O40. forty

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MAYA MITCHELL

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MAYA MITCHELL

Entrei em casa, ajeitei meu relógio novo no pulso e fui até meu quarto. Liguei para minha mãe, só para me certificar que estava tudo bem

Ela me falou que em duas semanas estaria de volta com Shawn, respirei mais aliviada e fui tomar um banho

Riley disse que queria ficar sozinha com o Lucas hoje, então passaria o dia sozinha

Depois do banho, coloquei uma roupa confortável e fiquei jogada no sofá, Nugget estava na Riley então o silêncio predominava o local

Liguei a TV e coloquei em um canal de filme qualquer, enquanto mexia um pouco no celular.

— me sinto uma idosa, será que minha vida será assim para sempre sem a Riley meu senhor? – perguntei — vou gravar alguma coisa

Peguei o violão da minha mãe no quarto dela, entrei nos arquivos do meu celular e peguei uma música que a Riley havia escrito. Ela disse que o sonho era me ver cantando ela

Respirei fundo, ajeitei o celular em um lugar da minha sala peguei o violão e antes de gravar, treinei uma vez

— ok, vamos lá – coloquei o celular para gravar e comecei a tocar a música

Assim que terminei olhei o horário

— merda, merda, merda – me levantei correndo — por que você é assim, Maya?

Fui até meu quarto e peguei uma calça de moletom preta e uma blusa de manga comprida rosa

— ainda bem que ele namora outra, não preciso ir bonita – suspirei aliviada e coloquei um tênis no pé — será que?

Me concentrei, pensei no corredor do apartamento de Peter e logo um Portal se abriu, puxei minha bolsa e atravessei ele

— a gatinha aqui ta ficando mais poderosa – brinquei sozinha e ri, toquei a campainha do apartamento

Eu falei sozinha o dia todo, a vida ta difícil em Maya

A porta logo se abriu e Peter estava parado nela, com uma calça da hello kit rosa e uma blusa cinza. Olhei e segurei o riso

— bela calça – comentei e ele sorriu de lado

— ta atrasada – revirei os olhos — entra

— eu meio que perdi a hora sabe – me expliquei enquanto entrava na casa dele e segurei a alça da minha mochila

— eu sei – me olhou — vem as coisas estão no quarto, ou você prefere ficar aqui?

— pode ser lá, trazer pra cá seria um saco e eu to morrendo de preguiça – ele riu e andou até seu quarto comigo atrás

Me sentei no chão e tirei meu livro de física de dentro da bolsa, ele se sentou na minha frente

— quer começar por onde?

— o que ele passou quando eu estava fora

— quando estava saindo com o menino que você conheceu no hospital? – falou sem olhar para mim

— quando eu estava no hospital com meu pai que ficou em estado grave – respondi e ele abriu seu livro

Começou explicando as coisas mais simples e eu ia anotando tudo em um caderno que eu trouxe comigo também.

Em algumas horas ele ja havia me explicado tudo e eu finalmente havia entendido a matéria

— valeu Peter – disse guardando minhas coisas, senti sua mão no meu rosto colocando um fio do meu cabelo atrás da orelha

— eu não consigo conversar sem olhar para a pessoa – ele tirou a mão rápido, e eu neguei com a cabeça. Sabia que ele estava mentindo, ele era tímido demais pra manter um contato visual por mais de 3 segundos com alguém

— aham – sorri e fechei minha bolsa — tenho que ir

— quem era – falou e eu o olhei confusa — na ligação, hoje mais cedo, quem era? Eu sei que você mentiu pra mim

— do mesmo jeito que eu sei que você mentiu sobre "olhar para as pessoas" – fiz aspas — estamos quites

— isso não é tão grave quanto mentir sobre uma ligação, Maya – o olhei

— verdade, acho que o mais grave é você se relacionar com outra e jurar que gosta de mim – soltei e logo me arrependi — desculpa, não devia ter falado isso

— denovo nessa tecla? Por favor, entende que isso é para o seu bem – me levantei — você quer saber os reais motivos Maya? Assim você para de jogar isso na minha cara

— quero Peter, eu realmente quero saber. – o menino se levantou

— eu ficava com a Liz ou toda a sua família e pessoas que você ama estariam mortos, eu sei o quanto eles são importantes para você Maya – disse calmo — eu preferi dar a merda de um anel que eu comprei pra você, eu preferi ficar longe de você. Porque pra mim, isso seria mais fácil pra você superar

— desculpa, eu... me desculpa, de verdade Peter. Eu não mereço alguém como você, na verdade, ninguém merece – disse e sai do quarto dele vendo tia May deitada no sofá da sala — tchau May

— tchau querida, cuidado viu – sorri para a mesma e sai do prédio correndo

— Maya – ouvi e me virei — eu não vou deixar você ir sozinha uma hora dessa

— você já fez muito por mim – apertei a alça da mochila, eu estava me sentindo um monstro

— e eu vou fazer tudo o que eu puder, pra te manter segura – o garoto se aproximou e me abraçou

— eu sou um monstro, Pete – segurei o choro — por que não me disse isso desde o começo?

— eu preferia ver você me xingando, do que ver você se sentindo assim Maya – ele afastou meu rosto o segurando com as duas mãos

O abracei novamente, como se aquela fosse a última vez que eu o tivesse assim tão perto

E provavelmente seria.

Eu não podia deixar aquele homem controlando minha vida assim, eu estava decidida a acabar com ele. Mesmo que isso custasse a mim

Pessoas próximas estavam sofrendo, por minha culpa.

E eu era a única que poderia salva-los

DUSK AT DAWN¹ ━ peter parker. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora