flor

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Jack, nessa noite, ficou acordado. Não conseguiu dormir com o que descobriu até ali.

E quanto a Elsa, também não foi muito diferente. A diferença é que a rapariga não aguentou o cansaço e adormeceu no meio dos livros da biblioteca do castelo. Esteve à procura de histórias antigas como as de que as crianças falaram. Podia ser verdade, pois o facto de ela ter magia e ser um espírito conector entre os humanos e a natureza também era verdade. Ela só queria descobrir o nome do espírito com poderes iguais aos dela. Não que ela acreditasse nas histórias, mas se não foi ela a fazer neve, nem estamos no inverno, então quem foi?

Jack viu Elsa adormecida, debruçada em cima de uma das mesas da biblioteca, apartir da janela da torre. Ele pensou um pouco e decidiu arriscar. Ultrapassou facilmente a parede robusta da torre, sendo que era um espírito não-acreditado por ali, e aproximou se da rapariga. A princesa remexeu se, talvez tivesse sentido a sua presença.

- Wow, quem diria...

Soltou ele ao espreitar os livros que Elsa lia antes de adormecer. Ficou espantado ao saber que ela anda à sua descoberta. O rapaz sorriu e fez uma flor com a sua magia, movimentando os dedos das mãos e pousando a flor na mesa. Claro, uma flor de gelo, pequenina e brilhante.

De repente, ele ouve passos do lado de fora da porta da biblioteca. Ouvia também vozes, parecia estarem à procura da princesa. Então ele afastou se dela e escondeu se num dos corredores de livros para ver tudo sem ninguém perceber que ele estava ali.

- Elsa! Onde estás?

- Amor, procura na biblioteca e eu vejo lá em baixo na cozinha.

Anna assente com a cabeça e adentra a biblioteca abrindo os dois grandes portões, com a sua força e preocupação à mistura. Aquela biblioteca é enorme, ela poderia estar em qualquer parte.

Anna começa por uma ponta da divisão gigante e acaba finalmente por encontrar a irmã. Ela avisa os guardas que avisam o marido e todos suspiram de alívio. A ruiva abana lentamente a irmã e chama pelo seu nome afim de a acordar.

A loira acorda meio atordoada e com, provavelmente, uma dor de costas. Ela espreguiça se, boceja e esfrega os olhos, mandando embora finalmente o sono.

Ambas as irmãs riem ao perceberem que Elsa adormeceu a ler. Nunca antes tinha acontecido tal coisa, o que fez a atual rainha ficar curiosa.

- Que estás a ler?

- Estava, antes de adormecer. Não tinha sono ontem à noite depois de ver a neve em pleno verão, então decidi vir ler histórias antigas.

- Porque é que não dizes antes "fiquei curiosa e vim pesquisar sobre lendas antigas"?

- Não foi isso que eu disse?

- Tu acreditas no que aquelas crianças disseram?

- Não sei do que falas.

- Claro que não...

A ruiva dá um riso brincalhão e afasta se.

- Vou pedir para servirem o pequeno-almoço, arranja te e vem ter connosco. Até já.

Anna desaparece da visão da mais velha e esta suspira. Talvez seja melhor descansar a cabeça e guardar as pesquisas para mais tarde.

Jack viu e ouviu tudo. Primeiro, ele tinha de admitir que ali era tudo muito lindo, muito bem feito; segundo, ele tinha de confessar que ambas as raparigas eram muito bonitas também; e terceiro, ele não sabia como nem porquê, mas queria muito poder falar com a tal Elsa. Queria saber a história dela, e o porquê de ela ter poderes. Tinha de arranjar uma forma dela acreditar nele.

Já Elsa, reparou na flor em cima da mesa e ficou confusa. Terá a irmã reparado também? Ela não comentou nada, portanto talvez não tenha reparado. A loira não se lembra de fazer aquilo. E também não se lembra de ver aquilo antes de apagar de cansaço. Estranho.

Ela pega a flor e leva a consigo até ao seu quarto. O quarto que é seu apenas quando ela fica a dormir no castelo com a irmã. Ela decide tomar um banho rápido e vestir algo simples, e desce para tomar a primeira refeição do dia com a sua família. Todos dão os bons dias, rindo pela situação anterior, Elsa desculpa se.

- Hey, lembrei me agora. Mana, de onde veio aquela flor em cima da tua mesa na biblioteca?

- Uh... Oh, isso, fui eu. Não conseguia pensar em mais nada, fiz aquilo aleatóriamente e depois adormeci.

Uma estava confusa, a outra confusa estava. Os restantes apenas entretidos a comer e a brincar e a contar piadas. Elsa tentou não parecer que estava a mentir, mas era terrivelmente má a fazer isso. E Anna, obviamente, não se convenceu, mas deixou tudo como estava.

A tarde foi calma, Elsa voltou para perto dos seus elementos, porém ainda com dúvidas. Ela ainda sentia uma presença perto dela. Jack estava por perto e ela não fazia ideia.

O loiro quase que a perseguia o tempo todo, praticamente encantado por tudo o que via dela. Decidiu deixar lhes um rastos de flores, das mesmas que a anterior. No fim do caminho de flores, um pequeno floco de neve perfeito e lindo. Mas neste caso, não era bem neve, era mais como que cristal.

Elsa reparou assim que notou outra flor no chão igual à que ela tinha no cabelo, a tal que lhe foi deixada nessa manhã. A rapariga seguiu o rasto e surpreendeu se. Agarrou o floco com as duas mãos e sorriu apreciando a sua perfeição. E com ele, e com a sua magia, fez um colar para manter o floco consigo.

Ela não sabia quem estava a fazer tudo aquilo, ou como, ou porquê. Mas sabia que, no fundo, ela estava a gostar.

E ele também estava a adorar vê la sorrir graças a ele.

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