The boy • JINSON •

O bosque

Jinyoung acordara assustado. Seu corpo estava transpirando e seus batimentos cardíacos estavam acelerados. Respirava fundo tentando se acalmar de mais um pesadelo que tivera durante essas últimas semanas. Se antes ele achava que havia se livrado dos sonhos ruins, agora tinha a completa noção de que eles sempre estavam ali, procurando uma chance para aparecer e tirar uma parcela de paz do garoto.

Deveria ser mais divertido desse jeito afinal, esperar que Jinyoung estivesse absorto na feliz vida que estava tendo com o loiro, que ele subisse as escadas, apenas para depois empurra-lo para  baixo. Uma queda mais dolorosa quando se está em cima, não é mesmo?

Suspirou cansado, todos aqueles pesadelos haviam o mesmo padrão, o mesmo enredo. Estava no meio de uma densa mata, sua visão era turva e o céu girava devido sua desnorteação. Sussurros indecifráveis inundavam a mente do moreno, altos e raivosos. Eles estava nervosos, sentia isso.

Se levantou, tentando ignorar aquela situação como estava fazendo nesses últimos dias. Quando estava fora da cama, seus olhos foram em direção a janela, que dava a vista para o bosque. Não conseguia desviar, algo o atraía, e sentia como se aqueles sussurros furiosos estivessem sendo proferidos novamente, baixos mas tenebrosos do mesmo jeito.

— Anjo? — Ouviu a voz do advogado, logo atrás de si. —  Acordou tarde hoje, está tudo bem?

E como se fosse um interruptor, Jinyoung logo se desprendeu da janela. Um pouco desnorteado ele se recompõe, tentando não transparecer a sua atormentação.

— Está tudo bem… — Mentiu — Creio que ficar acordado até tarde ontem não fez bem para mim.  — Abriu um sorriso, indo em direção o loiro.

— Não foi minha culpa, você que se viciou naquela série. Não deveria ter te apresentado a Netflix… — Jackson falou, forçando um pesar dramático.

Jinyoung revirou seus olhos, para logo rir.

— Pois é, o que recai a culpa inteirinha em você. — Provocou, tocando em seu peito com o indicador.

— Oh não, você conseguiria perdoar esse pobre homem de ter feito tal ato imoral e insensato? — Falou dramático com um quê de ironia.

Jinyoung não aguentou e riu pela graça do outro, ele sempre conseguia amenizar seus tormentos, mesmo quando não sabia quais eram eles. Jackson o confortava mesmo não querendo.

— Irei pensar no seu caso. — Respondeu, fingindo uma indiferença.

— Pense depois que estiver com a barriga cheia — Falou o advogado — Venha, eu fiz macarrão com queijo assim como você gosta. Como nós gostamos. — Corrigiu, dando uma piscadela.

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– Droga! — Resmungou Jackson, sua voz saíra abafada por estar em outro cômodo.

— Está tudo bem? O que aconteceu? – Jinyoung perguntou em voz alta, deixando de lado o livro que o loiro emprestou para si.

— A luz do banheiro queimou novamente, eu não sei o porquê. — Contou, adentrado na sala aonde o moreno se encontrava.

— Que estranho, você tem outra?

— Devo ter, mas terei que ir até a cabana. Você me espera aqui? — Perguntou, indo em direção à porta.

Jinyoung pensou um pouco, para assim assentir.

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Jackson estava demorando e Jinyoung se sentia inquieto. Toda a vez que tentava se concentrar em seu livro, aqueles sussurros se alastravam em sua mente. Um burburinho irritante que ele não entendia,  não sabia o que aquelas vozes estavam dizendo.