03 ∣❁∣ Rumors

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Gabriela Alarcon point of views🦋
USA, Los Angeles. – 2018, 14h30.

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— Para de rir, sua idiota. Deixa ele falar! – Monse brigou comigo, irritada, me dando uma cotovelada

Ruby estava diante de nós, usando um vestido rosa, de debutante, para ajudar Marisol, sua abuelita, com o trabalho de costureira dela. Ele estava tão engraçado, era impossível não rir. Até tirei algumas fotos para registar o momento e assombra-lo com isto pelo resto de sua vida.

— Querem ou não querem saber o que o Cesar disse? – Ruby questionou, emburrado

— Só estamos aqui para isso, cumpa. – respirei fundo, me recuperando da crise de risos. Cruzei os braços, desviando o olhar para a movimentação na rua

— O Cesar disse...

— Ai está o meu trio favorito. – Jasmine chamou nossa atenção, se debruçando no portão da residência dos Martinez. A observei lançar um sorriso malicioso para meu amigo. — Ruby, você tá arrasando...adorei esse estilo ousado, você está quente, papi. Adoro pessoas ousadas, tipo a Monse e a Gabriela. Vadias, vocês são insanas, estão zerando o jogo.

— Do que você tá falando? – Monse foi quem se pronunciou primeiro, com o cenho franzido

— Monse, não se faz de santa. Sabemos que você e o Cesar estão juntos, quer dizer, se divertindo por ai. – Jasmine utilizou de um tom malicioso e balançou os ombros de forma ridícula, como se estivesse dançando. Encarei a garota ao meu lado, tão incrédula quanto ela. — E você, Gabriela. Garota, você tem a vibe e sabe como funciona as coisas, hm!?Tá com o Spooky. Quem diria, hein!?Sabia que você era bem mais do que uma garota calada e sem graça. Pelo menos sua pele é ótima.

Calada e sem graça?Jasmine sabia mesmo como levantar a autoestima de alguém, huh!?

Engoli em seco, tentando respirar tranquilamente. Em minha cabeça, as palavras dela rodavam como a porra de um carrosel de horrores. Como Jasmine ficou sabendo disso?Se ela sabia, as outras pessoas também sabiam?Merda!Agora eu teria que falar sobre ontem para os meus amigos, explicar a situação e essa era a última coisa que eu queria.

— O que? – Monse e Ruby me olharam ao mesmo tempo e falaram em uníssono, arregalando os olhos

— Ela é doida, pessoal. Completamente doida. – murmurei entre dentes, quase voando no pescoço da garota do outro lado do portão. Peguei minha mochila, ignorando tudo e todos. — Vai trocar de roupa, Ruby. Nós ainda temos aula e se não quiser aparecer como uma linda debutante na aula de física, sugiro que vá agora mesmo.

Ruby entrou e eu encarei a Monse, que estava praticamente fervendo de raiva, andando de um lado para o outro, com os punhos cerrados. Entendia sua raiva e compartilhava do sentimento. Estavam falando sobre ela e o Cesar, eu e Spooky.

Pelo menos meus amigos não questionaram sobre o Spooky e não havia sido ele quem havia espalhado o boato. Bem, isso era o que eu esperava.

— Depois da aula, eu quero saber toda a verdade, Gabriela. Contei para você sobre a minha primeira vez com o Cesar, então vai ter que me contar sobre o que quer que seja que aconteceu entre você e o Oscar. – Monse apontou o dedo em riste em minha direção, tentando soar intimidadora

Ruby saiu de casa, já pronto e então começamos a caminhar até a escola. Encontramos o Cesar e o Jamal na esquina e foi impossível não reparar que Cesar estava querendo falar algo, assim como a Monse.

— Vocês estão bem? – questionei, caminhando de costas, para olhá-los

— Sim. – Cesar enfiou as mãos no bolso do short, olhando para o lado, fugindo de meu olhar. Isso significava que ele não estava sendo sincero.

— Na verdade, eu quero falar algo...

Monse tentou falar, mas foi interrompida pelo motor de um carro, parando ao nosso lado. Não era qualquer carro, era o Impala 66, vermelho, de Spooky. Involuntariamente, prendi a respiração. Ao menos sabia o porquê, mas meu coração estava acelerado.

— Chega ae, Cesar!Você vai comigo. – Oscar chamou o irmão, já saindo do carro e puxando o banco para frente, dando espaço para que meu amigo entrasse, sem ao menos poder contestar.

Olhei para a esquina, ouvindo um rap extremamente alto e o ronco de um motor. Não demorei a reconhecer o carro que Latrelle ostentava pelas ruas do bairro. O lindíssimo Impala verde neon, com listras laterais amarelas, do mesmo modelo que o de Spooky. Entretanto, confesso que o vermelho, do último citado, era mais bonito.

Eu e o líder dos Santos nos encaramos, trocando olhares cúmplices e subentendidos. Então, como se tivéssemos uma conexão de outro mundo, olhamos ao mesmo tempo para o carro que se aproximava de onde estávamos.

— Você também, Gabriela. Vamos nessa, mamacita. – Spooky assobiou, chamando minha atenção, já dentro do carro. Pude sentir o olhar de meus amigos me queimando diante do apelido utilizado para se referir à mim, em alto e bom tom.

Sad Eyes, que estava no banco da frente, passou para trás e prontamente entendi que deveria me acomodar no banco do carona, sentar ao lado de Spooky. Suspirei, entendendo o jogo e me dando por vencida. Fui até o veículo, entrando no mesmo. Cesar me olhava atentamente, com uma expressão questionadora. Sua mandíbula estava cerrada e o conhecendo bem, sabia que ele não estava gostando de me ver com seu irmão. Assim como Monse, Jamal e Ruby.

O carro de Latrelle passou ao nosso lado e imediatamente Spooky colocou a mão em minha coxa, apertando o local, enquanto encarava o primeiro citado, que estava no banco do carona do veículo.

Ok. Agora sim eu havia confirmado – mesmo sem querer e sem ter algo para ser confirmado – que os boatos, eram verdadeiros. Que Oscar e eu estávamos mesmo tendo algo. Mesmo não existindo nada.

Merda...

𝐊𝐞𝐞𝐩 𝐚𝐰𝐚𝐲 | 🦋 | 𝙾𝚜𝚌𝚊𝚛 𝙳𝚒𝚊𝚣 ʰᶦᵃᵗᵘˢOnde histórias criam vida. Descubra agora