𝐊𝐞𝐞𝐩 𝐚𝐰𝐚𝐲 | 🦋 | 𝙾𝚜𝚌𝚊𝚛 𝙳𝚒𝚊𝚣 ʰᶦᵃᵗᵘˢ

26 ∣❁∣ Fuck you, Oscar!

Maratona 3/4

Gabriela Alarcon point of views🦋
↳ USA, Los Angeles. – 2018, 19h30. ↲

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Eu corria desesperada, como se a minha vida dependesse daquilo. E por um lado, dependia. Precisava ter certeza sobre o que estava acontecendo. Cheguei em frente à casa de Cesar e respirei fundo, tentando controlar a minha respiração. Assim que consegui ficar mais calma, caminhei até a porta e bati na mesma.

Monse me ligou, dizendo que havíamos perdido o Cesar, que ele havia feito o que lhe foi designado e agora era oficialmente um Santo. Mas, eu não conseguia acreditar nisso. Simplesmente não conseguia.

A porta foi aberta por Oscar e nem dei a chance dele falar algo, apenas passei direto e me deparei com o Cesar, com a cabeça raspada, igual à do irmão mais velho. Claramente uma iniciação na gangue.

— Me diz que é mentira. – mordi os lábios, tentando não chorar

A pior coisa do mundo era perder um amigo para uma vida como essa. Era horrível saber que em um futuro próximo, eu poderia estar encontrando com ele em uma cadeia ou então encontrando apenas com a sepultura do mesmo.

— Agora ele é um Santo. Temos orgulho dele. Ele fez o que tinha que ser feito. – Oscar se intrometeu, rude

— VAI SE FODER, OSCAR!Não percebe o quanto fodeu com a vida do seu irmão?Só liga pra essa gangue maldita e ignora o próprio irmão. Cesar nunca quis nada disso e você obrigou ele a fazer parte dessa merda. – me irritei, indo em sua direção e o empurrando

— Los Santos é uma família. Você não sabe de NADA!EU ESTIVE AQUI A VIDA TODA PARA O CESAR E VOCÊ, SÓ PORQUE É A PORRA DE UMA AMIGA DELE, ACHA QUE SABE MAIS SOBRE ELE DO QUE EU. – Oscar se descontrolou também, passando a mão por seu maxilar travado

Eu estava cansada daquilo. Cansada.

— Fala baixo comigo, porque eu não te dou confiança para erguer o tom. Fala assim com os seus capachos, comigo não. – ordenei, com os dentes cerrados

— Gente!Não precisa disso...

— Cala a boca, Cesar! – eu e Oscar dissemos em uníssono e Cesar se calou

— Não manda ele calar a boca. – defendi meu amigo

— Você também mandou ele calar a boca, sua maluca. – Oscar constatou, impaciente

— Ninguém te perguntou o que eu fiz ou não. Pelo menos eu não estraguei a vida dele enfiando ele em uma gangue.

Eu estava fervendo de tanto ódio, queria matar o Oscar. E dessa vez, falava sério.

— Gabi, não precisa disso, ok!?Eu fiz porque eu quis. Ser um Santo já era algo definitivo na minha vida. – Cesar segurou meus ombros, mas empurrei ele

— Vai à merda, Cesar. – cuspi as palavras e percebi o quanto havia magoado-o

Estava com raiva dos dois agora. Do Cesar por ter praticamente defendido a ação do Oscar E de Oscar, por ter feito o que fez. A babaquice é de família, não é possível. Sai da residência dos Diaz como um foguete e bati a porta com toda a minha força. Alguns Santos, que agora estavam sentados na frente da casa, me encararam curiosos, chegaram até a me chamar de maluca e gargalharem. Sem pensar duas vezes, dei o dedo do meio para eles e comecei a caminhar em passos duros até a casa de Monse.

Havia me cansado dessa palhaçada. Cansei de Oscar, cansei de Cesar, cansei de Los Santos, cansei dessa merda toda.

Quando cheguei em frente à casa de Monse, Ruby e Jamal arquearam a sobrancelha e se entreolharam, provavelmente assustados por me ver daquele jeito. Provavelmente, estava com uma expressão séria e raivosa que nunca tive. Sempre me irritei pouco e sempre tentei me manter calma e serena, mas, agora, a situação era diferente.

Na verdade, as mudanças na minha vida, me fizeram ser diferente.

— Cesar está morto. – afirmei quando entramos no quarto de Monse

E ele havia mesmo morrido. O Cesar que nós conhecíamos, havia morrido. Lil Spooky havia nascido em seu lugar.