Dois | BRUNO PH

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Imagine Bruno PH

Estava sozinho em uma mesa degustando um bom vinho quando a vi entrando.

Ela sequer notou minha presença, mas eu a observei por muito tempo até perceber que a mesma havia levado um bolo nessa noite.

Marina estava mais bonita que o normal hoje, os lábios bem delineados e marcados com um batom vermelho clássico, os cabelos soltos como sempre porém com mais volume e leves ondas nas pontas, e o corpo perfeitamente moldado dentro daquele vestido tubinho preto.

Senti algo diferente se acendendo em mim, uma sensação estranha e que não sabia explicar.

Era estranho a olhar dessa forma mas ao mesmo tempo não conseguia parar, é como se eu estivesse preso em algum tipo de hipnose.

Que homem seria louco o suficiente ao ponto de deixá-la plantada? Se eu fosse seu acompanhante isso nunca aconteceria.

- Pare de ser bobo, vocês são sócios e vê-la de outra forma pode estragar o bom relacionamento profissional que tem. - murmuro levando a taça de vinho até a boca, sem tirar os olhos dela um minuto sequer.

A alguns meses, Marina, se juntou comigo na liderança da Loud, foi uma surpresa para todos mas que trouxe muitos benefícios à equipe. A mulher era uma visionária no ramo empresarial, tinha um instinto e talento para os negócios que deixaria qualquer um impressionado, inclusive eu. Foi a peça perfeita e que se encaixou na hora certa.

Junto com ela, veio uma line de pro players femininas que a mesma tinha planos de ingressar no competitivo, e assim o fez logo que chegou, foi algo que deixou vários seguidores e colaboradores incomodados e mais uma vez a sua ousadia me impressionou. Ela não exitou uma única vez sequer com a rejeição do público de a Loud ter uma equipe feminina, o que de fato faz falta no cenário competitivo atual do Free Fire.

Marina chegou com essa ideia e a colocou em prática, sem se deixar afetar e fazendo o suficiente para não perder patrocínio, no fim das contas a line hoje em dia faz um sucesso tremendo, o profissional feminino disputa a NFA enquanto o profissional masculino está na LBFF, e com isso a Loud tem recebido todo tipo de elogios e críticas positivas da mídia por ser o único time a ter uma equipe feminina no competitivo.

Como eu disse, a menina é uma visionária, e não quero por nada nesse mundo perder a minha sócia extraordinária.

Mas hoje ela está sozinha e eu também, acho que um jantar não tem chances de estragar isso, certo?!

Levanto com a taça e garrafa de vinho na mão e sigo até sua mesa.

- Boa noite, posso fazer companhia a jovem solitária? - digo a tirando de seus devaneios.

Marina me encara surpresa quando se dá conta de que sou eu, olha ao redor e então volta seu olhar à mim.

- Bruno, que surpresa você aqui! - responde educada mas sinto que algo a incomoda.

- Posso me sentar?

- Sim, claro, sente-se por favor. - sorri pra mim enquanto ajeita sua postura na cadeira.

- Esperando alguém?

- Não mais. - noto uma leve irritação em seu tom de voz, seja quem for a pessoa que esperava, conseguiu deixá-la brava.

- Espero não estar te incomodando. - me acomodo na cadeira em frente a ela.

- Imagina, - leva a taça de vinho aos lábios - chegou em ótima hora. Como pôde perceber, eu acabei de levar um bolo e muito provavelmente um fora também, você estar aqui me fazendo companhia ameniza a minha raiva e chateação. - sorri para mim.

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