The boy • JINSON •

Eu sou uma Consequência

— E quando eu senti aquela água adentrar em meus pulmões, eu definitivamente pensei que estaria morto… mal sabia eu, que morte seria uma palavra distante para mim.

“ Jinyoung se despertou tomando um fôlego desesperado, cuspindo toda água que havia ficado inundada em seu pulmão. Tossiu afoito e eventualmente se engasgou no processo.

Mas que diabos, como poderia estar vivo?

Ele olhou ao seu redor, abatido. Estava na costa do mar e tudo indicava que a neve havia cessado, as águas já não mais estavam congeladas e a única coisa que ainda restou era o frio intenso que lhe fazia suspirar e tremer por inteiro.

Se levantou encolhido sentindo suas roupas molhadas colarem sobre seu corpo, seus lábios tremeram pelo vento gélido que passou cortando sua pele, e ele jurou que se não tivesse morrido afogado, pois então agora morreria de hipotermia.

Caminhou, adentrando sobre a mata tão conhecia por si.

— Jaebum?! — Chamou alto, enquanto olhava ao redor do bosque, suspirou encolhido, se sentindo cada vez mais frio e trêmulo.

— Meninos! Eu estou aqui! Estou vivo! — Gritou novamente, mas ninguém respondeu. Seus pés estavam doloridos de tanto andar, e o caminho que tanto conhecia da mata, havia mudado completamente, Jinyoung se encontrava perdido.

Até que então, um sussurro baixo fora se escutado em seu ouvido. Jinyoung se assustou e temeu que estivesse tendo alucinações devido ao intenso frio.

“Quem é você?”

— O que? Quem está aí?! — Indagou, olhando ao seu redor assustado.  Não havia ninguém por perto.

“O que faz neste mundo que não é seu, garoto?”

“Volte da onde você veio, aqui não é seu lugar”

E de repente, o único sussurro se tornou várias vozes que sussecivamente sussurravam sem pausa. Jinyoung jurava ter visto diversas silhuetas correr pelos arbustos, alguns apenas se escondiam diante dos troncos das árvores. Assustado, o moreno murmurava palavras desconexas enquanto se encolhia, apertando seus ouvidos, pedindo para pararem. ”

— Eu não sei por quanto tempo eu andei por aquele bosque, nem sei como ao menos eu sobrevivi sobre aquele frio insuportável e com aquelas vozes. Mas quando eu finamente encontrei alguém, foi aquele quem iria me condenar por anos aprisonado.

“ Jinyoung sentia cada centímetro de se corpo congelar. Não havia neve, parecia que nunca tinha nevado naquele dia, mas o frio continuava o mesmo e ainda pior por estar com suas roupas molhadas e geladas em seu corpo.

Não sabia quanto tempo havia andando por àquela mata aparentemente deserta, todavia o céu já não estava mais claro como antes. Seus pés ardiam e machucados estavam se formando na pele antes imaculada. Já nem poderia dizer que o mesmo caminhava, pois suas dores lhe fazia mancar sofrido, aguentando para não desabar de joelhos e se entregar ao cansaço.

Neste ponto, deveria já ter chegado ao fim do bosque, passara por esses caminhos a tanto tempo que saberia de cor cada local daquela mata. Entretanto, aquele bosque não parecia ter fim, sentia que estava andando em círculos. Ou seria seu estado não racional que o fizera perder seu senso de direção?

E o pior disso tudo é que não se sentia sozinho, em cada canto daquela mata parecia ter alguém, lhe espiando, lhe espreitando. As vozes pareciam se fundir com seus pensamentos, e Jinyoung já havia aceitado que estava enlouquecendo.

Queria desistir, seria mais fácil cair e se render ao frio e a insanidade que lhe consumia pouco a pouco.

Mas de repente, sons entre os arbustos se fizera presente, como se alguém estivesse se aproximando. Jinyoung gelou e pensou que fosse mais uma de suas alucinações, porém ao avistar um homem vestido com roupas quentes e com uma espingarda de caça em mãos, seu rosto se iluminou e pensou por um momento que ainda havia esperança. O moreno correu com dificuldades em direção ao sujeito, que se assemelhava com um caçador.