𝐚𝐫𝐢𝐞𝐬

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A primeira constelação

Corpos celestes caóticos — era isso que éramos

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Corpos celestes caóticos — era isso que éramos.

Planetas errantes.

Buracos negros escaldantes.

Asteróides em combustão.

Galáxias tontas em busca de alguma rotação que fizesse um mínimo de sentido. 

Entretanto abismos infinitos nos separavam. Mas até mesmo estrelas mais remotas podem juntar-se para formar constelações. Então deixei que uma maldita chama de esperança brotar em meio peito e logo incendiou meu corpo por inteiro.

E eu tinha plena consciência que essa seria a única oportunidade de ter-te e sabia de todas as consequências daquele encontro ínfimo.

Éramos apenas partículas, minúsculas, nada, apenas poeira ao vento, contudo, juntos poderíamos ser o big bang — explodiríamos em milhões de Universo, quem sabe se tivesse sorte, em alguns deles terminaríamos juntos.

Eu tinha escolha — poderia simplesmente te contemplar de longe, passando perto da minha atmosfera esmagadora, rezando para que se aproximasse o suficiente e sentisse-se atraído pela minha gravidade vultuosa, contudo preferiria desfazer-me em milhões de pedacinhos ao colidir com tua superfície rochosa e tempestuosa a passar milhões de anos vagando sozinha. 

Sequer hesitei, seria uma blasfêmia para com minha cálida devoção pensar em mim antes de pensar em nós.

A escolha era minha e eu a fiz: eu queria te ter. E tive, por frações de segundos ou talvez por tempo infinto, eu não saberia determinar, minha mente estava fixada em apenas uma coisa: você.

✦ DE TODAS AS CONSTELAÇÕES DO MUNDOOnde histórias criam vida. Descubra agora