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Boa tarde, lindas 🤗

Ela acorda diante de mim. Eu a encontro meio sentada na cama, com shorts e uma blusa de pijama que são minhas, mas eu não uso há anos e com um livro que ela deve ter encontrado em algum lugar na sala.

- Por que você não me acordou? - Pergunto ainda entrelaçada com sono e músculos doloridos.

- Eu não queria, eu gosto de ver você dormir, eu gosto de tê-la ao meu lado. - Eu sorrio.

- Você gosta agora? O suficiente para durar um pouco? - Pergunta.

- O suficiente para durar um tempo de vida e quando esta vida acaba, outra vida também.

Ela sorri meio brincando, meio séria. Sento-me na cama e ela se arrasta até mim, a cabeça descansa no meu ombro, a coroa da cabeça cutuca meu pescoço, ela se aconchega perto de mim, seu corpo se curva levemente para se encaixar perfeitamente em mim. Ela coloca os pés e envolve os braços em volta de mim. O calor do corpo dela penetra no meu corpo, equilibrando a chuva que contradiz o sol que tínhamos no dia anterior.

- As gêmeas voltam do fim de semana. - Digo. - Elas chegam amanhã. Elas ficaram decepcionadas por você não ter chegado no dia em que pousou.

- Elas querem me ver?

An-dre-a pergunta hesitante, ela não fala com elas desde que partiu para Londres. Embora An-dre-a não tenha mencionado uma palavra, as gêmeas acabaram me contando o que tinha acontecido. Não as julguei, não repreendi. Eu não sentia que tinha direito, afinal eu era parcialmente culpada por todos os infortúnios delas.

- Eu sei o que aconteceu, elas me disseram. An-dre-a já passou bastante tempo. Eu acho que elas entendem agora.

Ela assente, eu estudo seu rosto. Eu gostaria de poder conhecer tudo que passa na mente dela.

- Elas ainda te amam da mesma forma que antes, querida, estavam magoadas e chateadas, mas estão muito animadas por estar em casa com você... conosco.

- Então elas sabem, certo? Elas sabem de tudo?

Seus grandes olhos se arregalam, ela está procurando uma verdade, uma resposta. Ela coloca o livro que não estava mais prestando atenção e se afasta de mim para ver meus olhos azuis mais claros. Sinto falta do calor dela, mas adoro vê-la sorrir:

- Elas sabem tudo. - Paro sorrindo com a lembrança das gêmeas que saltam;

- Então, você finalmente vai admitir que vocês duas são uma coisa? - Cassidy pergunta com sua voz fria, me lembro que ela é como eu.

Inclino minha cabeça em confusão.

- O que você quer dizer com finalmente?

- Mãe, por favor, não me diga que vocês não estão juntas por aí desde antes de ela começar a vir para casa? - Ela fala como se tivesse 55 anos, seus olhos perfuram os meus, sobrancelhas levantadas em aborrecimento e ela coloca o cabelo atrás das orelhas. 

Caroline olha simples para mim, as mãos torcendo um nó.

- Eu não aprecio o seu tom Cassidy. - Digo insegura de como responder a isso. Como digo a elas que estava traindo o padrasto delas.

- Está tudo bem mãe, sabemos que Stephan estava traindo você. - Caroline interrompe em uma voz mais baixa.

- Umm... - Por muito poucas vezes na minha vida, fico sem palavras. - Quanto tempo sabem? - Pergunto depois de piscar os olhos e o silêncio passa.

As gêmeas se entreolham, seus rostos idênticos se espelham, seus cabelos loiros cor de morango, seus grandes olhos despretensiosos, sua pele pálida e sardenta, duas ervilhas em uma vagem e, no entanto, eram tão diferentes. Caroline usa calça cor de vinho e uma camiseta com o rosto de Madonna estampado nela. Eu teria que monitorar o que elas vestem mais de perto, o conjunto grita breguisse. Pelo menos Cassidy aprendeu um pouco de estilo, ela usa calça preta, combinada com uma camisa listrada naval e uma pulseira com tema náutico. Elas parecem tão altas e crescidas conversando comigo sobre relacionamentos.

Insólito |TRADUZIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora