6 - A PRIMEIRA VEZ

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— Vocês não vão acreditar! – disse o lobo Fergus ao entrar no laboratório forense, exibindo um sorriso de orelha a orelha.

Damon imaginou que ele fosse revelar o seu relacionamento com Leone e se preparou para fazer a sua melhor cara de surpresa.

— Tente nos surpreender, Fergus. – respondeu Arius, que naquela tarde de sexta-feira estava especialmente mal-humorado porque mais cedo havia discutido com um policial municipal em uma cena de crime.

Na ocasião, o policial era um novato que havia encontrado um corpo em sua primeira patrulha. Tanto Arius quanto Damon já eram rostos conhecidos para os membros da Polícia Municipal. Por não se preocuparem em ser identificados, nem sempre eles levavam consigo o crachá de identificação. O novato duvidou que os peritos forenses fossem quem diziam que eram e tentou impedi-los de fazer o seu trabalho. Arius e ele bateram boca até o chefe da polícia municipal intervir e ainda por cima foi repreendido por estar sem crachá. O gato-selvagem ficou muito estressado.

— Kevin abriu a boca e nos deu informações muito interessantes que podem nos ajudar no caso Luca Leroy!

— Ah, uma colaboração do Departamento do Colarinho Branco? Finalmente. – Arius analisava um material em uma lâmina no microscópio.

— Poderia se animar mais, Arius? Eu nem tenho obrigação de lhes dar atualização dos casos. Vocês são peritos e o que tinham para descobrir, por hora, já foi descoberto. Mesmo assim, como somos uma equipe e vocês ficaram muito intrigados, acho que vão gostar de saber as novidades.

— Fala logo, lobo empolgado. – o gato estava ranzinza.

— De acordo com Kevin, ele não podia dizer nada antes porque estaria arriscando a vida do seu infiltrado no grupo Felnor, mas infelizmente o agente em questão veio a óbito em um acidente de trânsito. Lamento por isso. Enfim... O fato é que embora a Galeria de Arte Ephemerus funcione mesmo como uma galeria de arte que expõe, compra e vende obras, nos fundos acontece lavagem de dinheiro do grupo Felnor. Ou seja, em tese era uma fachada perfeita, pois não se tratava de uma empresa fantasma e sim de um estabelecimento sofisticado em funcionamento. Luca Leroy estava diretamente trabalhando em uma facção criminosa.

— Então há a possibilidade de ele ter sido morto pela própria facção, não? – especulou Damon – Talvez estivesse roubando dinheiro.

— Se for esse o caso, Calvin é inocente. – Arius sorriu.

— Talvez não. E é aí onde está uma revelação bombástica. Calvin Ferrer é o irmão caçula, por parte de pai, de Benjamin Marcondes, o atual chefe do grupo Felnor. Se seu sócio trabalhava para ou com Benjamin, Calvin está muito mais relacionado que isso. Kevin acredita que Calvin é um porta-voz de Benjamin e atua na lavagem de dinheiro. Isso o torna um mafioso e um potencial mandante do assassinato de Luca.

Arius sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Ele não queria acreditar que aquilo era verdade. O coiote era irmão de um mafioso ou talvez até um?

— Bom, é óbvio que Calvin está mentindo sobre muitas coisas. A partir do momento em que negou ter qualquer conhecimento sobre o grupo Felnor em seu último depoimento e agora descobrimos que ele e Benjamin são irmãos, tudo que ele disse pode ser contestado. Desde o início ele disse que não sabia se Luca tinha inimigos, mas isso certamente é outra mentira. O álibi que o afasta da data provável do crime é inegável, mas Calvin pode saber quem matou Luca e por que, caso ele não tenha sido o próprio mandante. Geralmente mafiosos não sujam as próprias mãos.

— Uau! Que guinada na investigação! – animou-se Damon – Espero que dê tudo certo. Mafiosos são tão escorregadios. Mas... Como vai ficar o Calvin diante dessas novas evidências? Você vai convocá-lo para novos depoimentos?

Amante Animal [ROMANCE GAY]Onde histórias criam vida. Descubra agora