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Capítulo 17

Um mês depois ⏳

Eliza

Eu sempre ouvi que o tempo é o melhor remédio para todas as feridas e eu vivi isso na prática. Desde que eu voltei de Berlim o tempo tem se encarregado de fechar todas as minhas feridas, e a cada novo dia eu me sinto melhor, eu me sinto mais dona de mim, eu sinto que as coisas finalmente estão voltando ao seu lugar. 

Eu sempre fui muito dependente emocionalmente de alguém, eu sempre tive muita dificuldade pra fechar ciclos porque eu me apego muito aos outros e essa é a primeira vez na vida que eu passo tanto tempo "sozinha", curtindo a minha própria companhia, e eu confesso que tem sido uma experiência renovadora, difícil, mas que está me ajudando a entender que eu não preciso de ninguém além de mim mesma. 

É um processo doloroso, mas ao mesmo tempo é muito gratificante enxergar a sua própria cura.

Eu vivi anos tentado achar a minha metade e hoje eu consigo entender que eu não preciso de uma metade, eu sou inteira sozinha, o que posso querer é no mínimo alguém inteiro para que juntos nós possamos transbordar. Não é mais uma necessidade pra mim estar com alguém, agora é uma opção. 

Claro que eu ainda tenho as minhas inseguranças, os meus medos, as minha cicatrizes, nada disso vai sumir do dia pra noite, é outro longo processo, mas que eu sinto que pela primeira vez eu estou indo pelo caminho certo. 

Esse mês foi bem tranquilo e passou bem rápido, parece que quando as coisas estão dando certo o ponteiro do relógio gira mais rápido, e foi assim esse mês. 

A coleção foi um sucesso absoluto, a gente vendeu muito e tivemos um retorno melhor do que o esperado e eu só podia agradecer por tudo isso, meu trabalho tem uma posição muito importante na minha vida e vê-lo dando certo é indescritível.

O Luc e o Ravi estão oficialmente namorando, na verdade quase casados porque o Luc já está quase morando com ele, eu fico com o coração apertadinho de ver meu fiel escudeiro batendo as asas pra longe de mim, mas quando eu olho pra ele e vejo os olhinhos dele brilhando eu só posso agradecer por ver o meu melhor amigo tão feliz. 

Eu sempre me senti de alguma forma culpada pelo término deles, o Luc sempre disse que eu não era culpada por nada, mas eu sei que sim, o Luc largou tudo aqui pra ir pra Berlim comigo, certo que o Ravi também foi embora, mas eu acho que o Luc teria ido com ele se eu não tivesse simplesmente decidido que iria sair do país pra um lugar completamente novo onde eu não conhecia ninguém. Eu não obriguei o Luc a ir comigo, mas ele nunca me deixaria sozinha no estado que eu estava ainda por cima em outro país. E agora eu só posso agradecer pelo meu amigo finalmente poder viver o amor da vida dele, me tira um peso enorme das costas porque eu sei que a interrupção da relação deles teve sim um dedo meu mesmo que sem intenção.  

— Qualé Liza? Tá em qual planeta? — meu irmão poergunta estalando os dedos na minha frente. 

— O que foi? — questiono olhando pra ele. 

— Eu não sei mais o que fazer pra Helena me dar uma chance. — bufa — Que mulher difícil da porra. — eu ri. 

— Se eu fosse você eu desistia de uma vez, já tem um mês que você corre atrás e a gata nem tchum pra você...

— Você tá muito maluca minha filha, ninguém me rejeita não. — diz convicto e eu ri. 

— Aparentemente a Helena rejeita sim. — debocho e ele me encara sério — O que? É só a verdade. 

— Você bem que podia dizer pra ela que eu sou um partidão...

— Me deixa fora das tuas diversões Vitor Santini, eu já te apresentei pra garota agora tu se vira, não vou te ajudar  a quebrar o coração da Lena. ]

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