27 ∣❁∣ Tragedy

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Maratona 4/4

Gabriela Alarcon point of views🦋
USA, Los Angeles. – 2018, 08h30.

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— Sabem se o Cesar vem? – Monse questionou e percebi que havia se direcionado à mim

— Não. E honestamente, não me interessa. – respondi, seca

Tô aqui.

Olhamos para trás e Cesar estava parado, nos olhando. Não fiz questão de falar com ele, apenas entrei na capela, onde aconteceria a missa do aniversário da Olívia. Ainda estava com raiva dele e de seu irmão.

Meu braço foi puxado e quando percebi que era o Cesar, me soltei bruscamente. Não queria contato algum com aquele cara.

— Gabi, eu preciso te contar algo...

— Não quero ouvir. – cortei ele, balançando as mãos em sinal de negação

— Me escuta. – ele pediu, praticamente implorando

— Você tem 1 minuto. – estipulei

— Eu não matei o Latrelle. Mas, os Santos não sabem e muito menos o Oscar. Eles não podem nem sonhar com isso. – Cesar confessou e seus ombros relaxaram na mesma hora, parecendo menos tenso

Sem pensar duas vezes, o abracei com todas as minhas forças, suspirando aliviada. No fundo, sabia que Cesar jamais cometeria tamanha atrocidade. Latrelle era um maldito filho da puta, não merecia que o Diaz mais novo gastasse seu réu primário com ele.

— Eu sabia que você nunca faria isso. – murmurei, emocionada

Olhei para cima, tentando não chorar para não estragar a maquiagem. Cesar riu, me abraçando mais apertado.

— Entendo que só quis me proteger, mas, não precisava ter brigado com o Oscar. – Cesar defendeu o irmão, como sempre

— O problema é que eu acabei me apaixonando por um lado que eu acreditei que existia no Oscar. Me apaixonei pela mentira bonita dele. Ele se acha o dono do mundo, é arrogante, só liga pra gangue. Não serve pra mim. Ele é o amor da minha vida, mas não o amor para a minha vida. – meu peito doeu enquanto toda aquela verdade saía de minha garganta

— Eu sinto muito. – Cesar me abraçou e precisei me segurar para não chorar

Oscar só me fazia chorar, Raramente me fazia sorrir e eu não precisava de alguém assim ao meu lado.

— Vamos!A missa vai começar. – sorri tentando parecer animada e Cesar concordou

— Você tá linda. – ele elogiou e eu beijei sua bochecha

— Você também tá, o que é um milagre. – brinquei

Saí dali e fui atrás de Olívia, saber como ela estava e se precisava de algo.

Wow!Você tá incrível. – abracei a filha de meu padrasto. Estranhamente, me senti angustiada quando fiz isso

Me deu uma imensa vontade de chorar, mas me segurei. Não estava entendendo o porquê daquela sensação, portanto, ignorei.

❍❍❍❖❍❍❍

— Vocês arrasaram. – bati nas mãos de Ruby e Monse

— Sabemos que sim. Agora eu que vou abrir a pista, dançando com a Olívia, me desejem sorte, – Ruby ajeitou seu smoking, parecendo orgulhoso

— Boa sorte!Ela vai arrasar. – pisquei e ele me deu o dedo do meio

Rimos e enquanto Ruby se distanciava, puxei a Monse, para que nós assistissemos a valsa deles. Eu estava tão feliz por minha irmãzinha de consideração. Uma música lenta, instrumental, começou a tocar e Olívia sorriu para o Martinez, antes de começarem a dançar.

Olívia tinha o rosto deitado no ombro de Ruby. Sorri com aquilo. Eles formavam um belo casal, talvez, depois da festa, eu incentivasse ele a chamar ela para sair.

A música acabou e a pista foi liberada. Eu e Monse começamos a dançar juntas, nos arrancando gargalhadas quando a mesma pisava na barra de meu vestido. Estava sendo uma noite divertida. Cesar veio em nossa direção e imediatamente percebi que ele queria dançar com minha amiga, portanto, dei a mão dela à ele.

— Se divirtam. – pisquei para eles e fui até Olívia e Ruby

— Será que eu posso dançar com essa aniversariante lindíssima, que roubou meu coração? – indaguei e ambos riram. Olivia abaixou a cabeça, envergonhada

— Claro. – a aniversariante me abraçou, ainda segurando a mão de Ruby

Em instantes, questão de segundos, gritos e dois disparos de tiro foram ouvidos. Meu corpo foi jogado no chão, minha garganta ficou seca e uma dor absurda se instalou por meu colo. Com muito esforço, consegui olhar em volta. Minha visão estava turva, mas, percebi que Ruby e Olívia estavam ensanguentados. Porém, não eram só eles.

Algo escorria por minhas pernas e o pé de minha barriga doía inexplicavelmente. O vestido estava molhado e quando coloquei a mão no mesmo, minha mão veio suja de sangue. Imediatamente me desesperei.

Meus olhos pesaram e senti minhas forças indo embora. A última coisa que lembro, foi de ouvir gritos de pânico e desespero.

𝐊𝐞𝐞𝐩 𝐚𝐰𝐚𝐲 | 🦋 | 𝙾𝚜𝚌𝚊𝚛 𝙳𝚒𝚊𝚣 ʰᶦᵃᵗᵘˢOnde histórias criam vida. Descubra agora