Capítulo 4

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Acordei com o barulho irritante do despertador. Nem sei como fui parar na cama, mas fiquei com uma sensação estranha. A porta do quarto estava trancada e só eu tinha a chave. E também me lembro de levar um cobertor para a poltrona.

Olho em sua direção e noto algo de errado. O cobertor estava dobrado, uma coisa que com o sono que eu estava, nem a pau eu fazia. Ou seja...

ALGUÉM ENTROU NO MEU QUARTO!

Olho para a janela e a vejo aberta. Ontem eu só havia aberto até a metade, porque estava emperrada. Quem quer que tenha entrado, veio por lá. Olho ao redor e nenhum sinal de algo faltando ou fora do lugar. Quem entrou também não levou nada, mas então por que entrou? Calma Mel, deve ser a sua imaginação, se controla mulher!!

Com esse pensamento na cabeça saio debaixo do meu cobertor e sigo em direção ao banheiro. Decido lavar meus cabelos, porque já estava na hora. Volto para o quarto e visto o meu uniforme. Praticamente era uma legge preta com faixas brancas dos dois lados e uma blusa branca com as golas pretas e o símbolo da escola no lado direito da blusa, meio cafona mas pelo menos não é todo verde como a escola,kkk.

Sigo para as escadas , quando escuto um barulho vindo de trás de uma das portas. O escritório do papai? Será que minha mãe entrou para limpar?

Abro a porta e vejo tudo em seu devido lugar. Deve ter sido só um engano mesmo.

Quando chego na cozinha, o cheiro de torradas e chocolate quente me recebem de braços abertos.

- Bom dia mãe. Durmiu bem?

- Bom dia. Não tão bem quanto eu queria, aquela dor nas costas voltou.

- Hum, já tomou seu remédio? Sabe que essa dor é um sintoma de quando você não toma ele.

- Eu sei, a minha caixa acabou, depois do almoço eu vou na farmácia pegar outra caixa.

- Tá bom. Só não se esforce muito no trabalho, OK?

- Ok.

Depois do café, me despedi da minha mãe e sigo em direção ao colégio. Deve ser difícil pra minha mãe ter que tomar antidepressivos para aliviar a dor da perda de seu marido,meu pai. Aquele dia seria o dia em que eu e papai iriamos falar do meu poder para ela, mas aconteceu o acidente, e depois ela ainda teve esse trauma, então eu achei melhor não contar e esconder esse poder dela( e papai também havia pedido para não contar). Eu sei que algum dia ela vai descobrir , mas eu estarei pron...

-CUIDADOO!!!

Sinto alguém me puxar para trás rápido de mais para revidar, então só me deixo ser levada. E foi a tempo! Um carro passou em alta velocidade na minha frente( MALUCO! DOIDO VARRIDO! Filho da p#@&% ). Mais um pouco e eu ia virar pamonha no asfalto.

- Você está bem? Se machucou?

- Gracas a você não, obrigada.

- OK. Só tome mais cuidado nas ruas, é perigoso.

-Sim. Espera, você é novo na escola?

Olho seu uniforme e depois volto a olhá-lo no rosto. Sinto que o conheço de algum lugar.

-Sim. Sou o novo jardineiro.

-Ata. Só não corte a cerejeira e ficamos numa boa.

Ele me olha e começa a gargalhar. Que gargalhada mais perfeita.

-OK, vou me lembrar do seu pedido. E então, vamos ?

- Vamos pra onde?!

- Pra escola. Ele começa a rir de novo - Onde mais você iria a essa hora?

- Há, é mesmo.

Meu Deus , que vergonha. Se controla Mel, ele trabalha onde você estuda ,e é um gatão do c4raí.

- Vamos?

- Vamos.

Seguro seu braco enquanto atravessamos a rua. No caminho, ele me puxa para vários assuntos , o que me tranquiliza. De algum modo , ele me lembrava meu pai, o que me deixou com um sorriso bobo todo o caminho.

- Chegamos. A propósito, meu nome é Matheu.

- Melissa, mas pode me chamar de Mel.

- OK Mel, a gente se vê por aí.

- Tchau Matheu.

Entro na escola e todos os olhares ficam indo do Matheu para mim, de mim para o Matheu, o que forma vários grupinhos sussurrando algo que eu não conseguia ouvir mais sabia que era sobre mim.

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Matheu Matos- jardineiro

A Cauda do CometaOnde histórias criam vida. Descubra agora