava quente e com o cheiro do perfume de lírio da elfa negra. Um tapete felpudo cobria parte do assoalho, o incenso já havia apagado juntamente com as velas do candelabro no teto, a jarra de estranho com vinho e os copos permaneciam intocados desde a longa noite prazerosa.

       Ela viu o caço e uma gamela lado de um tamborete e uma tina de carvalho, no chão molhado do banheiro. Ambas usaram dessas ferramentas para se lavarem antes de irem a cama. Fitando aquele sobjetos, notou que estava empapada de suor e tomou a liberdade de tomar um banho. Após isso procurou sua gambeson de lã no grande armário de salgueiro de Lyra, que por sinal não tinha visto sinal ou rastro algum dela. No meio daquele mundo de robes, roupas finas e bordadas, encontrou sua armadura leve, com um brilhete amarrado em uma cordinha nas longas mangas.

       Basicamente, a drow escreveu que foi convocar uma reunião de urgência devido as novas informações que conseguiu por sua espionagem, afinal ela era uma ladina. Ela não descreveu detalhes, apenas que deveria mudar o status quo do exercito revolucionário o mais rápido que pudesse. Pois estavam em uma situação defensiva e crítica, além do mais, há Inquisidores chegando para dominar a cidade Rosa do Deserto. Isso deixaria a revolução moralmente enfraquecida nessa região que por tanto tempo apoiou magos, mas que atualmente gozam da má fama.

       Um vermelihão nas bochechas deixou-a sem jeito quando viu uma marca de batom no final da cartinha, e logo, foi se vestir. Ao lado da macha dos lábios deixado na carta, tinha uma anotação extra dizendo que deixou um presente no cabideiro. Andou sorrindo para si mesma, lá estava sua espada longa estava apoiada. Nesse suporte de madeira entalhada, estavam o presente de Lyra. Ombreiras de e uma pequena capa para as costas, remetia a imagem de príncipe, se encarou no espelho giratório que estava no criado-mudo. Astrid ficou com um sentimento inexplicável, não conseguia parar de sorrir, afinal, realmente se parecia com um príncipe. Pôs sua arma no quadril e abriu a porta.



       Lorcan estava a espera do príncipe, com as mãos unidas nas costas e nariz empinado, encarando com interesse o longo rabo espinhoso do wyvern balançando suavemente perto dos caibros do telhado. Sem nem olhara para a feiticeira, ele soltou sua voz:

       - Pronta para sua primeira missão?

       - Bom dia pra você também - disse, evidentemente irritada pela falta de modos do elfo.

       Ele ignorou, apenas continuou:

       - Vou te levar aos líderes locais, eles aceitaram você participar da reunião, eles lhe darão algumas ordens. Precisamos nos preparar, a Inquisição Dragônica quer espalhar seu influência em Wildheim.

       Ambos foram em silêncio até a grande tenda, os guardas permitiram a passagem com gentileza. Afinal, a chegada dela deu uma breve folga de bebedeira, danças no monótono serviço. Ao menos foi assim que Astrid interpretou, mas devolveu um sorriso igualmente gentil. Atravessaram um corredor, iluminados por esferas que sibilavam voando livremente sobre as cabeças dos convidados pelos líderes chamados Combatentes. Lançando luzes azuladas oriundas de magia, eram fadas Pixies, utilizando suas luzes resplendorosas. Era raro ver uma alegre Pixie voando por aí, ainda mais tantas juntas. Deveriam ter sido trazidas por algum feitiço da escola de conjuração.

       Pixies vivem no plana astral e assim como outros espíritos, vem ao plano físico em certas ocasiões, o caso delas era por algum mago experiente em trazer seres de outros planos. O elfo folgou o colarinho do abafado gibão de couro antes de chegarem a uma sala circular. As luzes das pequenas fadas era intermitente, na sala onde havia uma mesa redonda com os líderes locais não era diferente. Um deles, um orc, bebericava um copo de água. Para um ser caótico que as pessoas atribuem a violência, tinha uma postura formal e respeitosa como se fosse um comerciante ou um político.

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