29. o amor é uma droga. e eu odeio estar em abstinência

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já não é mais
um bom
título para este livro ou este poema.
tive esta ideia quando estava louco
cego
e determinado a embarcar na eterna luta de viver amores, mas isso não me atrai mais.
infelizmente? talvez, não sei.

estive por muito tempo mal
e triste
e vazio
e extremamente perdido,
mas isso não é curado com amor (puf!)

estar sozinho é bom
só odeia estar sozinho quem odeia a si próprio,
então tenho que aprender a gostar de mim
porque, oras...
...no fim serei só eu
talvez na merda,
com dívidas,
sem dinheiro,
sem ninguém.
saber viver consigo mesmo é a base das coisas,
é o começo
o início
e o que resta no fim,
é apenas isto que nós temos.

o meu erro foi querer amar alguém antes de me amar,
e amar a si mesmo é a base das coisas;
o amor próprio, por mais que eu odeie quando todo mundo diz isso,
é o que devemos ter para viver.
e preciso viver
e não fracassar ao viver,
pois também não quero falhar quando terminar meus poemas.
então,
uma dose de amor próprio, por favor.

e "viva intensamente" foi o melhor conselho que me deram,
que ela me deu,
e assim o farei
pois é bom
e saudável.
é um conselho "bukowskiniano",
embora ela nunca tenha lido bukowski.

experiência,
experiência é do que preciso para
finalmente
conseguir de uma vez
bater forte nas teclas,
nocautear meu oponente
e por fim, pôr pra fora os mísseis que saem de mim
explodindo,
sem aviso
e colocá-los no papel,
afinal
é só isso
e sempre será
o que importa de verdade.

O amor é uma droga. E eu odeio estar em abstinência.Onde histórias criam vida. Descubra agora