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THÉO

Se eu escrevesse um livro, com certeza ele se chamaria "Como mudar sua vida em 1 minuto".
Cresci em lares adotivos, até os meus 14 anos. Quando o amor da minha vida, que eu sinto falta todos os dias me achou e me pegou pra ela.
Dona Selma, minha mãe, me adotou e fez minha vida ser maravilhosa. Ela me deu amor e carinho, e só me fez feliz. Até eu fazer 24 anos. Meu maior erro foi ficar longe dela... Entrei para a força aérea, e me formei enfermeiro. Ajudava tanta gente, e sempre que sobrava algumas horas do meu dia eu a visitava. Ela sempre me esperava e chorava todas as vezes que eu chegava conferindo meu corpo para saber se eu estava bem. Ganhava colo, e um cafuné, muitas vezes nas madrugadas. Dormia com ela algumas vezes, e na maioria a deixava no portão chorando quando a gente se despedia.
No ano de 2017, passei 4 meses sem a visitar, o que foi o suficiente para dar tudo errado, eu fui para Síria com o pelotão para atendermos refugiados da gurra, impossibilitando qualquer vôo por mais de meses.
Eu sabia que tinha alguma coisa errada. Eu ligava pouco, eu dormia apenas 4 horas por dia, fora essas horas era correria atrás de correria. Fiz papel de medico muitas vezes, a guerra é fria e cruel. Machucava tanta criança que nem dava pra contar ao certo. Homens baleados, mulheres estupradas e crianças feridas era todos os dias.
No dia que pisei em solo brasileiro, ajoelhei no chão e agradeci a Deus pela minha vida, pela saúde e vida da minha mãe e prometi que nunca mais sairia do lado dela...
Assim que cheguei em casa, a vizinha me parou e me abraçou, tocou meu coração e falou palavras que eu nunca vou esquecer.
" - Você precisa ser forte querido. Sua mãe precisa de você."
Entrei porta adentro largando as malas no quintal, o cachorro pulava em mim sem parar e eu sem ter o que fazer dei um berro, chamando minha mãe. Entrei quando não obtive resposta e a vi, era quase uma UTI em casa. Ela estava deitada numa cama, parecia tao frágil... Sua pele morena estava amarelada e seus olhos tao fundos. Minha mãe rechonchuda e corada havia desaparecido...
Nos pés daquela cama, eu chorei e vi que era o fim.
Ela me contou que tinha câncer, que estava na fase terminal, a voz era tão fraca que eu temia algo quando ela dizia alguma coisa. Olhei os aparelhos e decidi que daria um fim digno a ela, ou ao menos sem dor. A coloquei no melhor hospital da cidade, e me inscrevi na vaga de enfermeiro, na ala de oncologia.
Eu cuidei da minha mãe por mais 3 meses. No dia em que ela me deixou, eu fechei meus olhos e me permiti chorar tudo aquilo que não chorei durante o tempo que estive ao seu lado. Eu a enterrei com seu vestido preferido, suas amigas estavam lá, minha tia Karina e seus filhos.
Dói todas as vezes que me lembro do seu rosto, e quando tudo se torna muito ruim eu vou até o lugar que ela mais amava e passava suas horas vagas, pescar. Ela me ensinou e eu aprendi tudo.
Larquei a enfermagem, não totalmente, e fui fazer fisioterapia. Entrar em um hospital me dava agonia e muitas lembranças ruins. Me deixava atordoado e meu rendimento ali dentro caiu. Foi uma decisão fácil naquela época me afastar por tempo indeterminado da minha área.
Cuidei de muitas pessoas com lesão, e paralisia por todos os anos, até a alguns meses atrás conhecer Mariana. Linda de doer, entrou na minha vida para me desgraçar e consumir meu coração.
Lutei com todas as forças, mas me apaixonei por ela e sua familia. Eu era sozinho, aceitei prontamente o trabalho que meu antigo comandante Afonso me indicou e nada poderia ser melhor.
Agora olhando Mariana dormindo eu vejo minha vida mudando pra melhor, finalmente. A mulher era linda e sua áurea me envolvia por completo.
Já falei que ela é linda? Pois digo mais uma vez. Ela é linda.

