CAPITULO UM O andarilho solitário

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Vagando entre os carros abandonados, vestindo uma capa cinza esfarrapada, alguém que parecia meio sem rumo, andava devagar a procura de algo, a avenida se encontrava deserta, tendo apenas centenas de carros parados, abandonados esquecidos pelo tempo.

O estranho andarilho era alto mais parecia não ser muito velho, era magro e não parecia ser tão forte, carregava uma mochila nas costas a mesma parecia pesar, vestindo jeans pretas, camiseta branca e outra camisa mais grossa por cima de cor preta, um tecido preto sobre os ombros ficava sobre o rosto.

Logo ele para enfrente a um grande prédio, já estava no limite da cidade, a Nova Vista, antes considerada a maior cidade da região e do pais, logo depois de são Paulo, agora o maior deserto da região, depois de vagar por dias ele definitivamente iria sair dali, sair daquele inferno, aonde vivera por tantos anos com os vivos e mais alguns anos com os demônios.

Pegou a estrada que ia para o litoral, iria fugir para outro lugar iria procurar uma nova vida...

Olhou em volta antes de sair, respirando o ar filtrado pelo empoeirado tecido que cobria seu rosto, passou o dedo nas lentes dos óculos de proteção que estavam embaçados.

Baixou o capuz que improvisara do tecido, revelando um rosto meio cansado porem jovem, seu cabelo comprido nas alturas dos ombros esvoaçava ao vento, sua bandana de cor preta surrada não deixava os fios de seu cabelo cair sobre os olhos, mais mesmo assim os mesmos cabelos oleosos teimavam em cair, já que estavam bastante compridos.

Levantou os óculos, sua face era de um garoto, um jovem garoto que já permeava o mundo adulto que perdera seus pais e que aprendera a viver sozinho, um garoto que aprendeu há crescer muito tempo antes de sair de sua infância, com seus esquecidos vinte anos já se sentia mais só do que um velho numa cadeira de rodas, esquecido pelos filhos nos fundos de um asilo caindo aos pedaços.

Thiago olhou para o horizonte sentou-se no capô de um dos vários carros ali presentes, retirou sua mochila, ajeitou sua capa que ainda esvoaçava no vento forte, já fazia bastante tempo desde que vira ou ouvira alguma criatura, o sol quente fustigava seu rosto, parecia que toda a terra morrera e esquecera dos que ainda lutam por ela.

Retirou de sua mochila algumas latas, uma de feijão e outra de atum, fez uma cara de pensativo e achou melhor comer a de feijão com salsicha, sacou seu canivete e abriu a lata, devagar degustou o alimento em conserva, mais delicioso do que nunca... Pena que não poderia pensar assim, comia para não morrer.

Em uma murada de proteção de um prédio qualquer, outro alguém estava à espera, aproveitando a brisa que passava, os longos cabelos castanhos claros quase vermelhos esvoaçavam ao vento, era uma garota alta, de pele branca, usava óculos protetores de cor pretos e um tecido que ficava protegendo seu pescoço solto pelas suas costas parecendo uma verdadeira caçadora num safari, usava também um colete preto cheios de bolsos, camiseta azul e uma calça com uma faca presa por uma cinta na cocha, em suas mãos luvas com os tecidos do dedo cortados, para ficar fácil o manuseio da sua arma que estava na sua mão esquerda, um arco e no chão ao seu lado sua aljava e uma mochila repousava.

Ela sentou-se na mureta e ficou a observa a avenida ao longe, dezenas de carros parados com as portas abertas muitos queimados muitos destruídos, resquícios de batalhas e fugas desesperadas em todos os lugares, percebeu no fim da avenida alguns rastejantes, as criaturas decrepitas secas pelo tempo, antigos seres viventes, lentos vindo cambaleando entre os carros, esbarrando, pegou uma flecha, mirou e disparou, mira perfeita, tiro perfeito, a criatura caia inerte na lataria do carro, o outro rastejante sem entender continuava sua caminhada, outro zunido e outra vez a flecha o faz desmoronar.

O Legado dos SobreviventesWhere stories live. Discover now