Um | NOBRU

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Imagine Nobru

- A galera quer saber, namoro sério ou chama no contatinho? - perguntou o entrevistador.

- Meu parceiro, chama no contatinho, tamo junto é nóis. - respondeu Nobru rindo.

Mal sabia ele o que o destino havia lhe reservado.

Kyara iria entrar na vida do garoto e virar tudo de cabeça pra baixo, o fazendo repensar sobre a sua resposta naquela entrevista para a LBFF.

(...)

- Ei, - ouvi uma voz feminina furiosa falar comigo e me empurrar - não vê por onde anda não garoto? Dá licença, eu quero passar. - disse impaciente.

Confesso que senti meu orgulho levemente ferido por ela não ter me reconhecido e falado assim comigo.

Ora, estamos em uma festa onde só tem players ou adeptos do Free Fire, ninguém ousaria falar assim comigo ou não me reconhecer.

E foi assim que a toda estressadinha chamou a minha atenção.

- Você sabe com quem está falando? - indago limpando a garganta, perguntar não mataria ninguém, correto?!

- Não, e não faço a menor questão de saber, agora você por favor poderia sair da minha frente? Está travando a passagem das pessoas aqui, caso não tenha percebido ainda. - respondeu extremamente brava.

Ter a constatação de que ela realmente não sabia com quem estava falando me deixou muito mais irritado, agora eu fazia questão de não sair da sua frente.

- Quem vem à uma festa do meio competitivo do Free Fire e não me reconhece? A senhorita é algum tipo de extraterrestre? - cruzo os braços e a encaro.

A garota retribui a encarada com um olhar mortal e cheio de coragem, sinto que a qualquer momento ela vai me bater.

Confesso que fico impressionado em ver uma mulher me tratar de igual para igual. Sem todo aquele lance se eu ser o Nobru, sem me paparicar ou dizer coisas pra inflarem meu ego. Estou de verdade intrigado e agora quero mais do que nunca saber quem é a garota.

- Extraterrestre? Extraterrestre são vocês alienados com esse joguinho. - noto seu tom de desdém se referindo ao Free Fire.

- Bom, se você tem tanta aversão a esse joguinho, - a imito - o que faz numa festa onde só tem jogadores do mesmo? - indago sentindo a irritação me atingir.

- Vim parar aqui contra a minha vontade, tenha certeza de que se eu tivesse conhecimento de onde estavam me trazendo, não teria vindo. Por isso pedi encarecidamente para que você saísse da minha frente e enfim eu pudesse ir embora. Agora, será que pelo amor de Deus você pode desbloquear a passagem? - pergunta impaciente.

- Claro que posso, mas antes quero uma coisa.

- Coisa? - diz rindo - E quem é você pra querer algo de mim?

- Ou é isso ou nada de eu sair daqui. - me acomodo mais ainda na frente da porta de saída.

- Ok, - respira fundo - o que você quer?

- Seu nome e alguma rede social sua para que eu possa entrar em contato depois, seu número serve também.

Então a garota na minha frente se desmancha no riso mais engraçado que eu já vi em toda a minha vida. É escandaloso e leve ao mesmo tempo.

Ela começa a ficar muito vermelha e me preocupo.

- Por favor que ela não tenha um enfarte aqui e agora. - peço mentalmente.

- Obrigada pelas ótimas gargalhadas que acabei de dar, sem nome. - enfatiza o fato de não saber quem sou - Agora já pode sair da minha frente para que eu possa ir embora. - diz enquanto se recompõe.

Continuo no mesmo lugar e a encaro.

- Você não pode estar falando sério sobre a rede social ou número,né? - pergunta incrédula.

Quando vê que não esboço nenhum tipo de reação ou me movo de onde estou, vêm na minha direção e tenta me empurrar.

E não é que a garota é forte? Nos desequilibramos, e a seguro antes que ela vá de encontro ao chão.

Me levanto mas mantenho seu corpo junto ao meu, não sei o que estou fazendo, nem raciocinando consigo mais, só sei que a sensação é boa e não quero que saia de perto de mim.

- Acho que agora mereço ao menos saber seu nome, acabei de te salvar da queda iminente. - digo enquanto sinto seu perfume.

- Se você tivesse saído da minha frente, eu não teria tido que tomar medidas drásticas. Então não, você não merece saber meu nome, e me solte. - se afasta de mim.

- Você é muito ingrata. - digo ressentido e irritado com a ideia de não saber seu nome.

- E você é muito metido! - responde no mesmo tom.

- Ah garota, você está me fazendo perder a paciência. Diz logo seu nome ou... - sou interrompido.

- Ou o que? - me desafia.

Mal consigo pensar, deixo meus sentidos passarem por cima da razão e então puxo rapidamente seu corpo para perto do meu, e a beijo.

Ela reluta no começo, me empurra e bate no meu peito, mas ainda assim mantenho firme o aperto em sua cintura. Estou furioso e a beijo como forma de punição. Segundos depois a mesma corresponde e me beija com tanta fúria quanto eu a beijo.

Sinto sua mão subir pela minha nuca até chegar em meus cabelos, e é então que sinto meu coro cabeludo doer como nunca. Ela havia puxado meus cabelos para nos separar. Sinto uma ardência nos meus lábios e percebo que ela os mordeu também.

Caramba, a garota é uma selvagem.

Se ela acha que isso me deixou bravo, está totalmente enganada, agora estou interessado mais do que nunca.

- Uou, você é bem selvagenzinha, menina. - digo enquanto limpo o sangue da minha boca.

- Só com caras babacas que beijam garotas sem consentimento em festas. - responde firme - Agradeça que eu só fiz isso, da próxima vez você não vai poder dar continuidade a sua linhagem. - sinto um arrepio percorrer minha coluna só de imaginar.

- Você não iria querer fazer isso, claro que há outras formas de eu te proporcionar prazer, mas essa seria a melhor delas. - sorrio cafajeste e lhe lanço uma piscadela, então a vejo tremer de raiva e imagino que já é hora de acabar com tantas provocações.

- Seu...

- Por favor não xingue a minha mãe, ela não tem culpa de ter um filho lindo como eu. - debocho - Mas vamos deixar essas desavenças para trás, - ajeito minha postura - já que você está aqui contra a sua vontade, eu te levo para casa.

- Não preci...

- Não aceito um não como resposta, aceite a carona como um pedido de desculpas pelo meu mau comportamento, e também a essas horas não tem Uber que seja tão seguro quanto ir comigo. - estendo a mão pra ela, esperando que a pegue e venha comigo.

Ela fica relutante por alguns segundos mas logo parece pensar e conclui que sua melhor opção agora seja eu, e então segura minha mão e me segue.

Imagines | Free FireOnde histórias criam vida. Descubra agora