Âmynus

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E aí meu bom povo? Tudo bem com vocês? Só vim aqui dar um little aviso que essa one é meio pesadinha, foi difícil pra mim escrever ela em 2014 e foi 60 mil vezes ainda mais difícil reescrever ela agora em 2020.
O conteúdo é pessoal para mim então foi bem sufocante não me envolver tanto assim com a "história" senão ela iria ficar mais pesada e ninguém leria, mas é isso, enfim vamos ao que interessa.

Bora bagaceiros ;)

Desde que eu me mudei de cidade tudo parecia fora de ordem, e eu não estava falando da bagunça que estava minha casa por causa das caixas por todo lado.

Eu estava falando da minha vida, minha mãe tinha acabado de se formar na faculdade com quase 40 anos de idade e então estava ansiosa para por em prática sua nova profissão, já meu pai teria que ir a nossa antiga cidade todos os dias por causa do trabalho e eu e meu irmão estávamos numa nova escola da qual eu não conhecia ninguém.

Tudo parecia incerto e eu estava extremamente insegura, afinal uma garota pobre num colégio interno particular para crianças ricas e mimadas nem me parece ser uma receita para o desastre.

No primeiro dia de aula, eu já acordei exausta pois fui dormir tarde no dia anterior e pouco me arrumei, até porque eu estava indo a escola não a um concurso de moda. Quase me atrasei por causa do ônibus que veio lotado e quase não parou e para completar me amassavam e me jogavam de um lado para o outro, não duvido que o meu cabelo tenha ficado do tamanho de uma juba.

Na escola, todos me olhava de cima a abaixo com nojo, como se eu tivesse alguma doença e eu me senti mal, muito mal. As garotas todas com seus uniformes completos, tênis da moda e cabelos penteados brilhantes, riam como se estivessem num circo e a aberração principal fosse eu. Eu só tinha apenas a blusa do uniforme e ainda dividia o meu celular com meu irmão, enquanto elas já tinham iPhones e vinham de carro.

Me sentia mal dia após dia, com as piadinhas, os insultos, os olhares, ninguém naquela maldita escola queria falar comigo ou tentar ser meu amigo, não importa quantas vezes eu tentasse fazer algo para os impressionar nada nunca adiantava.

E para piorar tinham duas garotas, Mary e Alexia, duas vadias que me perturbavam sem um pingo de compaixão, viam que eu já estava no chão e ainda assim me pisavam mais. Sempre que podiam me chamava de fedorenta, idiota, burra, feia, esquisita, pobre, sem amigos, mal amada, magrela e algumas vezes passavam de palavras e começavam a me agredir.

Eu sentia tanta vergonha de mim mesma, tanto nojo, e eu não conseguia contar nada daquilo para a minha família, porque eu tinha medo de ser um entorvo para eles.

Minha única rota de fuga era a internet, e lá entrei em um chat chamado ZoR Âmynus, nunca entendi o porquê do nome mas sei que estar lá conectada era a melhor parte do meu dia.

Foi lá que a conheci, Juliet. Bonita, simpática e inteligente, muito superior a mim, mera humana. Como eu era inocente, fui caindo cada vez mais na sua lábia, suas palavras me faziam me sentir amada e segura, deixavam minha autoestima bem mais alta e todo o nosso contato era somente pelo chat privado.

O tempo passou e na escola a coisa tava cada vez pior, e eu decidi contar para única pessoa em que eu confiava, Juliet.

Assim que eu contei ela ficou indignada, extremamente transtornada e disse que eu deveria revidar porque não era possível que eu era tão tola a ponto de deixar outros me ferirem daquela forma, e sinceramente aquele foi um balanço e tanto dela.

Mas eu não me defendi, continuei deixando que acontecesse e apenas contava para ela o que acontecia comigo. E ela acabava por me dar mais sermões sobre como eu deveria me impor sobre eles e como eu deveria acabar com eles.

Até que um dia um apanhei muito, e quando cheguei eu liguei pra ela, foi a nossa primeira ligação, a primeira vez que ela ouviu a minha voz e eu estava chorando desesperada e eu contei tudo o que aconteceu mais uma vez, ela apenas ouviu e me acalmou. Mas algo nas suas palavras durante a nossa ligação me incomodou e me deixou alerta, eu deveria ter dado ouvidos ao meu sexto sentido. E até hoje eu me lembro de suas palavras:

- Você pode até ter se conformado com essa situação mas eu não, eu vou fazê-los pagar por tudo o que te fizeram, cada gota de sangue vou fazê-los devolver.

Após essa conversa ela desapareceu completamente, não apareceu mais no chat e nem nas mídias sociais, até tentei ligar mas ela não atendia ou retornava.

Uns meses depois, após um dia de aulas chatas como sempre, Alexia e Mary não apareceram para me incomodar, muito menos no dia seguinte e nem naquela semana. Comecei a estranhar afinal não as via fazia algum tempo, e então eu descobri que ambas estavam desaparecidas, aquilo me deu um mal estar no pé do estômago e eu fiquei mal por dias e não sabia o porquê.

Então eu, um dia simplesmente eu recebi um vídeo no chat privado da Juliet, juntamente com uma mensagem que dizia o seguinte:

"24 Olho por olho, dente por dente,mão por mão, pé por pé,

25 Queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe."

Êxodo 21 - 24-25

Instantaneamente fiquei receosa, afinal que merda era aquela assim do nada, respirei fundo e dei play no vídeo.

Dava para ouvir alguém chorando desesperado, estava com medo, enquanto a pessoa que estava gravando corria por entres as árvores do que parecia ser um bosque ou um parque, e deu para ver num determinado momento uma garota completamente desesperada correndo como se a vida dependesse disso, logo suas pernas falharam e ela logo caiu no chão e a pessoa que gravava se aproximava dela e ela se afastava o máximo e foi aí que eu reconheci, era Mary. Ouvi um barulho, e logo a pessoa que gravava entrou numa luta com ela e então a pessoa sacou uma faca e a esfaqueou várias vezes. O vídeo foi cortado e eu estava apavorada, chorava e nem percebia, mas o vídeo ainda não tinha acabado.

Reconheci o que parecia ser uma casa antiga, a pessoa caminhava pelo lugar tranquilamente e foi até uma entrada onde adentrou rapidamente.

O local estava em um estado precário e que estava com pouca iluminação e logo apareceu outra garota, dessa vez amarrada numa cadeira e novamente eu a reconheci, era Alexia.

Eu fechei meus olhos não que fizesse muita diferença, afinal o vídeo ainda estaria ali e ela já teria sido morta. Logo ouvi novamente passos e acabei abrindo os olhos, um homem estava preparando algo numa mesa do lado dela enquanto a mesma se debatia.

Alguns minutos depois, ele parecia ter terminado e começou a tortura. Foram
pelo menos umas três horas de puro horror e eu já não aguentava mais aquele vídeo.

De repente ele a puxou pelo cabelo e a jogou no chão, ela se debatia a toa, vi ele pegando uma faca e acabou esfaqueando ela assim como a Mary. E eu estava ali, sem saber o que fazer.

No final, ele tirou a máscara e olhou para a câmera, sorriu e disse a seguinte frase:

"As fiz pagar por tudo o que fizeram, cada gota de sangue as fiz devolver"



Gente eu nem sei o que dizer, porque essa one era pra ser totalmente diferente mas acabou saindo isso e eu nem sei se vocês vão entender alguma coisa. E eu slá o que eu estou falando e escrevendo, me deixem longe da maconha hoje. :/

Only One - One Shots ♥️Onde histórias criam vida. Descubra agora