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Você saberia me dizer a diferença entre sempre e para sempre? Poderia ter compaixão da minha racionalidade tão frívola e informar-me se infinito e eterno são a mesma coisa? Já nem sequer tinha mais a quem recorrer – pessoas tristes e de natureza cética e questionadora têm poucos amigos, ista é, se fizer algum amigo! – muito menos conseguiria reunir forças para buscar uma resposta – a dúvida é um benefício quando a verdade é tão assustadora que se esconde dos olhos dos que a procuram, então prefiro dormir cheia de dúvidas a acordar com uma dura verdade devorando minha entranhas!
Porém, olhar para i céu me dava uma az e todo campo de batalhas entre a racionalidade e o sentimentalismo exacerbado que insistem em se desentenderem subitamente desaparecem. O firmamento sempre igual e estonteante – simplesmente não entendia como pudemos criar algo tão forte que não se limitasse à simples ideia dimensional de espaço-tempo e não pude evitar de suspirar e esboçar um sorriso. Eu estava exausta mas vi enfim a lua despontar sob o mar de escuridão e todas minha moléculas agradeceram por você ter aparecido e mais uma vez me salvado.
A simplicidade sempre foi algo que me deixava mais fascinada – eu que sempre estive presa numa bolha rodeada de problemas simples mas que eu sempre preferira enrolar de tal maneira que tudo ficava sufocante demais. E poderia resolver milhões de questões matemáticas, fórmula teorias quânticas, mas nunca entenderia esse sentimento, nunca entenderia o que se passava dentro de mim – o benefício da dúvida aqui se aplica? Ou apenas os problemas exteriores têm esse privilégio?
Não tinha tempo para toda essa questão introspectiva e que sempre deságua em angústia. Não, eu não tinha tempo para isso, não quando estava me restava pouco tempo para apresentar meu trabalho final, mas não pude evitar que uma ideia mirabolante se apossasse de mim assim que pousei a mão no gélido telescópio na hora mais escura do dia: o que eu encontraria ao olhar para dentro?
