Capítulo 16

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Aquela noite eu dormi com um olho aberto e um sentimento ruim, Christoffer e eu nos aproximamos e alguém não gostou nada disso e está tentando ficar no meio de nós dois, mas eu não vou deixar isso acontecer.

— Bom dia. — Falo para Chris assim que termino de me arrumar e o encontro na cozinha de casa.

— Bom dia. — Ele responde segurando uma xícara de café e me estende outra, pego e agradeço. — Você dormiu bem? — Ele pergunta e eu minto com um aceno de cabeça, me sento na bancada e ele continua me olhando. — Sabe, você podia só ter pedido para eu ficar se quisesse.

— O que? — Questiono confusa.

— Eu ouvi seu acesso de mau humor quando eu saí. — Franzo as sobrancelhas para ele e o vejo arquear as dele.

— Eu não tive acesso nenhum. — Respondo dura e ele suspira antes de se sentar na banqueta de frente onde eu estava.

— Tudo bem, então que porra aconteceu? — Ele pergunta me encarando de forma incisiva e se torna difícil de mentir com esse olhar pairando sobre mim.

— Eu, é…  deixei cair um vaso. — Me atrapalho um pouco antes de responder e isso faz com que ele me olhe com descrença.

— Você não tem um vaso no seu quarto. — Ele responde mais sério ainda e eu me sinto encurralada. Não queria dizer o que tinha acontecido, queria resolver sozinha.

— Você é um stalker agora? — Tento brincar para ver se ele releva, e percebo que não deu certo quando ele se inclina na minha direção concentrado.

— Me fala o que aconteceu de verdade.

— Nada aconteceu. — Desvio o olhar para baixo e acabo mordendo o lábio inferior com a pressão que eu sentia, desço da bancada e quando vou me afastar ele me segura pelo braço.

— Eu sei quando você está mentindo. — Ele me encara de forma desafiadora. — Você sempre morde seu lábio inferior e olha para baixo.

— Você pode parar de tentar me analisar psicologicamente, por favor? — Respondo irritada sabendo que eu havia sido pega na mentira e puxo meu braço.

— Não até você me dizer o que está escondendo. — Ele cruza os braços e eu finalmente me dou por vencida.

— Ok, eu te mostro. Vem aqui. — Saio andando na frente e ele me segue, desço as escadas e assim que ele pisa no quarto ouço um som de surpresa escapar de sua boca.

— Isso está uma bagunça. — Ele fala olhando tudo em volta, eu tinha empilhado uns livros na frente da janela para o vento não entrar e os cacos de vidro ainda estavam no chão, só juntei eles num canto do quarto.

— Eu sei. — Suspiro e ando até a minha mesinha de cabeceira, pegando o bilhete que eu havia recebido.  — Quem fez isso me deixou uma nota.

— Me deixa ver. — Ele pede e eu entrego a folha de papel para ele que lê calmo, aos poucos eu vejo sua expressão suave se tornar raivosa. — Quem escreveu isso?!

— Eu não sei. — Jogo os braços do lado do corpo e olho para Christoffer que parecia reler o que estava escrito.

— De quem você precisa ficar longe? — Ele pergunta um pouco mais calmo e eu mordi meu lábio inferior novamente.

— Ah, eu não quero dizer. — Falo simples e ele ergue o olhar até o meu rosto, me olhando confuso.

— Fala. — Ele pede e se aproxima de mim. — Eu realmente preciso saber, eu quero te proteger.

— É você. — Solto de uma vez e presto atenção em cada movimento de seu rosto.

— O que? — Ele pergunta num misto de confusão e raiva.

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