14 - Como isso era POSSÍVEL? 🎵

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Any 

ATRASADA, DE NOVO???

FALA SÉRIO!

TINHA QUE SER ANY GABRIELLY MESMO

AFF

Me levantei em um pulo e fui correndo me arrumar, tomei um banho rápido, coloquei a primeira roupa que eu vi pela frente e fiz um coque totalmente aleatório.

Desci as escadas tropeçando nos meus próprios pés e encontrei minha mãe no carro já me esperando.

Cheguei na escola e lhe dei um beijo veloz no rosto, todo mundo já tinha entrado e a benção aqui correndo que nem loca.

Subi as escadas até o meu andar e fiquei procurando a bendita da sala de música, NÃO ERA POSSÍVEL, bati em cada sala e não era.

Fiquei desesperada, justo na melhor aula, eu mereço, decidi descer, vai que era no andar de baixo, eu estava quase pegando no corrimão quando me deparo com uma pessoa que logo abriu um sorriso pra mim, fala sério.

- Bom dia Any - confesso que meu coração disparou, acho que é a falta de ar mesmo.

- Ah - falo meio seca - bom dia - passo a mão no pescoço tentando esconder a infelicidade que é reve-lo.

- Você parece perdida - ele se aproxima - quer que eu te ajude a encontrar a sala? - agora ele banca de bonzinho? já se esqueceu de ontem?

- Não preciso de ajudar Lamar - dessa vez ele estava no mesmo nível que eu, bem do meu lado, desviei o olhar e torcendo para ele notar a minha pressa.

- Ah, já entendi - ele cruza os braços e tenta sustentar meu olhar, mas relaxa, nessa eu não caio mais - você esta me evitando?

- Eu diria que estou com pressa, mas isso também serve - falei curta e grossa mesmo, porque não sou obrigada a nada, tentei ir em direção a escada, mas ele logo segurou o meu pulso e me puxou contra ele, quase me desequilibrei.

- Eii - fiz um sinal para ele soltar, mas ele ficou imóvel só me olhando, meu deus esse olhar penetrou a minha alma - da pra soltar ou ta difícil?

- Posso falar? - revirei o olhar e fiz que sim com a cabeça, já estava atrasada mesmo - desculpa... - quase engasguei - não foi legal o que eu fiz com o estr... - ele fez uma pausa - com o Beauchamp, eu sinto muito - encarei seu olhar, pior que tinha sinceridade neles e até um arrependimento, não sabia se acreditava ou não, queria ter a certeza de que ele não xingaria mais o Josh com ou sem a minha presença.

- Ok - respirei fundo - aceito suas desculpas - ele me soltou e abriu um sorriso - mas se isso acontecer de novo - ele fez que não com a cabeça - acho bom - sorri fraco.

- Posso te ajudar agora? - insistente né?

- Onde fica a sala de música? - perguntei olhando para o papel dos horários.

- Lá em baixo, eles reformaram agora, talvez passaram as infirmações erradas.

- Ah, verdade, obrigada - eu dei um sorriso e decidi sair daqui o mais rápido possível, Lamar bonzinho não é normal, mas ele novamente me impediu.

- Deixa que eu te acompanho.

- Ah, não, por favor, eu prefiro ir sozinha, mas valeu.

- Ah, ok, a gente se vê - ele deu um sorriso e eu retribui, desci as escadas tão rápido que quase cai - de novo - mas fiquei pensando, por que ele foi legal comigo? por causa da sua suposta quedinha por mim? fala sério!

Fiquei tão perdida em meus pensamentos que esqueci de frear, fui com tudo na porta, se eu fosse um pouco mais forte teria arrombado.

Todo mundo olhou pra mim, fiquei com a cara no chão de tão envergonhada, meu cabelo já tinha se soltado do coque improvisado e estava jogado no meu rosto, fala sério.

Tinha um mar de olhos grudados na minha pele e atentos a cada movimento que eu dava, involuntariamente ou não, encontrei o rosto que eu mais queria ver, o garoto com os cabelos loiros que tinha os olhos mais brilhantes do mundo e com certeza se destacava em meio as pessoas, dei um sorriso, mas dessa vez, um de verdade.

CANTAR??? TA DE BRINCADEIRA!!!

Eu nunca cantei em público e eu ficava nervosa e começava a suar e a trocar de perna de apoio e a falar rápido e aaa fico muito desastrada, isso não ia dar certo.

Coloquei minhas coisas no único lugar vazio que eu encontrei e acredite, coisa do destino ou não, ficava do lado do dono dos olhos mais bonitos do mundo.

Coloquei minha mochila e trocamos um olhar rápido, confesso que isso me trouxe um certo conforto. Me levantei e fiquei bem no centro da sala, mas quando eu levantei meu olhar, foi ai que eu percebi a quantidade de pessoas.

Estava lotado, entrei em desespero, comecei a respirar fundo, quase não entrava ar no meu corpo, fiquei tonta, ah isso não, meus olhos pareciam pesados e estava suando, minhas mãos tremiam e as pernas ficavam bambas e...

É claro, esses olhos, como não notei isso antes, ele me olhava com cuidado e tentava me encorajar, acho que escutei um "você consegue" , respirei fundo e fechei meus olhos, quando abri, tudo parecia mais calmo, mais lento, sabe quando só de ver a pessoa, de olhar profundo em seus olhos, você sente uma paz, um bem, é difícil de explicar, mas ... quando eu vi seus olhos da cor do mar em meio a multidão, eu lembrei de casa, de quando eu era menor e cantava ao por do sol com a minha avó, sentindo a brisa do mar nos meus cabelos e a sensação de estar vivendo aquilo tudo de novo me cosumiu, eu não entendia o por quê de ter sentido essa segurança de novo, mas com apenas um simples olhar, já falava tudo.

Comecei a ver com mais clareza, o Josh estava bem atrás da professora, ele estava bonito, mais do que o normal, usava uma camisa que destacava seu cabelo e olhos, tinha uma calça jeans preta e o seu famoso tênis, achei que talvez teria se arrumado por mim, mas logo tirei esse pensamento da cabeça.

Me concentrei no que realmente me importava naquele momento, cantar, era a coisa que eu mais gostava de fazer no mundo, me libertava, sentia que conseguia colocar meus sentimentos em cada nota que eu alcançava, eu não tinha limites, através da música você se comunicava com as pessoas, era uma forma de compartilhar o que sente sem te julgar. Era por isso eu que amava, poderia ser eu mesma, sem mas, nem porem, sem barreiras, era só eu e a música.

Escolhi cantar "never be alone" , essa música dizia tanta coisa, as pessoas tinham que prestar atenção em cada palavra, era linda.

Aos poucos fui me soltando e isso se tornou algo natural, eu cantava e as vezes fechava os olhos, essa sensação de botar tudo pra fora era ... maravilhosa, em nenhum momento deixei de sorrir e ver que o garoto dos olhos azuis também não, ele fazia alguns gestos como se tivesse sentindo o que eu sentia, como se estivesse curtindo e deixando a música nos levar, quando acabei, só escutava o barulho das palmas.

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♡ Nada é coincidência ♡ { Concluída }Onde histórias criam vida. Descubra agora