Um estrondo reverberou tanto que o alicerce das casas vibraram. As vidraças estouraram e o pânico instaurado. O corpo reptiliano do dragão se entrelaçou no topo da alta torre azul, como uma serpente maligna, expandiu suas colossais asas e soltou outro urro mágico que fez a cidade tremer perante seu poder. Dragões possuem quatro membros, duas pernas traseiras e asas mescladas com garras, semelhante aos wyverns. Porém, bem maiores, inteligentes, poderosos e capazes de usar magia.
A criatura diabólica esboçou um sorriso, mostrando sua bocarra cheia de dentes terríveis. Seu corpo era coberto por uma camada de ramos retorcidos, como se tivesse usando galhos de uma enorme árvore seca como uma armadura. Sua cabeça era coroada por uma diadema de chifres pontudos e espiralares. O elmo que usava tinham um formato de crânio dragônico e um filete de luz vermelha mostrava seus olhos atrozes.
A criatura implacável deu um solavanco na torre, pegando impulso para voar para frente. Destruindo a torre que sobrevivera a muitas guerras e que o próprio tempo a temia por sua resistência. Estendeu e fitou as pessoas que pareciam formigas desesperadas por seus rugidos sônicos. Arfou e enquanto dava um rasante, estufando seu peito musculoso, disparou uma baforada mágica de relâmpagos. Seu voo em linha reta, da mesma forma, criou um rastro de destruição apocalíptica em linha reta.
Bateu as asas, subindo numa velocidade indescritível para um ser daquele tamanho.
- Eis seu julgamento, pestes! - vociferou o dragão, para todos da cidade.
Soltou mais um rugido ensurdecedor enquanto planava, um terremoto assolou a cidade e nuvens negras se formaram num circulo nos céus fu[fúnebres. A espiral girava e girava, cada vez mais absurda em tamanho e rotação. O panorama quimérico foi tomado por horror e desespero lá em baixo, a mercê de um dragão evocando uma tempestade devastadora. Os cavalos vestindo capas forradas brancas e armaduras de ferro de placas sobrepostas, os cavaleiros portavam achas e vexillums nas cores branca e vermelha com seu temível símbolo da cabeça de um dragão.
Astrid e Riwar ficaram anestesiadas pelo horror e pela sensação iminente de morte que congelaram suas almas, encanado o céu furioso e tempestuoso. Sabiam que, poderiam ser o última dia de suas vidas se tomassem uma decisão errada.
A dupla corria paralelamente, atravessaram um pavilhão destruído pelas chamas geradas pelos raios do dragão, e estavam em uma avenida de paralelepípedos. A besta gigantesca sobrevoava em círculos sem atacar, apenas observava. Como se estivesse seguindo o fluxo dos furiosos ventos. A brisa socou as duas com força, Riwar demonstrava ser uma grande maratonista e seu corpo atlético, sempre mantendo a corrida, já Astrid estava levemente desgastada.
Após um trovão ensurdecedor da tempestade, sentiram gotas de orvalho sobre a pele e em poucos segundos uma chuva começou. Outro lampejo luminoso caiu na terra pela bocarra do dragão, caindo perto delas. Telhas e entulho caíram logo na frente delas e a visão estavam começando a ficar embaçada pelo nevoeiro de gotas. Mas o que impediu sua passagem não foi a magia de tempestade do dragão, pois uma voz chamando Riwar as fizeram parar e se virar para ver Solfieri e seus quatro companheiros:
- Isso não vai ficar assim! - vociferou o ruivo com a cara enfaixada que apontava com a mão trêmula.
- Acalma-te, maldito! - disse Solfieri. - Vamos acabar com isso rápido, afinal, vamos fugir dessa cidade de merda ricos, relaxe...
Riwar estufou o peito e assumiu uma feição azeda de ódio rapidamente.
- O que você quer dizer?!
- Eu que coloquei a recompensa na sua cabeça a algumas semanas, - gritou no meio da rua de ladrilhos, erguendo um porrete e mirando para as duas - você não vale nem os ratos do bueiro da minha casa...
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Inquisição Dragônica
AventuraO Império Khanduos emitiu um édito que proibiu qualquer tipo de feitiçaria em seus domínios. Mesmo com a opressão contra os feiticeiros pela instituição Inquisição Dragônica criada pelo Império, a própria dinastia imperial e alguns nobres usam de ma...