Capítulo XI: A dor das palavras.

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"Michael?"

"Hm."

"Você vai deixar isso acontecer?"

"Do que está falando?"

"Seu nome, Luke, mentiras... Não vai impedi-lo?"

"Impedir quem? Como?"

"Luke. Com a verdade, a verdade sempre prevalece."

O Demônio levantou de onde estava e foi em direção a Luke, certo do que faria. Não seria bom, nada bom. Mas se era a verdade que Luke queria, era a verdade que teria.

"Michael! Se não fosse seus chifres eu acreditaria que seria um anjo vindo até mim."

Luke riu, riu dele. O quão frustrante isso era?

"Você não acha que já chega de ignorância?"

O Anjo o olhou confuso, Michael parecia determinado de mais, se aproximando de mais.

"Calma, Devil!"

"Cala a boca, Anjo estúpido!"

O Mal beijou o Bem. O puxou com força. O desejo podia ser sentido por todos. Sem repressão, só se sentia a liberdade que nunca sonhariam em ter.

Era o momento deles, a bolha deles. Os lábios do anjo tinham o gosto do mais puro amor. Era doce, calmo, apaixonado. Sua pele era feita da mais bela e lisa seda. A cada segundo ele sentia mais o gosto da liberdade.

Por algum motivo, a liberdade vinha ganhando um gosto metalizado. Michael separou seu rosto do de Luke e olhou em seus olhos. Só se via dor. Sua boca escorria sangue.

"Luke!"

Michael se desesperou! Ele não poderia ter matado o anjo com um toque. Ele o amava, apesar de tudo.

"Me perdoe, eu não quis... Não era a intenção!"

O anjo despencou nos braços do Demônio. Não foi o toque do demônio, foi a adaga de seu mestre.

"COMO OUSA FAZER ISSO? FOI A MINHA DECISÃO! EU MOSTREI A VERDADE À ELE!"

"ELE O ENVENENOU, MICHAEL! Eu o amo de mais para deixar um anjo te destruir! Luke nunca mais irá te machucar!"

Michael sentiu a presença de outro alguém na sala, um voz doce soou.

"Está na hora de ir, Michael. Isso é pelo meu Anjo."

Um toque suave acariciou o rosto de Michael. O pânico invadiu o jovem demônio, ele viu a luz.

Acordou.

Michael levantou assustado. Ele não sabia o que estava sentindo no momento. Estava em Pânico. Sentiu Luke de seu beijo ao seu sangue.

Seu sangue?

O demônio se vestiu o mais rápido que pôde, ainda ofegante, e correu em direção a casa de Luke como se sua vida dependesse disso. Mas como, se ele não sabia onde o anjo morava? Nem ele sabia. Ele só correu por quilômetros e entrou em uma casa, escalou até a varanda e entrou.

Entre Anjos e Demônios • MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora