Wolverine

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Cinco anos depois

      1970

       Lara Lehnsherr:

  Charles Xavier, agora conhecido como Professor Xavier, abriu o Instituto no final daquele mesmo ano. Várias pessoas, crianças e adolescentes, foram levadas para lá. Elas aprendiam a controlar e a usar os seus poderes de forma correta, eram protegidas das ameaças do resto do mundo, que nos temiam.

  Charles era professor e diretor ao mesmo tempo, tinha total dedicação ao trabalho. O Fera ajudava ele em tudo, mas não era professor. Alex e eu começamos a namorar no início do ano seguinte, ele ajudava o professor a recrutar alunos novos. Magneto começou sua própria organização, a Irmandade Mutante. Eu mantive contato como prometi, e algumas vezes até visitava ele no seu "esconderijo secreto". Ele estava se tornando um velho bem ativo, e por mais estranho que fosse, ele chamou minha mãe para se juntar à eles.

  Eu estava perambulando por Nova Jersey, estava atrás de um cara que Charles e Erik tentaram recrutar antes da batalha contra Shaw, em Cuba. Eles identificaram o mutante, que julgaram um tanto útil para o serviço, foram até o bar onde ele estava (obviamente, é do tipo que bebe para esquecer dos problemas), e vai por mim, só por ser um mutante já é um problema. 

  Quando o encontraram e se apresentaram, a única coisa que ele disse foi "vão se ferrar!", e voltou a beber. Adorei esse cara! Eu estava o identificando não muito longe daqui, em um dos bares que tinha pela estrada em uma rodovia. Minha missão era encontrá-lo, e recrutá-lo, pois Xavier ainda achava que ele poderia ser útil. Considerando a primeira tentativa de recrutá-lo há cinco anos atrás, eu deduziria que ele ainda não viria conosco.

  Era noite, eu estava em um carro, que não era roubado, Charles não permitiria isso. Chato! Conseguia sentir o mutante se aproximando mais e mais conforme eu seguia pela rodovia. Identificar qualquer pessoa, mutante ou não, era algo muito fácil para mim. Não precisava do Cérebro, e nem de qualquer outro aparelho que ampliasse minhas ondas cerebrais. Eu era poderosa o suficiente para conseguir fazer isso sozinha.

  Andando pela estrada agora, no escuro e no frio, me lembrei os anos que passei sendo uma cobaia do governo soviético, o tempo que passei em salas frias com instrumentos de tortura... por todo esse tempo desejei poder encontrar o meu pai biológico, e encontrei não só ele, mas também a minha mãe, de uma vez. E agora não estou com nenhum deles. 

  Só pensei que você fosse mais parecida comigo depois de tudo o que sofreu. As palavras de Erik ainda cincundavam a minha mente. Ele tem razão. Eu deveria ser mais parecida com ele, sou sua filha, sofri praticamente da mesma forma, mas... deveria odiar as pessoas e o mundo por isso? Eles nos temem, eu sei. Mas eu até que gosto, ser um tanto superior e causar medo nas pessoas me faz ter o controle da situação. Nesse aspecto sim eu me pareço com ele.

  Chegando no bar de onde eu sentia a presença da mutação, parei o carro no estacionamento e saí dele. Vir voando seria mais divertido, porém cansativo. Caminhei até a entrada do bar e passei pela porta. Seu interior cheirava a bebida alcoólica de quase todos os tipos, cigarro, suor e hormônios em excesso. Maravilha! pensei irônica. Adoro o fedor de macho antes de dormir!

  Eu estava usando uma calça de couro preta um tanto colada, coturnos de mesma cor, uma blusinha branca com um nó na ponta que mostrava a barriga e uma jaqueta de couro preta. Meus cabelos estavam soltos e eu passei uma quantia considerável de perfume para evitar que esse fedor se impregnasse em mim. A maior das pessoas estavam olhando para mim.

  Chegando no balcão de madeira, me sentei em um dos bancos que tinham em frente, bem ao lado do meu alvo de recrutamento. Sabendo que ele muito provavelmente não aceitaria a minha proposta, eu faria algo que o tornasse propício para situações futuras: criaria um laço de amizade com ele, o que o faria se sentir em ligação comigo, portanto, futuramente, ele irá querer me conhecer melhor e entrará em contato com Charles, que o convencerá a ficar de formas que eu não gosto de fazer; mostrando que precisamos dele.

Uma Lehnsherr (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora