Não é assim que as coisas funcionam, Charles

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1965


      Erik Lehnsherr:

  - Não paro de pensar nos outros que estão por aí. Todas as mentes que toquei. - Charles fez uma pausa. - Eu posso senti-los. Seu isolamento. Suas esperanças. Suas ambições - outra pausa. - E digo mais: esse é o começo de algo inacreditável, Erik. Podemos ajudá-los.

  - Podemos? - Indaguei a Xavier. - Identificação. É assim que começa. - Fiz uma pausa. - E terminamos sendo detidos, sujeitos a experiências e eliminados.

  - Não desta vez. - Charles me olhou. - Temos inimigos em comum, eles precisam de nós.

  - Por enquanto. - Falei desviando o olhar.

  - Tem uma coisa em que não paro de pensar. - Comentou ele.

  - E o que é? - Fez-se silêncio.

  - Uma garota.

  - Ora, Charles! - o repreendi. - Isso não é momento para...

  - Não. Não desse jeito - me interrompeu. - Quando usei o Cérebro - explicou ele -, me conectei com a mente de um rapaz que, aparentemente, não estava sozinho.

  - Tinha uma garota com ele...

  - Não só uma garota. - fitou-me sério. - Uma mutante. - Suas pupilas estavam dilatadas, quase como se fossem cobrir toda a parte azul dos olhos. - A questão é que não consegui entrar na mente dela.

  - E o que isso quer dizer? - Perguntei confuso.

  - Que ela é uma telepata, Erik. Uma telepata poderosa. - Uma longa onda de silêncio nos atingiu, até Charles o quebrar com sua decisão. - Precisamos dela.

      Seattle/ Washington/ Estados Unidos

  Charles e eu viemos até Seattle para encontrar a tal telepata. Suponho que, pelo simples fato de Charles não conseguir entrar na mente dela, ela era muito poderosa.

  Fomos até uma casa de madeira, pequena e rústica, na parte mais afastada da cidade; onde Xavier disse se lembrar através da mente do rapaz que andava com a telepata. Nós nos entreolhamos ao chegar em frente a porta e Charles bateu nela.

  Ele disse que o casal eram espiões soviéticos, tentei convencê-lo de que levar espiões de um país inimigo para uma agência americana, a qual eles estavam tentando destruir, não era a mais genial idéia que se poderia ter; mas ele estava confiante de que ela deixaria sua missão de lado para se entregar a nossa causa. O motivo? Não faço a mínima idéia, e Charles também não. Disse apenas que sentia que seria assim.

  - Czego ode mnie chcesz? - Perguntou uma voz feminina vinda do interior da casa.

  - O que é isso? - Perguntou Charles, confuso.

  - Polonês.

  - E o que ela disse? - Sussurrou ele.

  - O que querem comigo? - Falei e ele ficou pensativo.

  - Hã... Me desculpe. Eu não falo polonês. - Declarou Xavier com alguma estratégia em mente.

  - Mas seu amigo fala. - A porta se abriu, revelando uma linda jovem loira, com olhos verdes e pele branca. Tinha algo de familiar nela.

  - Só queremos conversar. - garanti, observando-a atentamente.

  - Entrem. - disse a garota, voltando para dentro da casa e guardando uma papelada. - Isso não foi um pedido. - Ameaçou ela. - Como me encontraram? - Perguntou enquanto entrávamos na casa.

Uma Lehnsherr (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora