5 - UM CASO COM UM CRIMINOSO

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Calvin Ferrer havia se graduado em Artes e se tornou consultor e sócio na Galeria Ephemerus, mas há pouco mais de um mês havia recebido a notícia de que encontraram o corpo carbonizado do seu sócio, Luca Leroy, no meio da floresta. Embora seu álibi fosse sólido – uma viagem de férias com muitas fotografias –, ele estava sendo considerado suspeito de estar vinculado ao assassinato de Luca, sobretudo após a polícia ter descoberto que o relacionamento dos dois não era um mar de rosas e que eles podiam ter ligação com o grupo Felnor. Este jovem, que também era um coiote dissimulado, acordou para mais uma semana em um quarto de motel. Ao seu lado dormia uma das figurinhas repetidas do seu álbum.

Aquele coiote era um homem de múltiplas faces, isso era fato. No entanto, quando se tratava de sexo sempre era o mesmo. Sua preferência consistia em felinos de pequeno e médio porte. Os gatos-domésticos eram sua presa favorita. Apenas machos lhe atraíam. Gostava que eles fossem mais velhos e experientes, do tipo topa tudo, inclusive fetiches bizarros. Quando transava, Calvin era muito dominante, selvagem e violento. Nunca foi o passivo da relação, aquele que era penetrado durante o sexo.

Quando se lembrava do atrevimento de um gato-selvagem em sequer pensar que poderia dominá-lo e foder a sua bunda, sentia vontade de acabar com a raça dele. Experiente com caras virgens? Ele duvidada. Arius com certeza era passivo. Tinha que ser. Ele tinha uma expressão impaciente no rosto, mas ao mesmo tempo entediado, como se estivesse esperando que algo acontecesse. Pelo menos foi essa a impressão que passou para Calvin. Devia ser lindo enquanto gozava. Calvin ficou duro só de imaginar.

O coiote olhou para o felino que dormia na mesma cama que ele. Haviam transado bastante desde a noite anterior até a madrugada. Ele assumia que tinha pegado pesado com aquele gato-doméstico safado, mas é que seus pensamentos estavam todos direcionados para Arius e ele desejava muito foder o rabo do gato-selvagem.

Sabia que não havia uma desculpa adequada por ter sido tão efusivo, mas também sabia que seu parceiro havia gostado muito. Suspirou se lembrando dele gozando três vezes apenas com o sexo anal, sem masturbação alguma. Gozou vigorosamente apenas com um pau na bunda. Aquela sensação era tão boa assim como achava a maioria dos seus parceiros?

Uma vez, quando era adolescente e por curiosidade, Calvin introduziu um dedo enquanto se masturbava, mas não gostou da sensação. Decidiu a partir daquele momento que jamais seria passivo enquanto vivesse. Mas aquele gato-selvagem se dizia ativo... Oh, que droga. O seu pau estava muito duro. Foi até o banheiro do motel e começou a se tocar.

Por curiosidade, assim como quando era adolescente, se masturbou fantasiando uma inversão de posições. No entanto, mesmo sendo passivo, ele permanecia dominante e cavalgava o pau de Arius com força. Calvin gozou rapidamente e logo se estapeou no rosto por ter gostado de imaginar aquilo.

***

Mais uma semana também se iniciava para os profissionais da Agência Federal de Investigação de Caffidea. O Departamento de Homicídios estava agitado logo cedo, mas Arius sentia-se muito sonolento. Teve insônia – de novo – na madrugada passada e ficou se masturbando enquanto pensava em um maldito coiote. Na copa do enorme escritório segmentado, servia-se de café pela terceira vez em sua caneca. Damon, que estava tomando a primeira xícara do dia, ficou preocupado com a quantidade anormal de cafeína que o seu colega de trabalho estava ingerindo tão cedo.

— Se eu não beber esse café vou babar sobre as provas de um crime, fixando nelas o meu DNA, e vão me prender pelo assassinato de alguém que eu nem conheço.

Damon riu daquele comentário. Depois o investigador Fergus entrou na copa, segurando dois copos. Damon se sentiu curioso, mas Arius pareceu nem reparar.

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