Capítulo 11

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Christoffer Schistad

Confesso que a noite passou mais que lenta depois do meu beijo com a Eva, não conseguia entender o porquê dela ter de certa forma me rejeitado. Nós poderíamos ter um relacionamento sem compromisso tranquilamente nessa casa, claro que se a mãe dela descobrisse eu estaria mais que fodido. Mas meus pensamentos não saíam dela e eu não entendia o porquê também.

Amanheceu e eu mal tinha pregado os olhos, levanto a contra gosto e vou até o banheiro social tomar um banho para tentar não dormir em pé. Após isso começo a me arrumar, escolho uma calça e blusa de manga longa preta e visto um casaco pesado por cima. Por fim visto uma touca para esconder o meu cabelo que estava num mal dia.

Quando vou a cozinha procurar algo para comer ouço a campainha tocar.

— A Eva está em casa? — Jonas diz assim que eu termino de abrir a porta, fala sério! Essa hora?

— Bom dia! — Falo ironicamente. — Por que você quer saber?

— Isso não é da sua conta. — Ele sorri falso e eu continuo sério sem mover um dedo. — Beleza, eu vou oferecer uma carona para ela. — Ah, é. Ele resolveu aceitar o carro de presente do papai e pelo visto já quer fazer bom uso.

— Que pena, eu vou levar ela. — Declaro e vou empurrando a porta quando ele enfia o braço pela fresta me impedindo.

— Sabe, eu estou me esforçando muito para gostar de você, Christoffer. Mas você está dificultando as coisas. — Desisto de tentar fechar a porta e apenas cruzo os braços ouvindo aquele discursinho que melhoraria o meu dia, com certeza.

— Como? — Pergunto ironicamente e vejo ele se irritar ainda mais.

— Eu não sou estúpido e definitivamente não sou cego. Eu consigo ver que você gosta da Eva. — Franzo o rosto numa careta de confusão.

— O que?

— Eu só quero te dizer que eu não vou recuar, eu vou ganhar o coração dela antes que você o faça. — Ele se aproxima num gesto claro de ameaça e aí eu não consigo conter meu sorriso cínico. Pobre Jonas, tudo isso por insegurança? — Começou e você deveria tomar cuidado. — Eu pensei em responder, mas sou impedido por um movimento rápido de Jonas, que socou a minha cara.

— Que porra é essa, cara?! — Indago e ele simplesmente se vira e sai andando pela rua.

Fecho a porta irritado e me viro com a mão na maçã do rosto, que com certeza ficaria roxa. Vou até a cozinha e pego alguns cubos de gelo, os enrolo em um pano de prato e sento na bancada da cozinha, repousando o gelo no meu rosto para ver se amenizava o estrago.

Eu só conseguia pensar em como fazer uma peruca com aquelas sobrancelhas dele.

— Você está pronto para ir? — Eva aparece na porta da cozinha animada e para assim que vê minha situação. — O que aconteceu com você?

— Eu tropecei. — Respondo curtamente e me levanto. — Vamos.

Nós saímos juntos em direção a garagem de casa para pegar o meu carro e irmos. O caminho até o colégio foi recheado pela música que tocava na rádio e pela Eva me perguntando um zilhão de vezes se eu estava bem mesmo.

Ao chegarmos lá e descermos do carro, eu não dou tempo da Eva me fazer mais uma pergunta e saio disparado para minha primeira aula de história.

Quando o sinal toca avisando o início de um intervalo eu saio e vou até o pátio aberto, logo em seguida encontrando Eva que comia um salgado assado.

— Você tem certeza que você tropeçou de manhã? — Ela me pergunta como quem não quer nada e senta na mesa de pedra, eu estava sentado em um dos bancos.

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