Respirei fundo e me levantei

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Respirei fundo e me levantei. Ela é linda, mas também uma diaba megera.
Arrumei meu membro nas calças e sacudir o corpo. A deixaria descansar o resto da manhã para a tarde mecher com as pernas. Minha tortura diária...
Sorri acariciando seu rosto e sai do seu quarto encostando a porta.
Natalie assim que me viu voou em meus bracos e gargalhando Felipe veio também. A loucura diaria  daqueles dois era eu os jogar na piscina por horas. Nossa tarde era regada de muita brincadeira.
- Tio Théo, nos podemos brincar agora?
Sorri apertando o nariz dos dois e olhei adiante vendo Diana me olhar apreensiva e eu assenti.
- Claro, vai vestir sua fantasia de dona pintadinha.
Ela gargalhou e saiu resmungando que era seu biquini da galinha pintadinha, Felipe foi logo atrás dela animado pra pular na água.
- Théo... O que foi que aconteceu?
Diana veio torcendo os dedos de nervoso e eu ri.
- Ai Diana, Deus tenha misericórdia de mim... Porque aquela sua irmã é uma diaba que me põe em tentação o tempo todo.
Diana me olhou ainda mais estranha e eu gargalhei puxando meus cabelos para cima.
- Eu me apaixonei pela sua irmã... E eu me senti mal por desejar minha paciente.
Diana colocou as mãos na boca e riu.
- Mas aquela...
Eu diria depravada. Mas sua irmã não precisava saber que sua irma não era o que ela pensava.
- Aquela maluca depravada te agarrou não foi Théo?
Agora quem a olhou de olhos arregalados fui eu.
- Ta lendo meus pensamentos?
Ela gargalhou e me deu um abraço meio de lado.
- Só espero que você faça minha irmã muito feliz. Ou eu arranco seu piu piu fora, o parquinho de diversões da minha irmã e jogo pros cachorros.
Disse séria, o que me fez ficar espantado. Nunca vi Diana ser a Diana que a Mari falava.
- Ela já sofreu muito Théo... Esses meses tem sido tão difícil pra ela. Você sabe né?
Assenti.
- Não se preocupa com isso. Sou um homem formado e cansado de ser sozinho. Agora que a loucura dela me pegou eu vou a agarrar com toda força.
Diana sorriu e as crianças já foram me puxando para fora de casa. Aquele resto de manhã seria delas.

Duas horas depois meu celular chegou a mensagem que eu anseio sempre. Ela acorda e me chama... Sempre.
Sai do meu quarto e caminhei até o dela, abri a porta devagar e estava ela toda espalhada na cama e assim que me viu sorriu.
- Pode me ajudar doutor?
Perguntou com a voz ainda rouca.
- Eu ganhei uma massagem d-e-l-i-c-i-o-s-a mais cedo, e estou toda coberta de óleo.
Disse enfatizando o deliciosa e eu tremi. Algumas horas longe dela e eu já tremia de vontade de por as mãos nela.
- Quer um banho coisa linda do Théo?
Sorriu soltando os cabelos castanhos os espalhando pela cama. A coisa mais linda do meu mundo. Sorri e voltei até a porta a trancando.
Parei na sua frente com as maos no bolso e a olhei. Como aquele desgraçado pode ter a deixado?
- Quer que eu faça um café Théo?
Gargalhei indo ate seu banheiro e colocando sua banheira pra encher.
- Vamos lá paciente linda. Hora do seu banho e em seguida vamos alongar essas pernas.
A peguei nos braços e a maluca agarrou meu cabelo e me puxou beijando minha boca com força.
O top cheio de óleo que ela usava deixava pouco pra imaginação. Sentei novamente na sua cama e a arrumei nos meus braços sem parar de beijar aquela boca linda, assim que a sentei de frente pra mim seu gemido me fez a afastar. Eu não podia deixar esse nosso fogo atrapalhar sua fisioterapia.
- Precisamos controlar isso...
Eu disse ofegante e num bico bravo Mari cruzou os braços me fazendo gemer. Peitos querendo sair pra fora... De tão maravilhosamente grandes e perfeitos.
- Controlar senhor Théo?
Perguntou já rindo novamente e agarrando os peitos chegando mais perto de mim. Dei um tapa na sua bunda e segurei seus cabelos a fazendo me encarar.
- Vamos alongar as pernas dona Mariana, e a noite... Nos vamos sair pra jantar.
Seu rosto mudou, ela ficou muda o banho inteiro, e não fez nada pra me provocar.
- Tudo bem?
Perguntei assim que a deitei na maca própria para alongamentos.
Ela assentiu e deu um sorriso fraco.
- Théo, por favor... Hoje não.
Suspirei cansado e segurei suas mãos.
- Você tem que passar por cima disso Mari, não tem cabimento ter medo das pessoas por vergonha do que elas vão falar de você...
Ela colocou o braço nos olhos e eu beijei sua boca levemente.
- Vamos alongar...
Peguei os elásticos e a ajudei a se sentar e em seguida ela sabia o que fazer já sozinha.
Assim que me virei para pegar os pesos assustei com seu grito.
- Théo...
Me virei e vi ela sorrindo com os olhos marejados.
- Théo, movi a minha perna.
Lagrimas gordas escalavam dos olhos dela e sorri me aproximando.
- Vou fazer de novo...
Ela disse animada, se concentrou e moveu sua perna para o lado. Um pequeno movimento, o que era considerado um grande avanço pra ela.
- Você vai andar... Eu estou orgulhoso.
A abracei e acalentei seu choro de alegria.

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